Descanse, Arthur. A canalhice daqueles que comemoram sua partida não te sujará mais. Esse mundo não te merecia, Arthur. Não merece a pureza que você e as crianças de sua idade carregam em cada sorriso, em cada frase direta e sábia, em cada atitude legitimamente solidária
Por Alexandre De Oliveira Périgo
Descanse, Arthur. As dores agora não te pegam mais.
Não te conheci, mas tenho uma filha e uma enteada com sua idade. Sei
bem que aos sete anos a vida está apenas desabrochando, numa maravilhosa
mescla de descoberta de sabores, sensações, vontades e alegrias.
Descanse, Arthur. As injustiças agora não te
alcançam mais. A morte não combina com os pequeninos, Arthur. É algo
inimaginável. O mundo é das crianças! Morrer antes de usufruir do
direito à plenitude de uma vida razoavelmente longa é o castigo mais
cruel possível entre todos os castigos impossíveis. E a dor que atraca
para sempre no peito dos que te amam e ficam um pouco mais por aqui é
indizível, nefasta, inexplicável.
Descanse, Arthur. Os dogmas não te confundirão
mais. Não é possível haver um deus misericordioso que dite regras que
incluam a morte de meninos como você, Arthur. Sua precoce partida
reforça minha incredulidade e relutância quanto a existência do divino:
ou não há deus ou o deus que existe é perverso e não me interessam suas
atitudes inescrupulosas.
Descanse, Arthur. A canalhice daqueles que
comemoram sua partida não te sujará mais. Esse mundo não te merecia,
Arthur. Não merece a pureza que você e as crianças de sua idade carregam
em cada sorriso, em cada frase direta e sábia, em cada atitude
legitimamente solidária. Nós, os já crescidos, infestamos o seu lugar
com nossa maldade, egoismo e imbecilidade. Nesse contexto partir, ainda
que tão cedo e tão dolorosamente, é também privar-se das maldades
mundanas vindouras que sacrificariam sua bondade e inocência natas.
Descanse, Arthur. O orgulho de sua família é agora
seu eterno quarto de brincadeiras. Seu avô é um grande homem, Arthur.
Tenho certeza que você se orgulhava dele como eu. Um brasileiro que saiu
da miséria que assola tantos de nós para se tornar o maior líder do
Brasil. Um homem submetido a injustiças e dores desumanas que apenas
acrescentam mais e mais latitude à sua grandeza
Descanse, Arthur. O cotidiano distópico não te
contaminará mais. Você terá para sempre sete anos, Arthur. E em breve
estaremos todos juntos, sem mais aniversariar. Nossas existências são
tão somente brevíssimos intervalos entre nossa quase eterna não
existência; e estou seguro que você, menino, enquanto por aqui esteve,
alegrou aos seus, tal qual fez seu avô, que melhorou a vida de milhões
de pessoas injustiçadas.
Descanse, Arthur. A solidariedade de todos os brasileiros decentes agora é teu manto e seguirá para sempre a te aquecer, menino.
Fonte Pragmatismo Político
https://www.facebook.com/antoniocavalcantefilho.cavalcante
A COVARDIA QUE ESTÃO FAZENDO COM LULA, ALÉM DE ABSURDA, É UMA INJUSTIÇA MONSTRUOSA E IRREPARÁVEL
“Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário.” (Che Guevara).
"Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo", (Papa Francisco).
“Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário.” (Che Guevara).
"Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo", (Papa Francisco).
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