Para o sociólogo Emir Sader, a mídia, o grande empresariado, os
militares e o Judiciário são os "coveiros da democracia". "Os mesmos
responsáveis pelo golpe de 1964 e pela ditadura militar que sofremos
durante 21 anos e os que foram igualmente responsáveis pelo golpe de
2016", diz ele
Por Emir Sader
É justo destacar as responsabilidades da mídia, dos
militares, no golpe que levou à ruptura da democracia e à tragédia que
vive o Brasil hoje. Mas eles são componentes de um bloco de forças que
comandou esse processo, do qual fazem parte também o grande empresariado
e o Judiciário. O mesmo bloco da morte que liquidou a democracia em
1964 e fez o mesmo em 2016 no Brasil.
Tanto lá como aqui, a mídia levou a voz cantante de mobilização
golpista, convocando as Deus, Pátria e Família, assim como denunciando
supostos planos golpistas do governo Jango, com todo o coro do perigo
comunista no Brasil, no tom da guerra fria da época. O empresariado
financiou os organismos vinculados aos Estados Unidos, que organizaram o
golpe. O Judiciário deu a cobertura institucional, aprovando o golpe. E
as FFAA procederam a dar o golpe, destruir a democracia e instalar a
mais selvagem ditadura que o país já havia conhecido.
Houve um bloco de forças que deu o golpe e houve outro que dirigiu a
ditadura militar por 21 anos. Do primeiro, aos poucos, a mídia e setores
do Judiciário foram se distanciando, fazendo com que o bloco dirigente
da ditadura foram as FFAA e o grande empresariado. O Estado brasileiro
foi militarizado, a economia do país foi dirigida conforme os interesses
do grande capital.
Em 2016 o golpe foi dado conforme a nova estratégia da direita – a
guerra híbrida -, que contou com os mesmos sujeitos de 1964: a mídia, o
grande empresariado, os militares e o Judiciário. O momento decisivo,
correspondente ao de primeiro de abril de 1964, foi o da aprovação do
impeachment da Dilma, em 31 de agosto de 2016, que contou com a ativa
participação dos componentes do quarteto da morte da democracia.
A condução da guerra híbrida contou com o comando da mídia, do grande
empresariado e do Judiciário, que promoveram a prisão e a proibição da
candidatura do Lula, sem nenhum fundamento legal, assim como a
monstruosa operação eleitoral que levou Bolsonaro à presidência do país.
Esse processo foi apoiado pelos militares, com manifestações
abertamente golpistas de comandos das FFAA em momentos de decisões
fundamentais do Judiciário para legitimar as operações da guerra
híbrida.
O governos instalado por toda essa operação conta sempre com o apoio
do grande empresariado, cujos interesses são atendidos pela política
ultra neoliberal de Paulo Guedes. Conta com o apoio da mídia, conforme
mantenha e de continuidade no modelo neoliberal. Conta com o beneplácito
do Judiciário, diante de todo tipo de crime de responsabilidade de
Bolsonaro. Conta com os militares e apoio tácito das FFAA, que ocupam
cada vez mais cargos dentro do governo, apoiam todas as medidas do
presidente, assinam medidas arbitrárias e nomeações de políticos
corruptos.
Por trás do governo, esse é o bloco de poder que mantém o governo,
que tem divergências entre si sobre o nível de apoio ao governo, mas que
está unido pela posição estratégica de tratar de impedir o retorno do
PT ao governo. Esse é o horizonte político que possibilita compreender
os limites da tolerância desses componentes do bloco com o Bolsonaro.
É em nome desse limite, que eles justificam a tolerância com a
sobrevivência do Bolsonaro como presidente. Preferem ele a qualquer
risco de perder o controle do governo e do retorno de uma política
econômica antineoliberal.
Hoje algumas dessas forças divergem entre si. A mídia se enfrenta
diretamente ao governo. O Judiciário atua, em alguns casos, para
controlar excessos de Bolsonaro. O grande empresariado segue apoiando o
governo pela sua política neoliberal. Os militares apoiam de dentro o
governo, constituindo-se no pessoal fundamental do governo, superando já
em 3 mil o número deles no governo.
São os coveiros da democracia. Os mesmos responsáveis pelo golpe de
1964 e pela ditadura militar que sofremos durante 21 anos e os que foram
igualmente responsáveis pelo golpe de 2016 e pelas tragédias que o
Brasil vive desde então.
Fonte Brasil 247
Quando o presidente fez sua piadinha ontem sobre "tubaína" era disso que ele tava falando.
Por isso ele ainda falou "entendeu??".
Entendi sim muito bem, e muitos entenderam.
Ele se referia ao processo de entubação que os pacientes com covid-19 são submetidos quando lhes falta o ar e tem que ir pra UTI
.
É um procedimento invasivo que é feito a base de anestesia geral e que, segundo os profissionais de saúde, quando um paciente é entubado, dificilmente ele retorna.
É um procedimento invasivo que é feito a base de anestesia geral e que, segundo os profissionais de saúde, quando um paciente é entubado, dificilmente ele retorna.
Foi disso que o presidente desse país fez piada e riu muito no dia em que o país teve quase mil e duzentas mortes em 24h, dia em que o país atingiu 18 mil mortos, sem contar com a subnotificação.
Ele riu porque sua mente é a mente do torturador, é a mente de um genocida.
E se não lutarmos, vamos ter que ficar esperando a morte chegar, porque é a unica coisa que o governo da necropolítica proporcionou até agora: mortes!
Mortes pelo virus, mortes pela violência policial, mortes pela fome, mortes, mortes e mais mortes...nada mais!
#FiqueEmCasa #ForaBolsonaroGenocida