sexta-feira, 12 de junho de 2009

Escândalos sucessivos têm acontecido na Casa de Leis


Por volta das 22 horas e 30 minutos desta quarta-feira (10 de junho), um grupo de seis a sete homens fortemente armados entrou pela porta da frente da Câmara de Vereadores de Cuiabá e amarrou os dois seguranças – Wilson Gastão de Oliveira e Rubens Oliveira - que estavam de plantão. Os bandidos permaneceram na casa de leis até por volta de três horas e trinta da madrugada de hoje (11), onde fizeram um verdadeiro vasculhamento em vários gabinetes e também em outras áreas do órgão.


Os gabinetes dos vereadores Everton Pop (PP), Lutero Ponce (PMDB) e Chico 2000 (PR) foram revirados, o caixa eletrônico da Câmara foi arrombado com o uso de um maçarico e, a ação mais “estranha”, como diria o presidente da Casa, Deucimar Silva (PP), foi o roubo do CPU que contém as imagens do circuito interno de segurança da Câmara de Vereadores.


Os assaltantes, ao entrarem no legislativo municipal levaram também as câmeras do circuito interno de segurança para não serem filmados. Outro dado é que dos gabinetes onde os bandidos entraram, apenas um deles teve invasão pela janela, no restante as portas estavam apenas encostadas, o que facilitou a entrada deles.


A porta da central de segurança onde estava a CPU com as imagens da Casa, que fica no subsolo, foi arrombada. As salas de serviços gerais, de protocolo e de cerimonial também foram arrombadas, mas até o momento não se pode dizer o que foi levado dessas salas.


Um andarilho que estava dormindo em frente à Câmara disse que acompanhou toda a ação pelo lado de fora. Segundo ele, os seis homens saíram do prédio levando documentos e um CPU e depois fugiram em dois carros.


Mas este não é o único escândalo sob investigação na Câmara de Cuiabá.


Confira os casos que continuam sem solução na Câmara:


1) Deucimar Silva (PP), presidente da Câmara, disse que vários documentos desapareceram assim que ele assumiu a gestão, mas que não denunciou à polícia porque logo os documentos “começaram a aparecer” em seu gabinete;


2) Depois de denunciar o desaparecimento dos documentos, Deucimar começou a se formar na arte do “desdizer”. Disse que estava sofrendo ameaças de morte dentro da Câmara de Cuiabá e depois desmentiu, afirmando que foram “apenas avisos de amigos”;


3) Um assalto à casa de Deucimar na última sexta-feira (05 de junho) foi a janela aberta para novas “suspeitas” do presidente. Deucimar disse que achava “estranho” que apenas seu notebook e pendrives tenham sido roubados de sua casa, levantando a suspeita de crime político. Depois se “desdisse”, dizendo que “nunca afirmou que era crime político”. O caso está sendo investigado pelo delegado Christian Cabral, que confirmou as suspeitas de Deucimar. “Pode, sim, ter motivações políticas”, disse.


4) Depois do assalto à casa do presidente, também foi roubado o notebook do vereador Domingos Sávio (PMDB), que estava com sua assessora. Também foi roubado o notebook da assessoria jurídica de Deucimar, dentro da Câmara de Vereadores. As imagens do roubo foram deletadas do sistema de segurança. “Estranho”?


5) A última do presidente da Câmara é a acusação que fez, em Plenário, de que estaria sofrendo pressões de alguns "colegas vereadores" para que cometesse "atos ilícitos" em sua gestão, sugerindo formação de quadrilha entre os parlamentares. Deucimar chegou a colocar o cargo da presidência à disposição e pediu que o Ministério Público acompanhe os procedimentos na Casa de Leis;


6) A Delegacia Fazendária investiga ainda a denúncia de Deucimar Silva contra o ex-presidente da Casa, Lutero Ponce (PMDB), de que um rombo de mais de 3 milhões de reais teria sido feito durante sua gestão. A auditoria realizada por uma empresa particular contratada por Deucimar também tem sido contestada.


7) Não podem faltar, é claro, os casos que envolvem o vereador Ralf Leite (PRTB). A polícia investiga o escândalo sexual que envolve Ralf, acusado entre outras coisas, de ter abusado sexualmente um travesti menor de idade;


8) Além do abuso sexual, Ralf Leite também é acusado por Mayara Federici de ter armado contra Domingos Sávio em falsa denúncia de abandono durante um passeio no lago do Manso. Supostamente, com a ajuda do depoimento de uma manicure, Ralf Leite acusa Sávio de participar de uma orgia ao ar livre, que colocou em risco a vida de Maria José Schutz. Mayara é testemunha do caso e diz que Ralf pagou R$ 600 para que a manicure mentisse. Caso seja confirmada a armação, um novo processo disciplinar pode ser aberto contra o vereador.


Redação PnB Online


Fonte: Preto no Branco