sábado, 13 de junho de 2015

Gaeco suspeita que vôos pagos em 2013 até hoje não foram operados até hoje


A investigação apura um esquema que teria desviado mais de R$ 8 milhões por meio do direcionamento da licitação para a empresa SAL Transportes e Turismo Ltda/WUE Táxi Aéreo Transporte e Turismo Ltda. Segundo o MPE, foram detectadas diversas irregularidades na prestação de contas e nos pagamentos. 

 

 

Hiper Notícias 

 

Por: MAX AGUIAR

 

Durante a Operação Overbooking, deflagrada nesta manhã (12) pelos agentes do Grupo de Atuação Especializado Contra o Crime Organizado (Gaeco), a busca principal foi por documentos assinados para locação de veículos e valores pagos por quilometragem dos carros da Sal Locadora de Veículos, além de livros de bordo de duas aeronaves das empresas América do Sul Taxi Aéreo e Protaxi Pro Oeste Taxi Aéreo Ltda.

As insistentes buscas foram necessárias para saber se tais empresas fizeram serviços fantasmas, ou seja, trabalhos que o Estado tenha dado como pago, mas que nunca foram realizados. Fontes do HiperNotícias confirmaram que existe uma suspeita, levantada pelo próprio Ministério Público, de que as aeronaves ainda não tinham prestado nenhum serviço pela qual elas foram contratadas e, inclusive, pagas. Esses vôos deveriam ter sido realizados em 2013.

“O Gaeco quer confrontar as informações contidas nestes documentos da empresa de Taxi Aéreo com as concedidas obrigatoriamente ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), responsável pelo controle estratégico do espaço aéreo brasileiro”, disse a fonte, que preferiu não se identificar.

A investigação apura um esquema que teria desviado mais de R$ 8 milhões por meio do direcionamento da licitação para a empresa SAL Transportes e Turismo Ltda/WUE Táxi Aéreo Transporte e Turismo Ltda. Segundo o MPE, foram detectadas diversas irregularidades na prestação de contas e nos pagamentos. 

Conforme o Gaeco, vários pagamentos foram efetuados de forma extraordinária, através de Nota de Ordem Bancária Extra Orçamentária (NEX). Apurou-se, ainda, que a empresa vencedora foi a única que disputou o certame, sendo que, à época, sequer possuía condições legais para participar do pregão.

No total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado, Crime Contra a Ordem Tributária e Econômica, Crime Contra Administração Pública da Comarca de Cuiabá. As ações aconteceram nas cidades de Várzea Grande e Cuiabá-MT. Trinta e dois agentes do Gaeco, integrado por promotores de Justiça, delegados de Polícia, policiais militares e civis, foram mobilizados na operação.

O delegado responsável pela investigação, Massao Ohara, preferiu não falar em quantidade de material apreendido e nem sobre o que já foi comprovado. Vale ressaltar que essa empresa investigada tem ligação com um dos filhos do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O fato foi negado pela família, porém o Gaeco não descarta participação alguma.

O advogado da Sal Transporte, Turismo e Locação, Andre Prieto, contestou a existência de qualquer irregularidade ou delito na prestação de serviços do Governo do Estado durante a gestão de Silval. Segundo ele, a empresa participa de licitações públicas desde 2011, sendo que todos os serviços prestados ao Estado foram comprovados e tiveram os impostos devidamente pagos.


Saiba mais:

Avião alvo do Gaeco pertence a condenado à prisão no Mensalão 


Aeronave está na declaração de bens de Pedro Henry ao Tribunal Superior Eleitoral 

 

Por: MIDIANEWS

 

Uma das aeronaves que foi alvo de busca e apreensão pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), na manhã desta sexta-feira (12), na Operação "Overbooking", pertence ao ex-deputado federal Pedro Henry.

Trata-se de uma aeronave modelo PA-28R-200, número de série 28R-7435321, prefixos PT-KNL. Segundo fonte do Gaeco, o avião está registrado em nome do ex-deputado.

Henry relacionou a aeronave na declaração de bens feita ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2010. O valor do avião foi declarado em R$ 55 mil. 


Ex-secretário de Estado de Saúde, Henry foi um dos condenados à prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por participar do esquema conhecido como Mensalão. 

A pena é de 7 anos e 2 meses, mais multa de R$ 932 mil. Atualmente ele cumpre pena em regime semiaberto.

Segundo apurou a reportagem, a aeronave teria sido usada para supostas prestações de serviços de táxi aéreo das empresas Sal Transporte e Turismo e WUE Taxi Aéreo, Transporte e Turismo Ltda, na execução do contrato firmado com a Secretaria de Estado de Administração (SAD), no ano de 2013. 

R$ 8 MILHÕES
O Gaeco deflagrou a operação na manhã desta sexta-feira (10), em busca de documentações para apurar suposta fraude em licitação e seus respectivos pagamentos, no montante de R$ 8 milhões, referentes à contratação de empresa de prestação de serviços de táxi aéreo para diversas Secretarias do Estado de Mato Grosso.

O Gaeco buscou os diários e livros de bordo que estão sendo utilizados e os que já foram arquivados, para obter todos os registros de voos realizados desde o dia 22 de fevereiro de 2013.

Além disso, os agentes do Gaeco procuraram toda e qualquer documentação referente a prestação de serviço das duas aeronaves à empresa Sal Transporte e Turismo – WUE Taxi Aéreo, Transporte e Turismo Ltda.

Tratam-se das aeronaves prefixos PT-EZT e PT-KNL, que estariam localizadas no hangar da Infraero, no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

De posse da documentação, o Ministério Público Estadual (MPE) irá confrontar os relatórios dos voos apresentados e os registrados no banco de dados do Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.

As fraudes teriam ocorrido nos anos de 2013 e 2014, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
 
Fonte Hiper Notícias

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