Matéria da Istoé, publicada neste final de semana, mostra direitinho como está sendo preparado o golpe.
Tudo se encaminha para a criminalização da campanha de Dilma Rousseff, visto que este é o flanco preferido dos ataques tucano-midiáticos: a cassação da candidatura, o que evitaria até mesmo o desgaste de um impeachment.
Por isso é o esforço prioritário do ministro Gilmar Mendes. Com apoio da mídia, claro.
Observe que os documentos foram publicados com "exclusividade" na Istoé.
Ninguém vaza os documentos de campanha de Aécio...
Não se fala também que as empresas da Lava Jato doaram mais para Aécio do que para Dilma.
Livraria saraiva - Shopping Pátio Brasil - 13/03/2013 - crédito|Paulo Guimarães
Gilmar tenta produzir outro factóide político: forçar a Polícia Federal a
criar um inquérito e, com isso, abrir novas frentes de ataques
políticos e midiáticos contra o governo.
Como o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, já deu publicamente
autorização para o golpe, Gilmar Mendes se aproveita para desempenhar o
papel para o qual se preparou há tempos.
Reproduzo abaixo a matéria da Istoé para registro histórico. Para
mim, é uma reportagem que corresponde a um caso emblemático do golpismo
midiático.
A revista manipula a informação de um jeito que toda a campanha de Dilma é tratada como uma operação criminosa.
As gráficas são sempre fantasmas, as notas são sempre frias, o dinheiro usado é sempre sujo, as empresas sempre suspeitas.
Não há espaço nenhum para a defesa, para o contraditório.
A matéria é cheia de provocações, como "e agora?", e coisas do gênero.
Na mesma edição da Istoé, outra matéria fala que "a paciência do brasileiro chegou no limite" e que as pessoas "clamam por mudança".
Como ocorre em todos os golpes, em todos os fascismos, a insatisfação
e a irritação do povo é manipulada com objetivo de enganá-lo.
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Documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ mostram que supostos
serviços prestados pela gráfica "fantasma" VTPB teriam sido bancados com
dinheiro desviado da Petrobras para a UTC
Por Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br), na Istoé.
No último dia 29, o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, tomou uma decisão que pode agravar a
situação da presidente Dilma Rousseff, hoje emparedada por uma crise
político-administrativa que se aprofunda a cada dia. O ministro enviou
um ofício à Polícia Federal solicitando a apuração de diversas
irregularidades nas contas da campanha à reeleição. A diligência levará a
PF a entrar nas investigações contra a presidente. No documento, ao
qual ISTOÉ teve acesso, Mendes pediu atenção especial à Focal
Comunicação Visual. A empresa recebeu R$ 24 milhões na campanha.
Envolvida também no escândalo do mensalão, a Focal foi contratada para
montar os comícios da candidata nas eleições de 2014. No bojo da
investigação da PF também está a VTPB, a “gráfica fantasma”, uma espécie
de escritório virtual que recebeu quase R$ 23 milhões da campanha de
Dilma para intermediar a contratação de serviços de impressão de
santinhos. Na documentação enviada por Mendes foi anexado ofício de
caráter sigiloso contendo os achados de um relatório de inteligência
elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a
respeito da VTPB. A existência de comunicações de movimentação atípica
pode indicar crime de lavagem de dinheiro. A iniciativa de Gilmar abre
mais um flanco para um possível afastamento da presidente Dilma. Embora
já haja um processo em curso no TSE destinado a apurar irregularidades
na campanha, a entrada da PF na investigação pode agregar novos
elementos ao caso.
Caberá à PF avaliar se há indícios suficientes para abrir um
inquérito. Seja como for, o imbróglio envolvendo a prestação de contas
de Dilma já extrapolou os limites da Justiça Eleitoral e pode levar seus
envolvidos ao banco dos réus da Justiça comum. Como revelou ISTOÉ em
sua edição de 15 de maio, parte dos serviços da VTPB teria sido bancada
com dinheiro sujo, desviado da Petrobras para o caixa da UTC Engenharia,
de Ricardo Pessoa. Agora surgem novos fatos. Pessoa confirmou em
delação premiada ter doado à campanha de Dilma, por pressão do então
tesoureiro Edinho Silva, um total de R$ 7,5 milhões. O dinheiro teria
origem no Petrolão. O primeiro depósito ocorreu em 5 de agosto, segundo
os extratos de transferências bancárias. No mesmo dia, Edinho transferiu
R$ 5 milhões para a conta da Polis Propaganda e Marketing, empresa do
marqueteiro João Santana – o valor exato foi de R$ 4,69 milhões,
descontados os impostos. A segunda doação da UTC foi feita no dia 27 do
mesmo mês. Com dinheiro em caixa, o tesoureiro fez uma série de
pagamentos. Entre eles, quatro depósitos na conta da VTPB num total R$
1,7 milhão. Outros R$ 672,6 mil abasteceram a Focal Comunicação. As duas
empresas são suspeitas de servir para lavagem de dinheiro. Santana
recebeu da campanha de Dilma um total de R$ 70 milhões e, em tese, não
tem responsabilidade pela origem do dinheiro. O mesmo vale para a VTPB e
a Focal, desde que provem que prestaram integralmente os serviços
contratados. Em todo caso, cabe ao ex-tesoureiro Edinho Silva e à
própria Dilma responderem às suspeitas sobre a origem ilícita das
doações. Ambos negam veementemente as afirmações do dono da UTC. As
empresas VTPB e Focal garantem que prestaram os serviços e negam
qualquer irregularidade.
