Lislaine dos Anjos
Depois de ganhar repercussão nacional, com destaque no Fantástico, o escândalo envolvendo a fortuna de um milionário morto ganha a atenção do Movimento de Combate à Corrupção Eleitora (MCCE). O advogado da Ong, Vilson Nery, suspeita da rapidez na tramitação da ação, que garantiu a retirada de R$ 8 milhões das contas de Olympio José Alves, morto há cinco anos. "Há processos que duram cinco anos, um ano, outro que dura seis meses. E este processo durou 14 dias, até que a parte tivesse a sua satisfação", ressaltou.
Em sua defesa, o juiz alega ter escutado duas testemunhas que confirmaram todos os fatos e afirma que a ação só teve tramitação rápida porque a parte devedora não causou empecilhos ao andamento do processo, não tendo questionado a dívida. No entanto, a OAB-MT, sob Cláudio Stábile, acredita que houve "esquema dos advogados" e, em seguida, a Corregedoria Geral de Justiça abriu uma sindicância para apurar o caso. Para não ficar de fora, o Ministério Público Estadual também entrou no caso e o procurador Hélio Fauste já solicitou informações ao TJ. Caso haja indícios de crime, o procurador poderá pedir a abertura de um inquérito para saber qual foi a participação dos servidores do Poder Judiciário e do juiz Marcos Martins.
As suspeitas do MCCE começaram após a análise do cronograma da tramitação do processo, disponível na página do Tribunal de Justiça. Nery percebeu que a ação chegou às mãos do juiz da 3ª Vara Cível de Várzea Grande, Marcos Martins de Siqueira, em 11 de janeiro. No dia seguinte, as contas foram bloqueadas por determinação judicial e, no dia 26 do mesmo mês, houve a audiência fraudada, que comprovava a particição do milionário morto. Nesta audiência, Olympio teria reconhecido a dívida de R$ 8 milhões com a empresa Rio Pardo Agro Florestal S/A e concordado em pagar o montante. No dia 1º de fevereiro a conta foi desbloqueada e o dinheiro foi repassado à empresa credora.
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Fonte: RD News

