"(Prevaleceu a Constituição no STF. Ficha Limpa é realidade como previmos desde o início. Valeu a perseverança".(Marlon Reis)
O juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da lei da Ficha Limpa, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). "Tem que procurar outra profissão", diz Reis ao comentar que não há mais recursos cabíveis para que o parlamentar, que concorreu ao Senado nestas eleições, volte à política.
Presidente da Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais e um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, ele duvida da realização de novas eleições no Pará como quer o PMDB, uma vez que, além de Barbalho, o candidato Paulo Rocha (PT) também é vetado pela Ficha Limpa:
- É uma decisão que o Tribunal Regional Eleitoral do Pará vai ter que tomar. Mas isso não é o que importa, o importante é que qualquer decisão não contempla a atuação desses dois.
Reis confia que o resultado será estendido a todos os políticos impugnados pela lei. Barbalho foi enquadrado na Ficha Limpa por ter renunciado ao cargo de senador, em 2001, no que foi entendido como uma manobra para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar e de uma possível cassação. A lei ainda barra candidatos que têm alguma condenação por tribunais colegiados.
O juiz também criticou a atuação do ministro Gilmar Mendes no julgamento desta quarta-feira (27). "Ele ficou nervoso, um nível de exaltação difícil de ver entre magistrados", afirma. Reis chama de "mentirosa" a reclamação de Mendes de que a inclusão de políticos que renunciaram na lei foi feita com a intenção de derrubar o ex-candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC).
- Essa solução foi redigida pela sociedade civil e já estava na proposta quando chegou ao Congresso. Não foi acrescentada por emenda nenhuma lá. Essa informação é mentirosa.
Fonte : terra.com.br