terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Serys exonera assessora e nega ter direcionado verba para instituto

Futura relatora do Orçamento diz desconhecer que funcionária tinha ONG. Entidade recebeu emendas de parlamentares da base aliada




Eduardo Bresciani  Do G1, em Brasília

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que deve ser nomeada nesta semana para a relatoria do Orçamento de 2011, divulgou uma nota nesta segunda-feira (13) negando ter repassado verbas para o instituto de uma funcionária de seu gabinete. A senadora comunicou que desconhecia a existência da ONG e que a servidora foi exonerada. Uma reportagem da revista "Veja" informa que projetos da ONG receberam recursos de emenda parlamentar.

O G1 tentou contato com o instituto, mas as ligações não foram atendidas. Liane Muhlemberg trabalhava no gabinete da senadora e é presidente do Instituto de Pesquisa, Ação e Mobilização (Ipam), que recebeu nos últimos três anos emendas do Orçamento destinadas por parlamentares da base aliada. Estas emendas eram para eventos nas áreas de Turismo e Cultura.

Na nota, Serys afirma nunca ter apresentado emendas para o instituto de Liane nem ter feito gestão para liberação de recursos. A senadora diz, inclusive, que desconhecia a entidade e que sua assessora a presidia.

Serys afirma que caso tenham irregularidades no contrato cabe ao Tribunal de Contas analisar e conclui informando que Liane foi exonerado.

Veja a íntegra da nota:

"ESCLARECIMENTO

Informo que nunca apresentei emendas e não fiz nenhuma gestão para liberação de recursos para este Instituto.

Desconhecia a entidade, bem como desconhecia a posição desta servidora dentro da entidade.

Se existirem irregularidades por parte desta entidade ou desta funcionária, elas devem ser analisadas pelo Tribunal de Contas e órgãos competentes.

A funcionária já foi exonerada.

Serys Slhessarenko"

Fonte: G1

Saiba mais

Serys diz que não fez gestões para liberar dinheiro para ONG de sua assessora


A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse nesta segunda-feira (13) que não apresentou emendas nem fez gestões com o objetivo de liberar recursos para o Instituto de Pesquisa e Ação Modular (Ipam), presidido por Liane Maria Mühlenberg, sua assessora no Senado, que pediu demissão neste fim de semana. Durante entrevista coletiva no começo desta tarde, na entrada do Plenário, a parlamentar anunciou também a exoneração da funcionária do cargo de confiança na 2ª vice-presidência da Casa.

Serys afirmou desconhecer a entidade e a posição da servidora dentro dela, e que se sentiu "traída" e "enganada" ao tomar conhecimento das denúncias sobre o caso. Segundo a revista Veja, o Ipam teria conseguido R$ 4,7 milhões em convênios com o governo federal sem precisar se submeter a licitação. O dinheiro foi destinado ao Ipam por meio de emendas parlamentares dos deputados federais Jilmar Tatto (PT-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Geraldo Magela (PT-DF).

De acordo com a parlamentar, se existirem irregularidades no caso, elas devem ser apuradas pelos órgãos competentes, como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Relatora

A senadora, que deve participar às 18h desta segunda-feira de reunião da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), assegurou que não se sente desconfortável na função de relatora do projeto de lei orçamentária para o próximo ano (PLN 59/10). Sua confirmação no cargo, de acordo com indicação da bancada governista no Senado, pode acontecer na reunião das 18h.

Serys informou que manteve no domingo e na manhã desta segunda-feira uma série de reuniões com técnicos do governo e das consultorias de Orçamento do Senado e da Câmara dos Deputados.

- Estamos trabalhando arduamente para garantir a aprovação do Orçamento até o dia 22 de dezembro. É importante que a presidente eleita, Dilma Rousseff, assuma com o Orçamento já aprovado - acrescentou.

A senadora disse que seu trabalho como relatora-geral depende de duas informações básicas: a estimativa de receitas, que deve ser feita pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), e a manifestação formal do governo a respeito de um erro de previsão na arrecadação do próximo ano. Caso se confirmem os números do governo, a CMO deverá cortar R$ 8 bilhões do projeto original do Orçamento, o que poderá levar a uma revisão dos relatórios setoriais aprovados até agora.

Da Redação / Agência Senado

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