Para um integrante da força-tarefa da Lava-Jato, a descoberta de que o
dinheiro sujo entrou na campanha petista e saiu de lá no mesmo dia para
pagar fornecedores suspeitos pode complicar a situação de Dilma. “Não
há mais dúvidas de que os recursos desviados da Petrobras percorreram um
caminho sinuoso que passa pelas empreiteiras e deságua nas contas dos
fornecedores”, diz o procurador. Segunda empresa que mais recebeu
recursos da campanha de Dilma, atrás apenas da Polis Propaganda, a Focal
está em nome de um motorista e da filha de Carlos Cortegoso, o
verdadeiro proprietário. Em 2005, a empresa foi apontada pelo
publicitário Marcos Valério como destinatária de recursos do mensalão.
PROCESSO CONTRA ANDRÉS SANCHEZ NO STF RESPINGA NAS CONTAS DA PRESIDENTE
Outra transação feita por Edinho, no mesmo dia das transferências
para VTPB e Focal, envolveu a realização de oito pagamentos num total de
R$ 1,83 milhão à “Rede Seg Gráfica e Editora Eireli”, uma empresa
individual que funciona numa pequena sala de um sobrado vazio, no bairro
Veleiros, zona sul de São Paulo. Essa suposta gráfica, que como a VTPB
não possui maquinário, recebeu ao todo mais de R$ 6,15 milhões, valor
superior ao limite legal permitido para esse tipo de pessoa jurídica.
Ela está em nome de Vivaldo Silva, beneficiário de verba da cota
parlamentar do deputado Vicente Cândido (PT/SP), parlamentar muito
ligado a Edinho Silva.
No material encaminhado por Gilmar à PF há ainda indícios de emissão
de notas fiscais frias e ocultação de despesas. A análise das notas
registradas no site do TSE indicam inconsistências, duplicação de
valores e interrupção na sequência de notas emitidas. A Focal, por
exemplo, emitiu duas notas fiscais sob o mesmo número 1303 para
campanhas diferentes: de R$ 143,1 mil para a campanha de Dilma e de R$
432 para a campanha do deputado Vicentinho (PT-SP). No caso da VTPB os
problemas são mais flagrantes. A empresa diz que encomendou à gráfica
Ultraprint quase a totalidade do material de propaganda para a
reeleição. Ocorre que a Ultraprint também foi contratada diretamente
pela campanha, o que levanta dúvidas sobre a necessidade de se pagar um
intermediário.
Uma outra análise das notas fiscais emitidas pela VTPB reforça a
impressão da existência de irregularidades. As séries das notas fiscais
não são contínuas e há dezenas de notas faltando. Além disso, quando as
notas anexadas ao processo de prestação de contas são cotejadas com as
registradas eletronicamente no TSE, observa-se contradições importantes.
Em 22 de agosto, por exemplo, a VTPB emitiu duas notas fiscais (nº 492 e
nº 506) de R$ 667,8 mil cada. No processo físico, porém, não existe a
nota 506.
A FOCAL E A VTPB SÃO SUSPEITAS DE LAVAREM
DINHEIRO PARA A CAMPANHA DE DILMA
Não bastassem as frentes de investigação já existentes contra Dilma,
em outro processo em tramitação no Supremo Tribunal Federal as contas de
campanha da presidente poderão ser devassadas. Trata-se da ação que
investiga o deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP). Ex-presidente do
Corinthians, Sanchez é acusado de falsificar sua declaração de bens à
Justiça Eleitoral e a prestação de contas. Ele responde ainda por crime
contra a ordem tributária. No dia em que Mendes emitiu seu ofício à PF
no TSE, o ministro do Supremo Luiz Fux, que está com o caso de Sanchez,
autorizou diligências solicitadas pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, ante os “indícios da prática delituosa”.
Tanto a campanha de Dilma como a de Sanchez abasteceram outra empresa
suspeita, a Dialógica Comunicação e Marketing, de Keffin Gracher,
auxiliar de confiança de Edinho Silva. Gracher acompanha o petista há
anos, integrou seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo e foi
nomeado há poucas semanas como assessor especial do ministro, no
Palácio do Planato. A Dialógica foi criada em 2013 e encerrou suas
atividades no dia 30 de junho. No ano passado, ela recebeu quase R$ 1,5
milhão de campanhas petistas, sendo que mais de R$ 420 mil foram pagos
pelo próprio Edinho ao assessor. A Dialógica funcionou numa sala
comercial em Araraquara, berço político de Edinho. Gracher ainda é
proprietário da 2K Comunicação, também contratada por Sanchez.
Fotos: Montagem sobre foto de Pedro Ladeira/Folhapress,
STF/Divulgação; EVELSON DE FREITAS/ Agência Estado; Marcelo
Camargo/Agência Brasil
Fonte O Cafezinho
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