Encontro, que começa dia 6, pode ser decisivo para defesa da floresta. Transcende religiosidade e merece ser acompanhado. Até por quem votou em Bolsonaro — já que os efeitos catastróficos da devastação afetam a todos, democraticamente…
Por Roberto Malvezzi (Gogó)
Você pode ser um petralha,
socialista, comunista, seguidor da Teologia da Libertação, um melancia, verde por fora e vermelho por
dentro, mas você precisa de água para beber, de um alimento sadio para comer,
de um ar limpo para respirar, de um clima regulado com boa temperatura para não
morrer de calor ou de frio.
Você pode ser um bolsomínion,
fascista, nazista, adorar torturadores, ditadores, mentirosos, espalhador
de fake news, mas você precisa de
água para beber, de um alimento sadio para comer, de um ar limpo para respirar,
de um clima regulado com boa temperatura para não morrer de calor ou de frio.
Você pode ser ateu, religioso,
evangélico ou católico verdadeiro, evangélico ou católico hipócrita, ou de
outra religião, ou de nenhuma religião, mas você precisa de água para beber, de
um alimento sadio para comer, de um ar limpo para respirar, de um clima
regulado com boa temperatura para não morrer de calor ou de frio.
Você pode até não se ver em nenhum
desses rótulos, mas você precisa de água para beber, de um alimento sadio para
comer, de um ar limpo para respirar, de um clima regulado com boa temperatura
para não morrer de calor ou de frio.
É a Amazônia que nos oferece
grande parte do ciclo das águas que caem sobre todo o Brasil, que retém bilhões
de toneladas de carbono que iriam aumentar o calor global, que ajuda regular
esse clima, que nos oferece uma incomensurável biodiversidade e a variedade e
sabedoria dos povos que a habitam. Logo, a dependência da Amazônia é de ordem
vital para todos nós, não importa a política, religião ou a ideologia. E a
Amazônia, com todas as suas dádivas, só continuará existindo se a floresta
permanecer em pé.
Então, defendamos nossos
interesses e o de nossas famílias – se for um pouco mais generoso pense na
humanidade e em toda a comunidade da vida -, em vez de defender os interesses
do agronegócio, das mineradoras, dos desmatadores, ou dos Estados Unidos em se
apossar da Amazônia, principalmente de seu subsolo, rico em tantos minerais
como ferro, nióbio, ouro, petróleo, gás e assim por diante.
Para o bem de todos nós, é melhor
a Amazônia em pé que queimada pelo fogo. O Sínodo para a Amazônia pode ser o
grande ponto de inflexão e de virada da humanidade. Que todos rezem por ele.
Fonte Outras Palavras