Messias é o segundo nome de Bolsonaro.
Ocorre que no exercício dos inúmeros mandatos de deputado federal e como presidente da república raramente usa publicamente o nome completo.
No entanto, ao ser questionado sobre o número de mortes lembrou-se deste segundo nome e em tom irônico, respondeu: “Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Por Dr. Rosinha
E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
A frase foi dita por Bolsonaro, em 28 de abril, ao ser perguntado
sobre o fato de o Brasil, naquele dia, ter registrado 5.083 mortes –
superando a China, que registrou até aquele momento 4.632 óbitos – e
73.235 casos confirmados de Covid-19.
Não sei se nesse mesmo dia o senhor Luiz Renato Junior Durski,
bolsonarista, ex-madeireiro, dono do restaurante Madero, declarou alguma
coisa.
No dia 23 de março, por iniciativa própria e compromisso ideológico com seu mito, entre outras coisas, Junior Durski, disse:
“nós não podemos, por conta de 5.000 pessoas ou 7.000 pessoas que vão morrer… eu sei que é muito grave, eu sei que é um problema, mas muito mais grave é o que já acontece no Brasil…”
Sim, senhor Durski, o que acontece no Brasil é muito grave,
principalmente por ter um governo que não planejou e preparou o país
para enfrentar uma guerra – como está sendo definido o enfrentamento à
pandemia.
Para enfrentá-la, são necessárias políticas econômicas, sociais e de saúde.
Na guerra, a gente não se esconde atrás de palavras e demagogia. A gente planeja e luta.
No dia 26 de março passado, Roberto Justus, outro bolsonarista,
declarou que o impacto econômico e a recessão que poderiam vir da
pandemia seriam “ainda mais preocupantes que as mortes”.
Alexandre Guerra, outro bolsonarista, da rede Giraffas – que acabou
levando um puxão de orelhas do pai pelo que disse –criticou as medidas
de combate ao coronavírus.
Para ele, os trabalhadores deveriam estar com medo de perder o emprego, e não de pegar o vírus.
E eu digo-lhe: “coitados” se tivessem o azar, poderiam morrer.
Caso o governo fosse competente e tivesse planejamento adequado, o
número de mortes seria menor e ninguém ficaria entre a cruz e a espada
dos empresários.
Ou seja, escolher entre morrer de fome ou de Covid-19.
No artigo A linha explosiva da epidemia, publicado no Tijolaço, em 29 de abril, o jornalista Fernando Brito parte dos números oficiais do Ministério da Saúde.
Usando o mesmo método dos epidemiologistas, agrupa os dados de mortes
e de casos registrados de infectados e de mortes pelo Covid-19 no
Brasil, Brito conclui:
Do dia 16 de abril, quinta-feira, até quarta, 22 de abril, a média diária de casos novos foi de 2.491 por dia, Na semana seguinte, de 23 de abril até hoje, 29, esta média de novas confirmações de infecção pelo Covid-19 subiu para 4.629. Média, não considerando que o número hoje passa de 6.200.
Comparadas apenas as médias, o aumento de semana para semana é de 86%, o que leva – se não houver ampliação nos testes miseramente aplicados hoje – a um acréscimo médio de 8.602 casos diários de amanhã até o dia 6 de maio. O que dá, em números redondos, 60 mil novos casos até aquele dia. Repita-se, se a velocidade de expansão não aumentar, como vem acontecendo.
No total, portanto, somando aos casos existentes hoje, teremos 140 mil infectados e, com a taxa de mortalidade de 7% que temos agora, isso significa 10 mil mortos.
E daí é que nos seus cálculos ele desconsiderou um possível
esgotamento dos recursos médicos e o próprio caráter exponencial da
expansão da pandemia.
Se levar esses dois pontos em consideração o número de doentes e de mortos pode ser superior.
Portanto, não é nenhum exagero pensar que podemos chegar as 44 mil
mortes, conforme as previsões, na melhor das hipóteses, do Imperial
College of Medicine, de Londres.
E daí Messias?
A resposta seria a mesma.
Messias é o segundo nome de Bolsonaro.
Ocorre que no exercício dos inúmeros mandatos de deputado federal e
como presidente da república raramente usa publicamente o nome completo.
No entanto, ao ser questionado sobre o número de mortes lembrou-se
deste segundo nome e em tom irônico, respondeu: “Eu sou Messias, mas não
faço milagre”.
Ninguém quer milagres.
O que se quer é seriedade, solidariedade, vida digna.
O que se quer é respeito a dor de quem perdeu pessoas amadas.
E se você me perguntar “e daí?”, te respondo: “renuncie para o bem do Brasil e do povo brasileiro”.
Dr. Rosinha é médico pediatra,
militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e
federal (1999-2017). De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto
Representante Geral do Mercosul.
Fonte Vi o Mundo
A CAFAGESTAGEM BOLSOMÍNION
Quem é Jair Messias Bolsonaro? Bolsonaro é um cafajeste! Cafajestes são
também seus filhos, decrépitos e ignorantes. Cafajeste é também a
maioria que o rodeia.