Em Chicago, numa manifestação de milhares de grevistas, extremistas de direita explodiram uma bomba, causando a morte de policiais e trabalhadores, iniciando aí uma repressão que levou a prisão de oito líderes, e após uma farsa judicial, ao enforcamento de quatro deles, em 11 de novembro de 1887. Tudo isso porque os trabalhadores reivindicavam a jornada de oito horas. São também a eles os “mártires de Chicago”, que homenageamos nessa data.
“Senhores, patrões, chefes supremos,/Nada esperamos de
nenhum!/Sejamos nós que conquistemos/A terra mãe livre e comum!/Para não
ter protestos vãos,/Para sair desse antro estreito,/Façamos nós por
nossas mãos/Tudo o que a nós diz respeito!”, diz um dos versos da
Internacional Socialista.
Nesta segunda-feira, 1º de Maio, estaremos comemorando a data
universal da classe trabalhadora. Mesmo em pleno século XXI, nunca é
demais relembrar as batalhas dos nossos heróis trabalhadores na luta
contra a opressão e exploração capitalistas no longínquo ano de 1885,
quando foram reprimidos violentamente, causando numerosos motes e
feridos.
Em 1º de maio daquele ano, em Chicago, numa manifestação de milhares
de grevistas, extremistas de direita explodiram uma bomba, causando a
morte de policiais e trabalhadores, iniciando aí uma repressão que levou
a prisão de oito líderes, e após uma farsa judicial, ao enforcamento de
quatro deles, em 11 de novembro de 1887. Tudo isso porque os
trabalhadores reivindicavam a jornada de oito horas. São também a eles
os “mártires de Chicago”, que homenageamos nessa data.
Já passados 132 anos, ainda estamos aqui tendo que lutar para
garantir direitos conquistados há tanto tempo. O grande “presente de
grego” dado pelo atual governador de Mato Grosso aos trabalhadores do
nosso Estado é ter apoiado
a conspiração midiático-parlamentar-judicial que tramou o golpe,
usurpando o poder para entregá-lo aos rentistas nacionais e
estrangeiros, contra os interesses do Brasil e da classe trabalhadora.
Há poucos dias, o Pedro Taques esteve em Tangará da Serra para
inaugurar mais umas placas, digo algumas obras para aquela progressista
cidade que sofre há décadas com a falta de postura de líderes políticos
locais e em destaque uma nova escola. O povo daquela cidade tá
“escolado” com engravatado que fala bonito e depois engana quando assume
o governo.
Ao discursar no meio de políticos tradicionais, alguns da “lista do
Riva”, e que começaram a sofrer vaias, Taques resolve tomar as dores dos
deputados amigos e começa a atacar os manifestantes, pessoas simples,
do povo, mães e pais de alunos das escolas tangaraenses, servidores
públicos. O governador, no alto do palanque, aponta para eles e diz:
“esses ali são os culpados pela crise que se instalou no país”!
É óbvio que as tímidas vaias aumentaram e o falastrão teve que
engolir saliva porque os que estavam ali não são os mesmos que jogaram o
Brasil no precipício; os servidores públicos não provocaram danos ao
país. Essa tragédia em que vivemos, o golpe e a sucessão de retirada de
direitos que veio depois, teve início com o golpista Aécio Neves, que
foi derrotado nas eleições de 2014, justamente porque seu projeto
político não era o que atendia ao interesse da maior parte da população
brasileira.
Ato contínuo, Aécio Neves, que na planilha de propina da Odebrecht,
era chamado de “Mineirinho”, e que já possui cinco processos criminais
no STF (da Lava Jato), se alia ao deputado Eduardo Cunha, condenado a 15
anos de cadeia, e juntos lançam as tais “pautas-bombas” sobre o país.
Só para lembrar, entre as pautas-bombas estavam o aumento de idade de
aposentadoria dos servidores públicos para 75 anos, a proibição de que a
presidenta Dilma diminuísse o rombo fiscal (que estava em R$ 30 bilhões
e agora passa de R$ 200 bi) e o aumento de 78% nos já polpudos salários
do Poder Judiciário.
