Nem fé cega explica essa insistência no erro. Só mesmo o fato de que há privilegiados, principalmente estrangeiros, que ganham com esse apocalipse pode explicar a persistência na destruição de um país.
Por Artur Araújo
O
cantochão da fé liberal é apresentado como ciência e tem por um
dos dogmas a redução da dívida pública, “mal entre males”
A seita prega urbi et orbi que só a mais aloprada
“austeridade” fiscal conduz o rebanho a esse paraíso do
“dever pouco”. Para isso, vale cortar tudo: salários,
aposentadorias, benefícios, direitos, fornecimento de remédios,
conserto de teto de escola, obras que evitam enchentes, conservação
das estradas, pesquisa científica, implantação de rede de esgoto.
Pois bem. Desde 2015, essa vara de econobreiros comanda a economia
nacional. O que nos contam agora, do alto de seus púlpitos?
Que, após cinco anos de vodu, a dívida só cresce, atingindo R$
4,2 trilhões em 2019, 9,5% acima do patamar de 2018 e que a projeção
para 2020 é pior ainda. Até o demônio estrangulador da divida
externa foi invocado: cresceu quase 12% e já está em R$ 166 bi.
Submetem o país a um ordálio, geram desemprego e subemprego
escandalosos, não suprem os serviços públicos, não investem um
vintém na infaestrutura a caminho de virar sucata e matar mais
gente, travam o crescimento e o desenvolvimento para AUMENTAR A
DÍVIDA.
O óbvio ululante é anátema para os monges do corta-corta: só a
expansão da demanda – estatal, empresarial, das famílias – gera
redução de dívida, via aumento acelerado das receitas tributárias
que reduz a necessidade de captar outros recursos e gera recursos
para liquidar dívida antiga
Nem fé cega explica essa insistência no erro. Só mesmo o fato
de que há privilegiados, principalmente estrangeiros, que ganham com
esse apocalipse pode explicar a persistência na destruição de um
país.
Aqui
para matéria da Folha de São Paulo
abordando o tema.
Fonte Blog da Redação