Como poderia votar naqueles que direto ou indiretamente atentaram contra o Estado Democrático de Direito, contra os interesses nacionais e contra os direitos dos trabalhadores? Quem contribuiu com o roubo de mais de 54 milhões de votos da presidente Dilma não merece o meu voto. Se não respeitam a democracia não devem participar da vida pública. Enfim, não voto em golpistas!
Há poucos dias da eleição em primeiro turno, nossa jovem democracia,
tão violentada por partidos políticos, por setores golpistas e por uma
campanha “xoxa”, movimentada por marqueteiros que recebem quantias
milionárias (vindas de onde, ninguém sabe) se percebe um desinteresse
incomum dos eleitores. Verificamos uma guerra de números de suposta
preferência eleitoral, veiculadas por pesquisas contratadas por pessoas
diferentes e que são idênticas, mas pagas por valores díspares, mesmo
que seja o mesmo serviço e o mesmo instituto.
Pesquisa eleitoral é tema que deveria se ocupar a Justiça
Eleitoral. Mas, diante desse quadro de indecisão e desmotivação do nosso
eleitorado, me inclino a fazer uma declaração de voto baseada em tudo o
que foi motivo de debate até agora, percebendo os desejos e necessidade
de nossas cidades.
Primeiramente declaro em quem não voto.
Não terá o meu voto o politiqueiro que faz da representação política
uma carreira, uma profissão, que após alguns mandatos, mesmo ainda
jovens se acham no direito de se aposentarem com salários exorbitantes. O
politicoíde carreirista profissional é sempre um fisiológico. O sujeito
já foi secretário, vereador, deputado estadual, deputado federal,
prefeito, enfim, o politicalhão, após se candidatar a quase tudo, ainda
faz da política uma artimanhazinha mesquinha de se auto locupletar.
Estes, mesmo depois de velhos e já doentes, querem sempre mais poder.
Por vontade própria, jamais largarão o “osso”.
Também não votarei nos candidatos que fazem campanhas milionárias
contratando verdadeiros exércitos de cabos eleitorais, marqueteiros
caríssimos e frotas de carros adesivados. Não voto nos porcolíticos que
poluem a cidade com placas, cavaletes e inundam as ruas com os seus
cartazes e “santinhos”. Não voto nos mentirosos e desonestos que se
aproveitam das pessoas mais simples, que iludem os alienados, os
analfabetos políticos e ainda, por cima, compram votos de pobres
eleitores sem consciência crítica. Não voto de jeito nenhum em
candidatos que se conluiem com mercenários, oportunistas e picaretas,
formando com esses, o círculo vicioso da delinquência eleitoral. Esse
tipo são os mais perigosos pois, se eleitos, farão grandes estragos no
erário público.
Não voto também em nenhum candidato de qualquer partido ou coligação
que apoia a conspiração midiático-parlamentar-judicial a qual os
coxinhas e nazi-doidos apelidaram de impeachment, mas que na realidade
foi um golpe contra a democracia. Como poderia votar naqueles que direto
ou indiretamente atentaram contra o Estado Democrático de Direito,
contra os interesses nacionais e contra os direitos dos trabalhadores?
Quem contribuiu com o roubo de mais de 54 milhões de votos da presidente
Dilma não merece o meu voto. Se não respeitam a democracia não devem
participar da vida pública. Enfim, não voto em golpistas!
Mas terá o meu voto candidato que argumentar que os vereadores
recebem vencimentos irreais, que destoam da maioria dos servidores
públicos e de toda a sociedade pagadora de impostos. Não é crível que um
vereador receba remuneração maior que a de um professor, que ensina
nossas crianças, e o tipo de profissional que é a base da capacitação de
todos os outros. Quem é que não é grato a um professor ou professora
pelos ensinamentos que marcam para a vida toda?
Ora, o vereador ou vereadora preocupado de fato com a cidade que
pretende servir, deve renunciar ao salário ou, na pior das hipóteses,
aprovar lei que coloque sua remuneração em paridade com a dos
professores. Não se admite que a despesa com a câmara municipal
ultrapasse a 1% da receita tributária.
Mordomia, nem pensar.
Pelo fim dos jetons, verbas remuneratórias, auxílio-creche,
auxilio-saúde, celular ilimitado e carros luxuosos com motoristas.
Vivemos um mundo em que “suas excelências” consomem demais, produzem de
menos, e uma das causas pode ser a “vida nababesca”, que atrai
aproveitadores, que gastam rios de dinheiro para se eleger, e o processo
eleitoral acaba deixando de fora aquelas pessoas vocacionadas, com
verdadeiro interesse de servir as comunidades (com ou sem recebimento de
salários pela delegação política que o povo lhe confiou).
Posso dizer que voto naquele ou naquela que me garantir que os
serviços públicos que são competência dos municípios, como transporte,
saúde e educação, de fato serão prestados com qualidade e a custo zero,
se for o caso.
Cito o município de Maricá (Rio de Janeiro), que instituiu o
transporte público municipal 100% gratuito, conforme prevê o artigo 30,
inciso V da Constituição Federal.
Sabemos que os grandes insumos que encarecem o transporte público são
os combustíveis e a manutenção dos veículos, salários dos motoristas e
cobradores incluídos. Ora, contando com a imunidade recíproca, em que um
ente federado (município) não deve pagar tributo ao outro (União ou
Estado), é claro que a aquisição de veículos será bem menos onerosa do
que é ao particular, os combustíveis ficarão bem mais barato, e em
relação ao custo com salários, isso cai pela metade, afinal não haverá
despesa com cobradores de passagem.
No caso de Cuiabá outro problema tem a ver com o trânsito: os
radares. A mim é impensável que apenas a “indústria da multa” possa
resolver um problema que é grave: a violência no trânsito; mas a solução
pensada pela prefeitura acaba por criar mais incômodos para a
população. Que tal instalar redutores sonoros de velocidade, ao invés
das máquinas “arrecadadores de multa”, que são os radares eletrônicos?
Sabendo-se que grande parte dos acidentes vitimam motociclistas, com
custo de internação nos hospitais, não seria o caso de discutir essa
situação em especial, e não penalizar a todos os demais proprietários de
veículos?
Por fim, e não menos importante: ganha meu voto aquele candidato ou
candidata que se propor a realizar uma auditoria nas contas da
Prefeitura de Cuiabá, porque acredito ser impossível ter uma dívida tão
alta quando não existe obra que justifique essa despesa anterior.
Talvez uma auditoria possa esclarecer o boato de que a Sanecap, que
foi “doada” a um particular com direito a explorar o povo cuiabano
eternamente e prestar maus serviços, tinha em seus quadros algumas
servidoras contratadas. E a função delas era servir aos diretores
daquela empresa, e não ao povo; e os “serviços” nada a tinha a ver com a
finalidade pública, seriam aquelas meras acompanhantes de políticos.
Assumindo essas pautas, o futuro gestor merece ser votado!
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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