Só para se ter uma ideia do impacto catastrófico, existem 372 médicos atendendo em aldeias indígenas. Muitos dos nossos municípios sabem o que é isso. Desse total, 301 são cubanos que estão sendo expulsos pelo falastrão fascista, guindado a presidente por uma minoria de eleitores (apenas 39,3% do total de 147,3 milhões de eleitores aptos a votar).
Por Antonio Cavalcante Filho
Enquanto o maior líder popular da história do Brasil, desprovido de todos seus direitos, continua jogado no calabouço dos golpistas, o ataque inconseqüente e ideológico do presidente da extrema direita ao Programa Mais Médicos segue semeando a morte nos lares de milhões de brasileiros (dos mais pobres, é claro!).
Enquanto o maior líder popular da história do Brasil, desprovido de todos seus direitos, continua jogado no calabouço dos golpistas, o ataque inconseqüente e ideológico do presidente da extrema direita ao Programa Mais Médicos segue semeando a morte nos lares de milhões de brasileiros (dos mais pobres, é claro!).
Antes que comecem as “ofensas dos bolsoleones” nos comentários, peço que esperem por minhas informações preliminares:
O Programa Mais Médicos foi criado no governo Dilma
Rousseff, por meio da Lei nº 12.871/2013, que tinha como principal
finalidade formar recursos humanos na área médica para o Sistema Único
de Saúde (SUS), objetivando: I - diminuir a carência de médicos nas
regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades
regionais na área da saúde; II - fortalecer a prestação de serviços de
atenção básica em saúde no país; III - aprimorar a formação médica no
Brasil e proporcionar maior experiência no campo de prática médica
durante o processo de formação; IV - ampliar a inserção do médico em
formação nas unidades de atendimento do SUS, desenvolvendo seu
conhecimento sobre a realidade da saúde da população brasileira; V -
fortalecer a política de educação permanente com a integração
ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação
superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos
médicos; VI - promover a troca de conhecimentos e experiências entre
profissionais da saúde brasileiros e médicos formados em instituições
estrangeiras; VII - aperfeiçoar médicos para atuação nas políticas
públicas de saúde do País e na organização e no funcionamento do SUS; e
VIII - estimular a realização de pesquisas aplicadas ao SUS.
Pelo que se nota este programa visa disciplinar os cursos de medicina
no país, o que gerou uma chiadeira nos homens de roupa branca (em sua
maioria filhos da classe média que se imaginam burgueses), com ataques
deturpados e vergonhosos ao envio de profissionais da medicina cubana
aos rincões do Brasil, onde a população morria à míngua, sem nenhuma
assistência médica, nem medicamentos.
A citada lei que cria o referido programa deixa bem claro o desejo de
atender às cidades de difícil acesso, e o critério do artigo 13 da
norma prevê a preferência a profissionais brasileiros, pois dispõe no
parágrafo 1º que a preferência é para “I - médicos formados em
instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado
no país, inclusive os aposentados; II - médicos brasileiros formados em
instituições estrangeiras, com habilitação para exercício da Medicina no
exterior; e III - médicos estrangeiros, com habilitação para exercício
da Medicina no exterior”.
Quando ainda deputado, Jair Bosonaro tentou impedir de todo modo que o
Mais Médicos fosse bem-sucedido, comparando os médicos cubanos a
enfermeiros, guerrilheiros e agentes militares infiltrados. Puro
delírio! Depois, ainda, quis impedir que familiares dos médicos cubanos
viessem ao Brasil, e o fez com a emenda de Medida Provisória 723, de 29
de abril de 2016. Portanto, esse discurso de que os médicos cubanos
deveriam trazer a família é somente para enganar os alienados, os
coxinhas midiotizados e seus exércitos de militontos nazi-doidos.
Mas vamos ao drama do morticínio anunciado dos despossuídos:
A PEC do Teto de Gastos, que começou a vigorar este ano de 2018,
determina que durante 20 anos não se pode gastar com saúde valores
maiores que 2017. Isso significa que aquele posto de saúde sem médicos
que você viu no ano passado, vai ficar assim por duas décadas, e, esta
medida sacana, teve o voto e apoio incondicional do hoje presidente Jair
Bolsonaro quando ainda era Deputado.
Ora, dizer então que a saída de 8.500 médicos não impacta na vida de
um país tão deficitário na área da saúde pública como o nosso, é uma
enorme mentira que nem os fake news disseminados aos milhões nas
tuitadas, nos whatsapps e nos facebooks bolsomions serão capazes de
esconder o sofrimento e a morte de milhares de brasileiros que veremos
daqui em diante.
Aqui, em Mato Grosso, o Mais Médicos atraiu 258 profissionais, e
destes, 132 são cubanos, e a saída abrupta gera problemas em 55 cidades,
ou seja, 1/3 dos municípios mato-grossenses ficarão sem médicos.
Só para se ter uma ideia do impacto catastrófico, existem 372 médicos
atendendo em aldeias indígenas. Muitos dos nossos municípios sabem o
que é isso. Desse total, 301 são cubanos que estão sendo expulsos pelo
falastrão fascista, guindado a presidente por uma minoria de eleitores
(apenas 39,3% do total de 147,3 milhões de eleitores aptos a votar).
Agora, somados a tudo isso, vêm o aumento do desemprego, da pobreza, a
“Reforma da Previdência”, o roubo dos direitos trabalhistas, o desmonte
do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, a liberação de armas para a
população civil, os conflitos no campo exteriorizados pelo presidente da
UDR, Nabhan Garcia, que, nomeado para cuidar dos assuntos fundiários,
já incita à violência, prometendo atacar, sem clemência, os
trabalhadores rurais sem terra.
Se todo esse conjunto de maldades não for um prenúncio do genocídio deliberado da população mais pobre, nada mais será!
Antonio Cavalcante Filho, o Ceará, é sindicalista e
escreve neste espaço às sextas-feiras - E-mail:
antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News