terça-feira, 9 de junho de 2009

Aumenta pressão sobre Lutero por supostos desvios


No momento, Polícia Fazendária investiga a gestão financeira do ex-presidente do Legislativo


ANTONIELLE COSTA

DA REDAÇÃO



A Câmara Municipal de Cuiabá recebeu, nos últimos dias, mais de 20 representações solicitando a abertura de uma Comissão Processante para investigar o ex-presidente, Lutero Ponce (PMDB). Diversos setores da sociedade intensificam a pressão para que o ex-presidente do Poder seja julgado em Plenário. No entanto, os novos pedidos somente serão votados em plenário após a conclusão do inquérito instaurado pela Delegacia Fazendária.


Lutero é acusado de aplicar um "rombo" de R$ 3 milhões nas contas do Legislativo, no último ano do seu mandato (2008), conforme apontou auditoria contratada pelo atual presidente Deucimar Silva (PP) e divulgada no dia 13 de maio.


Esse tipo de representação já foi votado pelos vereadores no último 21, mas foi arquivada, pois a maioria dos parlamentares presentes votou contra a criação da comissão de investigação. Os pedidos haviam sido protocolados pela ONG Moral, Diretório Municipal do Partido Progressista (PP), Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Diretório Estadual do PRTB e pelo cidadão cuiabano Laurindo Mello.


Em entrevista ao Midianews, Deucimar Silva explicou que não colocará os pedidos em pauta, uma vez que alguns parlamentares solicitaram que o caso fosse investigado por órgãos competentes, entre elas, a Delegacia Fazendária, o Tribunal de Contas e o Tribunal de Justiça.


Ele destacou que, se o desvio for constatado pela Delegacia Fazendária, que investiga o caso, as representações serão novamente votadas em plenário da Câmara.


"Neste momento, não é oportuno votarmos as representações. Vamos aguardar um parecer da Delegacia Fazendária. A partir daí, se comprovado o mau uso do dinheiro público, o casos erá levado à votação. Se colocarmos em discussão agora, irá gerar um desgaste maior na imagem da Câmara. E, como os próprios vereadores pediram, vamos aguardar o resultado das investigações", disse Deucimar Silva.


Operação Abafa


Ao todo foram, oito votos contra e sete a favor de Lutero Ponce. Como Midianews havia divulgado, foi montada uma operação que ficou conhecida como "Abafa" para "salvar" o ex-presidente da Câmara Municipal.


Fizeram parte da operação os vereadores Lueci Ramos (PSDB), Antônio Fernandes (PSDB), Paulo Borges (PSDB), Chico 2000 (PR), Francisco Vuolo (PR), Professor Néviton Fagundes (PRTB), Ralf Leite (do PRTB) e o próprio Lutero Ponce.


Votaram a favor da instalação da Comissão Processante: Adevair Cabral (PDT), Toninho de Souza (PDT), Everton Pop (PP), Lúdio Cabral (PT), Pastor Washington (PRB), Roosivelt Coelho (PSDB) e Domingos Sávio (PMDB). O vereador Ivan Evangelista (PPS) se absteve; Leve Levi (PP) e Júlio Pinheiro (PTB) não compareceram a cessão. Já o presidente do Legislativo, Deucimar Silva, não votou em função de proibição, nesse caso, conforme o Regimento Interno.


Investigação


No último dia 22, policiais da Delegacia Fazendária estiveram no Legislativo, em busca de documentação completa para investigar o suposto desvio. Segundo a titular delagacia, Luísa de Fátima Machado, Lutero está sendo investigado em um inquérito policial e o procedimento requer a verificação dos documentos relacionados à auditoria.


Foram levadas em torno de 60 caixas, com documentos licitatórios, notas de empenho e de pagamento. De acordo com a delegada, os trabalhos da auditoria serão refeitos, agora na esfera criminal, retroagindo ao ano de 2007, no primeiro mandato do ex-presidente do Legislativo cuiabano.


O prazo de investigação é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. Também participaram da busca de documentos os delegados adjuntos Maria Aline Barros Martins, Rogério Rodelli e Wylton Massao Ohara.