terça-feira, 27 de novembro de 2018

MANUAL DE DEFESA CONTRA A CENSURA NAS ESCOLAS


As escolas precisam defender seus professores de tentativas de cerceamento de suas liberdades constitucionais. No caso da educação pública, o Estado precisa começar a defender seus professores", defende Daniel Cara. 


Clik aqui para conhecer o "Manual contra a Censura Escolar",

Brasil 247 

Para conter as ofensivas do movimento "Escola sem Partido" nas escolas, que hoje conta com forte influência política, após a eleição expressiva de parlamentares fundamentalistas, sessenta entidades do movimento educacional lançaram, coletivamente, o "Manual contra a Censura Escolar", prezando pela liberdade de cátedra, que assegura o direito de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

O Manual está estruturado em torno de 11 casos reais envolvendo perseguições, intimidações e assédio a professores e/ou escolas. A partir deles são oferecidas estratégias político-pedagógicas e jurídicas para enfrentar ofensas similares. O material privilegia o enfrentamento político-pedagógico dos problemas em vez de soluções judiciais individualizadas - das quais abusam os censores.

Em declaração ao Brasil 247, Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e especialista na área,  elucida que "a falta de confiança nas relações entre os atores escolares seja discutida, prioritariamente e como sempre foi, nas escolas, a partir do marco de uma gestão democrática comprometida com a defesa do direito à educação de todos e todas".

"Qual é o papel das instituições de ensino (públicas e privadas) diante do assédio individual sofrido pelos seus professores? Há uma dimensão coletiva, da esfera do trabalho (e da justiça do trabalho), que deve ser invocada quando professores e professoras são agredidas. As escolas precisam defender seus professores de tentativas de cerceamento de suas liberdades constitucionais. No caso da educação pública, o Estado precisa começar a defender seus professores", defende Daniel Cara.

Além da Rede Escola Pública e Universidade, do QuatroV, do Coletivo de Advogad@s de Direitos Humanos e da Ação Educativa, assinam o Manual diversas associações científicas ligadas à educação, sindicatos nacionais da educação como CNTE e CONTEE e ANDES-SN, e entidades representativas das redes municipais como Undime e UNCME. Destacamos o apoio importantíssimo da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF) e do Fundo Malala.