Portanto, Cunha e Aécio, associados a empresas sonegadoras (isso
também foi denunciado na Lava Jato), fizeram rodar a engrenagem
parlamentar do golpe, paralisaram o país, incendiaram as massas
manobráveis, e com o apoio de complexos grupos empresariais de mídia,
para convencer o país de que Dilma deveria sair.
E aqui, em Mato Grosso, a primeira camiseta “Não tenho culpa, votei
em Aécio” foi usada exatamente por Pedro Taques, que patrocinou
regionalmente o ataque feito à Constituição. E é daí que resultou a
emenda que congelou gastos com saúde e escola por 20 anos; que nasceu a
ideia de extinguir os programas habitacionais como o Minha Casa Minha
Vida. Foi do golpe que emergiu a proposta para acabar com o Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço dos Trabalhadores, as férias e todas as
demais medidas para precarizar os direitos de quem levanta de madrugada
para trabalhar.
E é por essa razão que nesta sexta-feira, dia 28, o Brasil paralisa. É greve geral!
A greve é uma medida para alertar o golpismo de um modo geral, e os
deputados e senadores de uma forma direta, para que não traiam a classe
trabalhadora. Certamente, o Brasil irá conhecer, porque ficarão na
história o nome e a feição dos traidores. É claro que um outdoor com o
nome de políticos que agem contra o povo tem poder corrosivo nas
campanhas eleitorais.
O que os golpistas querem não é uma reforma nas leis que tratam sobre
esses assuntos, mas, sim, uma proposta para acabar com as
aposentadorias e com os direitos trabalhistas. O assunto já caiu no
conhecimento do povão, tanto é que diversas categorias profissionais,
de múltiplos setores, já demonstraram o desejo de adesão à greve geral
deste 28 de abril. Do motorista de ônibus ao servidor do Tribunal do
Trabalho, todos aderiram ao movimento.
O golpe quer enganar o país com um discurso de “modernização” das
leis, mas isso é mentira. Ora, aumentar a terceirização, transformar o
emprego fixo em “bico”, facilitar as demissões sem nenhuma multa para o
patrão que descumpre obrigações não são formas que irão modernizar a
legislação trabalhista. É a volta da escravidão no Brasil.
Encerro.
Em 11 meses de ações criminosas contra o povo, a gestão golpista já é
rejeitada por quase 90% da população brasileira, e até mesmo o Estado
de Mato Grosso foi vítima direta de Temer. Todos sabem que a soja não
paga imposto (ICMS) em Mato Grosso, e isso gera um rombo de R$ 7 bilhões
para os cofres estaduais. Para compensar essa perda, a então presidenta
Dilma repassava uma compensação por meio do FEX, que é um auxílio
financeiro para o aumento das exportações.
Quando assumiu a cadeira após o golpe, Temer cortou o repasse desse
dinheiro a Mato Grosso, portanto, fico aqui matutando o motivo pelo qual
Pedro Taques continua apoiando o golpe e os golpistas.
Talvez seja porque o seu colega tucano Aécio Neves tenha confessado
timidamente que ele e o PSDB apoiam Michel Temer e o programa de maldade
contra os trabalhadores que ele aplica. Pois, se eleito, Aécio
aplicaria o mesmo veneno contra o povo.
Mas, o caso é que Aécio e o PSDB foram rejeitados por meio do voto,
se vingaram do Brasil e criaram um grande problema. A greve geral é o
primeiro passo para responder a essa organização malévola que o Brasil
não é deles, e nem mesmo a massa coxinha acredita mais em suas bravatas.
Os culpados da crise não são os trabalhadores; ouviu bem, senhor
Pedro Taques! Não temos culpa da crise, não apoiamos o golpe! São nessas
horas que ouço alto, e em bom som, quase aos berros: "Trabalhadores do
mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões!"
Antonio Cavalcante Filho é sindicalista, cidadão
mato-grossense e escreve suas angústias neste blog às sextas-feiras.
E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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"Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!"
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!"
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