Lava Jato destruiu a estratégica indústria brasileira de construção pesada, desempregou diretamente 1 milhão de pessoas e abriu as portas para as grandes empreiteiras transnacionais. Um desastre que nos custará décadas de atraso…
Outras Palavras
Por Artur Araújo
Sim, o descumprimento das leis e o desprezo pelo rito democrático,
para tentar mandar no país sem ter voto, é traição à Constituição e ao
código de ética de suas profissões. Mas é relativamente simples a
reversão.
Já a destruição consciente de um setor econômico vital, um dos
maiores empregadores do país, para viabilizar a entrada das grandes
empreiteiras transnacionais no Brasil e para inviabilizar as exportações
de serviços e equipamentos brasileiros, isso nos custará décadas para
superar.
Ao se dedicarem à perseguição das empresas – enquanto barganhavam delações prêt-à-porter
por penas de faz-de-conta para acionistas controladores e altos
executivos – os corretores da LJ praticaram traição à Pátria e
condenaram ao desespero milhões de seus concidadãos, pois a perda de
empregos vai muito além das construtoras, envolve uma longa cadeia
produtiva de insumos e uma longa cadeia de consumo atingida pelo sumiço
dos salários.
Como reporta o Valor:
“As maiores construtoras brasileiras, que estiveram no centro da
Lava-Jato, encolheram drasticamente em curto espaço de tempo. Do auge,
em 2015, a receita líquida do grupo que inclui Odebrecht, Andrade
Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e
Constran caiu 85%, de R$ 71 bilhões para R$ 10,6 bilhões em 2018,
segundo levantamento do Valor. A OAS, segunda maior em 2015, ainda não
publicou seu balanço. A construção pesada fechou 1 milhão de vagas, 40%
dos empregos perdidos pelo país nesse período.
A menor capacidade do governo de investir ampliou a crise das
empresas. Ainda não é possível saber como ou se elas vão sobreviver.
Para Venilton Tadini, presidente da Abdib, o mercado ainda está se
reduzindo. ‘Não há obra para grandes, médias nem pequenas'”.