Apenas durante 8% dos nossos conturbados 516 anos tivemos eleições gerais para o executivo federal. Nesse período tivemos 7 presidentes eleitos. Apenas 3 deles completaram seus mandatos (até agora). Entre os outros quatro (até agora), um deles se suicidou para evitar um golpe e outro tomou um golpe. Resumo da história: o Brasil não é um país democrático sofrendo de uma febre de intolerância e golpismo. É um país intolerante e golpista que sofreu de um pequeno espasmo democrático nos últimos anos.”.
Se você quer acessar a cartilha, clique aqui.
Depois do veredicto do Tribunal Internacional pela Democracia no
Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro nesta semana, que reuniu juristas de
vários países para julgar a legalidade do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff, concluindo que o processo, "nos termos da
decisão de sua admissibilidade pela Câmara dos Deputados e do parecer do
Senado Federal, viola todos os princípios do processo democrático e da
ordem constitucional brasileira", e ainda a "Convenção Americana de
Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, e
constitui-se um verdadeiro golpe de Estado" (veja detalhes aqui), é preciso muito esforço para divulgar as consequências reais na vida das pessoas a partir do advento do governo interino.
Como ficou claro na última manipulação, entre tantas outras, da
grande mídia, favorecendo o grupo usurpador (a fajuta pesquisa do
Datafolha do último domingo, veja aqui), não
será através do partido da imprensa golpista que o povo brasileiro,
pelo menos no presente, tomará conhecimento do processo político em
curso no país.
O novo formato dos golpes patrocinados pela inteligência
estadunidense no seu pretenso “quintal” latinoamericano é caracterizado
pela sagacidade em travestir a violência à democracia com roupagem de
constitucionalidade. Para tanto, não são necessárias as armas; basta
arquitetar e promover uma junção dos segmentos mais conservadores,
incrustados no Parlamento, na Justiça e na sociedade (setores da classe
média e do empresariado) para se formar uma ampla coalizão que surfará
com todo o pendor a partir da ação discricionária, seletiva e
manipuladora da grande mídia, serviçal dos interesses alienígenas e do
grande capital rentista e corruptor.
Com uma narrativa ficcional, no caso do Brasil as chamadas
“pedaladas”, o bando não armado toma de assalto o poder, sem a
necessidade de tanques, mas utilizando-se de violenta força simbólica à
medida que impõe seus interesses privados em detrimento das regras mais
elementares da democracia, como o respeito ao voto e ao eleitor (“todo
poder emana do povo”).
As reações aos golpistas vêm, fundamentalmente, de setores da
sociedade civil organizada, notadamente os movimentos sociais
históricos, segmentos da classe média progressista e um ou outro
dissidente do mundo político, empresarial e midiático. Um “batalhão”
extremamente frágil a enfrentar o poderosíssimo exército da coalizão
golpista que, além de tomar o poder, usa de todos os estratagemas para
manter-se no posto e sufocar as fileiras dos opositores.
Com exceção dos detentores dos meios de produção, os burgueses, todos
os demais segmentos da sociedade, em diferentes graus e intensidade,
são prejudicados pelo golpe. Certos segmentos ignorantes da classe
média, formadores de opinião - que pensam fazer parte da burguesia
porque têm ensino superior, um carrão na garagem, uma casa na zona sul e
vai uma vez ao ano visitar o Pateta na Disney -, negam sua condição de
trabalhadores – que terão seus direitos violados e o acesso às políticas
públicas negado - e apoiam os golpistas. O fato é que, apesar de
detestarem ser classificados como tal, porque acham que trabalhador é
adjetivo de pobre, esses segmentos vendem sua força de trabalho para
aquele grupinho que é cada vez mais rico e que se locupletará ainda mais
com esse (des)governo.
Por outro lado, o povo assiste confuso o enredo golpista. A
população, acostumada a ser objeto de manipulação, expectadora das
decisões políticas e impedida de decidir os destinos da nação – não
obstante o exercício pouco consequente do voto - (e isso não foi
enfrentado durante os anos do governo petista, por leniência ou por
convivência com essa segregação política alienante) -, parece não
dimensionar o futuro sombrio no porvir.
É claro que a educação política é um empreendimento complexo e de
longo prazo. Aliás, se nosso sistema de educação - que não educa à
cidadania e é um ótimo instrumento de docilização das mentes e dos
corações para aceitar “a vida como ela é” - não muda, quixotesca é a
ideia de tratar de um processo de educação para uma ação cívica, com
vistas à transformação social na atual situação sociopolítica.
Não obstante, seria muito oportuno que uma cartilha produzida
pelo Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul, intitulada “Saiba
por que o afastamento da presidenta Dilma é uma ameaça à liberdade no
Brasil” fosse espalhada aos quatro cantos do país, atingindo o maior
número de cidadãos e cidadãs. De forma didática, a cartilha mostra para
os brasileiros como o governo golpista é uma ameaça real ao pouco que
foi conquistado em termos de cidadania, desde a Constituição Federal de
1988.
É significativo, por exemplo, observar na cartilha um breve resumo da
história do país: “Desde a chegada dos portugueses na Bahia já se
passaram 516 anos. Desses 516 anos, o Brasil foi colônia em 64% e teve
escravidão durante 67%. Além disso, 13,4% dos anos o Brasil foi uma
monarquia, 8% uma república oligárquica e por 7,6% uma ditadura. Apenas durante 8% dos nossos conturbados 516 anos tivemos eleições gerais para o executivo federal. Nesse período tivemos 7 presidentes eleitos. Apenas 3 deles completaram seus mandatos (até agora).
Entre os outros quatro (até agora), um deles se suicidou para evitar um
golpe e outro tomou um golpe. Resumo da história: o Brasil não é um
país democrático sofrendo de uma febre de intolerância e golpismo. É um país intolerante e golpista que sofreu de um pequeno espasmo democrático nos últimos anos.”.
Se você quer acessar a cartilha, clique aqui.
Fonte Brasil 247
LAPADA LAPADA LAPADA! HAVERÁ IMPORTANTE DESFALQUE NO ATO GOLPISTA DOS MILITONTOS COXINHAS MARCADO PARA O DIA 31/07 EM FRENTE AO CHOPÃO
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