O político mais influente de Mato Grosso dos últimos 20 anos, José
Riva (PSD), chega ao Fórum Cível de Cuiabá algemado; ele está preso há
76 dias no presídio do Carumbé
Foto de Jacques Gosch/RD News
Da Editora
Uma cena forte e inimaginável até
pouco tempo atrás. O ex-presidente da Assembléia Legislativa, José Riva
(PSD), recordistas de votos para deputado estadual nas eleições de 1998,
2002, 2006 e 2010, foi visto publicamente pela primeira vez desde 21 de
fevereiro, quando foi preso e levado ao presídio do Carumbé, acusado de
chefiar esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 60 milhões do
parlamento mato-grossense.
Riva deixou o cárcere para
participar de audiência na 4ª Vara da Família e Sucessões, no Fórum,
presidida pelo desembargador José Vidal. O advogado Sérgio Paiva, que
representa a mãe da filha de Riva, fruto de uma caso extra-conjugal,
informou que o parlamentar depositava a pensão todo mês.
Porém, o benefício não tinha valor
estabelecido, o que forçou a mãe da criança ingressar na Justiça. Ela
reivindica que seja descontado 30% da aposentadoria do ex-deputado para a
criança. Riva recebe R$ 25,3 mil pelo período em que atuou como
parlamentar
O ex-deputado chegou no local da
audiência algemado e escoltado por agentes do próprio Poder Judiciário.
Ele não aceitou falar com jornalistas que o abordaram na chegada do
Fórum Cívil de Cuiabá. “Podem fotografar à vontade, mas não vou dar
nenhuma declaração”, resumiu.
O Caso
Denominada “Operação Imperador”,
Riva foi preso após denúncia do Ministério Público Estadual. Ele e
esposa, Janete Riva (PSD), além, de outras 13 pessoas foram acusadas de
desviarem cerca de R$ 60 milhões dos cofres públicos através de falsas
aquisições de material de papelaria.
Ao contrário do que parte da imprensa precipitadamente noticiou,
a prisão de Riva não teve qualquer ligação com supostas fraudes em
licitações do setor gráfico, destaque em reportagem nacional do programa
Fantástico, da Rede Globo.
“A operação Imperador não tem
nenhuma relação com as operações Ararhat, Edição Extra ou Aprendiz.
Trata-se de um longo trabalho independente do Gaeco”, assegurou o
promotor Marco Aurélio, chefe do Gaeco.
Após passar por exames médicos no
Instituto Médico Legal (IML), o ex-presidente da Assembléia Legislativa
foi encaminhado ao presídio do Carumbé, em Cuiabá. Por ter diploma de
curso superior, Riva será transferido para a sede da Polinter,
localizada às margens da avenida do CPA.
Informações obtidas por meio de
quebras de sigilo bancário e interceptações, todas autorizadas pelo
Poder Judiciário, entre outras diligências, comprovam que
aproximadamente 80% do dinheiro desviado foi sacado na boca do caixa e
repassado ao ex-deputado, que na época dos fatos era o primeiro
secretário do Parlamento Estadual. Na ocasião, o cargo de secretária de
Patrimônio era ocupado por Janete Riva.
“O dinheiro desviado por intermédio
do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas
jurídicas “fornecedoras” do material apenas para ocultar o seu retorno
para as mãos de José Geraldo Riva. 80% do montante depositado pelo Poder
Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e
serviços supostamente executados/entregados, foi sacado na boca do
caixa”, diz um trecho da denúncia.
Conforme a denúncia, José Geraldo Riva responderá pelos crimes de formação de quadrilha e 26 peculatos, em concurso material.
PRISÃO: Segundo o Gaeco, o ex-parlamentar foi preso neste sábado, por volta das 14h, em sua residência e não apresentou resistência. A operação contou com a participação de 10 homens e quatro viaturas. O Gaeco é formado atualmente pelo Ministério Público Estadual, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar.
Fonte O Documento
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