segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O TRIBUNAL DO "MIMIMI" BOLSONARISTA


O resultado prático é que, diante de uma Justiça que já não faz nada antes das eleições, farão ainda mais neste semana final, certos de que, na noite de domingo, poderão baixar a borduna em quem abrir a boca para denunciar qualquer coisa. 




Por Fernado Brito

Embora faça tempo que a gente não espere do Judiciário brasileiro covardia ante a direita e valentia contra a esquerda, não foi possível deixar de sentir a dor da decepção com o triste espetáculo da entrevista da ministra Rosa Weber e seus coadjuvantes, hoje, no TSE.

Lógico que ninguém esperava medidas concretas, nem revelações bombásticas do que já pudesse ter sido apurado sobre as fake news financiadas por empresários. Mas nem sequer energia ao condenar quem eventualmente possa ter feito isso é de doer, quando se trata de quem tem o dever de garantir a lisura do processo eleitoral.

O resultado prático é que, diante de uma Justiça que já não faz nada antes das eleições, farão ainda mais neste semana final, certos de que, na noite de  domingo, poderão baixar a borduna em quem abrir a boca para denunciar qualquer coisa.

Diante da ameaça do filho de Bolsonaro de “mandar um soldado e um cabo” fecharem o STF, a valentíssima Rosa Weber disse que isso era uma “manifestação que pode ser considerada inadequada”.

Bolsonaro chegou ao ponto de pedir a exclusão do site da Folha da reportagem em que se denuncia o financiamento empresarial. Não conseguiu, mas é possível que impeça  a exibição no horário eleitoral de Fernando Haddad.

Afinal, este foi impedido pela Justiça de mostrar as declarações de viva voz do adversário em favor da tortura, mas viu negado o pedido de ter exibida a sórdida acusação de que defendeu o incesto.

Na vida real, fora dos tapetes felpudos, a brutalidade avança. Ontem, um rapaz, de quem só dou as iniciais porque ele não tornou público, aterrorizado que está, apanhou na rua de um grupo de bolsonaristas e, ao dar queixa na delegacia…apanhou de novo.

Não parece, porém, haver na Justiça, na grande imprensa e nas “instituições funcionantes” alguém ainda que tenha uma coluna vertebral.

Fonte Tijolaço