Agora é a vez de o Papa Francisco manifestar sua indignação com o que vem ocorrendo na maior floresta tropical do mundo. Segundo o jornal italiano La Stampa, o Papa Francisco acredita que é papel dos líderes mundiais ajudar a salvar a Amazônia.
A Amazônia, que abrange nove países da América do Sul, “é um lugar representativo e decisivo”, afirmou o Papa.
O mundo está preocupado com o avanço do desmatamento na floresta Amazônica.
Apenas durante o mês de junho deste ano, foram destruídos 920,2 km² de
floresta na Amazônia. O número representa um aumento de 88% em
comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados
são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter),
serviço de alerta sobre o desmatamento e a degradação florestal na
Amazônia Legal.
De acordo com o balanço, junho de 2019 foi o pior mês em termos de
desmatamento desde que o sistema de monitoramento de alertas foi criado,
em 2015. De abril a junho, houve o desmatamento de 1.907,1 km². Em
2018, foram registrados 1.528,2 km² no mesmo período, ou seja, houve um
crescimento de 24,8%.
A revista The Economist pediu um boicote à carne e à soja do Brasil, contra o desmatamento ilegal. Recentemente, a Alemanha congelou um financiamento de R$ 155 milhões
para projetos de preservação do meio ambiente na Amazônia, por entender
que a política adotada pelo governo brasileiro está indo na contramão
de qualquer tentativa de preservação.
Agora é a vez de o Papa Francisco manifestar sua indignação com o que
vem ocorrendo na maior floresta tropical do mundo. Segundo o jornal
italiano La Stampa, o Papa Francisco acredita que é papel dos líderes mundiais ajudar a salvar a Amazônia.
A Amazônia, que abrange nove países da América do Sul, “é um lugar representativo e decisivo”, afirmou o Papa.
“Junto com os oceanos, contribui determinantemente para a sobrevivência do planeta”, recordou o Papa, que convocou para outubro um sínodo de bispos sobre esse tema no Vaticano.
Francisco também denunciou na entrevista os verdadeiros obstáculos
que impedem a salvaguarda desse enorme território ameaçado pelo
desmatamento: o agronegócio e a indústria madeireira. “A ameaça da vida
das populações e do território deriva de interesses econômicos e
políticos dos setores dominantes da sociedade”, resumiu.
O Papa convidou os líderes políticos a eliminarem “os próprios conluios e corrupções” para que se concentrem nesses temas.
“Devem ser assumidas responsabilidades concretas, por exemplo, sobre o
tema das minas ao ar livre, que envenenam a água provocando tantas
doenças”, afirmou Francisco, que alertou também sobre a “questão dos
fertilizantes”. O Brasil bateu recorde em liberação de agrotóxicos este ano.
Para o Papa, “grande parte do oxigênio que respiramos vem de lá. É
por isso que o desmatamento significa matar a humanidade”, alertou
Franscisco.