"Bolsonaro tem que ser detido de alguma maneira, e existem possibilidades que podemos imaginar. Estão tentando alguma forma de renúncia"
Por Jornal GGN
Autor de “A Elite do Atraso”, o sociólogo Jessé de Souza publicou um vídeo no Youtube (assista logo abaixo), nesta sexta (17), comentando as manifestações do dia 15 de Maio, contra a reforma da Previdência e os cortes na educação. Na visão dele, foi o dia mais importante desde o levante de junho de 2013. As vozes contra Bolsonaro – inclusive de uma parte da elite que já manifesta descontentamento por meio de jornais – mostram que é a chance de “estancar” a “loucura” do presidente.
“A gente está chegando numa fase em que não só os eleitores
de Bolsonaro, como brasileiros como um todo, e o planeta inteiro, sabem
que estão lidando com um maluco que tem que ir para o hospício, se não
for para a cadeia”, graças às investigações contra sua família.
Isso “abre uma oportunidade para a gente estancar esse louco. (…)
Bolsonaro tem que ser detido de alguma maneira, e existem possibilidades
que podemos imaginar. Estão tentando alguma forma de renúncia”, avaliou
Jessé, acrescentando que a dificuldade está em “encurralar um cara como
Bolsonaro e lavá-lo à razão”. O “natural” é que ele reaja “fazendo
bobagens” e provocando ainda mais destruição ao País.
No
vídeo, Jessé aproveita a ideia de que estão “arquitetando” a renúncia
de Bolsonaro, para alertar as forças progressistas de que não houve, nos
últimos 6 anos, melhor momento para reagir e desmontar as mentiras que
contaram ao País para implodir a política e acabar com a soberania
nacional.
“Não
existe Bolsonaro sem Lava Jato”, disse Jessé. “A hora de desconstruir a
mentira que nos contaram nos últimos anos é nesse instante.”
Para o sociólogo, os ataques de Bolsonaro à Educação fazem parte do
que ele chama de “guerra cultural” contra o “marxismo” das universidades
públicas. “Não vale a pena aprofundar nisso, que é uma loucura. Mas
acho que o que está por trás em Bolsonaro e Olavo de Carvalho é essa
ideia absurda de guerra cultural, porque o Brasil estaria tomado pela
esquerda.”
AS ELITES
Ainda na visão de Jessé, “a elite está descontente com Bolsonaro, e
ela fala pelos grandes jornais, em editoriais” que já atacaram o
presidente.
Para ele, parte do descontentamento é que “Bolsonaro tem
característica muito diferente dos outros líderes de direita pelo mundo:
nenhum deles é entreguista. Os regimes de direita na Europa são
nacionalistas. Bolsonaro é entreguista de uma forma infantil. É um
governo sem nenhuma articulação e ideia, contraposto por praticamente
todos os setores da sociedade.”
“O ponto que se coloca é o que se descortina no futuro a partir de agora.”