quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

REVOLUÇÃO DERRUBA MUBARAK

O dia de hoje, dia 11 de fevereiro, tornou-se histórico: o presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou ao cargo depois de 18 dias de protestos populares.
'O Egito está livre!', grita a multidão na Praça Tahrir. Cairo, 11 de fevereiro.

O que você achou do movimento popular que culminou com a renúncia? E quem transgrediu: o povo, ao exigir renúncia de Mubarak antes do processo eleitoral previsto para setembro, ou o próprio ditador, que há trinta anos impede a ação de opositores para manter-se no poder? Como esse acontecimento tem tudo a ver com a nossa discussão aqui no blog, sobre normas e transgressões, segue um texto jornalístico relatando os fatos. A opinião, claro, é por conta de vocês!


SÃO PAULO – O ditador egípcio, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira, 11, ao cargo após 30 anos no poder. Ele sucumbiu a 18 dias de maciços protestos populares, desencadeados por uma onda de insatisfação com a economia e a corrupção, e inspiradas pela Revolução de Jasmin, que derrubou o ditador da Tunísia Zine Ben Ali.
A renúncia foi anunciada pelo vice Omar Suleiman. O Conselho das Forças Armadas conduzirá os assuntos de Estado. ”Diante das difíceis circunstâncias que o país está atravessando, o presidente Hosni Mubarak decidiu deixar a presidência da República. Os assuntos de Estado serão dirigidos pelo Conselho das Forças Armadas”, disse Suleiman na TV estatal.

Êxtase. Após o anúncio,  milhares, senão milhões, de pessoas explodiram em êxtase e alegria nas ruas do país. "O Egito está livre! O Egito está livre!", gritaram.  No Twitter, o executivo do Google Wael Ghonim, que se tornou herói dos protestos após passar 12 dias presos, parabenizou o povo egípcio . "Bem-vindo de volta, Egito".

Em entrevista CNN, Ghonim deu um recado vigoroso ao governo. "Estou orgulhoso de ser egípcio, do Egito e de seu povo. Parabéns a todos egípcios. A Hosni Mubarak, Omar Suleiman e todas pessoas que acreditam que estar no poder dá direito a ignorar o povo: Nós temos escolha. Acabou para vocês", disse . "Somos mais fortes do que todos eles (na ditadura). "
O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohammed ElBaradei disse viver o dia mais feliz de sua vida. "Esse é o melhor dia da minha vida. O país está livre depois de décadas de repressão", disse.

Futuro. O Exército egípcio emitiu um comunicado dizendo que não vai abolir a autoridade civil e que apenas vai conduzir o país na transição rumo a um regime democrático. Em um tom pacificador, a instituição saudou Mubarak pelos serviços prestados ao país, os 'mártires' que morreram na revolução.
O Conselho Supremo do Exército, sob comando o ministro da Defesa Mohammed Hussein Tantawi, de 79 anos, liderará o país.

 Um oficial militar egípcio de alta patente disse à CNN que o Exército discute com a Suprema Corte a dissolução do gabinete de Mubarak e do Parlamento e a implementação do calendário eleitoral. Já segundo a Al-Arabya,  o Conselho Militar vai administrar o país com o chefe da Suprema Corte Constitucional. O comunicado do Exército deve ser divulgado ainda nesta sexta-feira, segundo a emissora.

Golpe de misericórdia. Mubarak tentou ficar no poder o quanto pôde. Ontem, o ditador foi à TV para anunciar que ficava no poder , mas delegaria funções ao vice. O discurso enfureceu os manifestantes, que há 18 dias tomaram as ruas do país protestando por reformas. Nesta sexta, uma multidão tomou as ruas do Cairo, Alexandria, Suez e outras cidades menores, como Damietta , Damnhur, Asuit, Sohag, Bani Swfi, Port Said e  Mansoura.

Os opositores tomaram hoje a praça Tahrir e se concentram também em frente ao prédio da TV estatal e ao palácio presidencial. "Fora! Fora com Hosni Mubarak", gritava a multidão em frente ao palácio. O Exército protegia o local com quatro tanques e os manifestantes tentavam convencer os soldados a se unirem a eles.
"O que você está esperando. Sua lealdade pertence a Mubarak ou ao Egito?", disse um deles.  No sermão na praça Tahrir, clérigos muçulmanos compararam a manifestação com a luta de Moisés contra o Faraó, no Egito antigo. "Que Deus expulse os opressores", disse um ímã.

Fonte: Estadão
 
Egito: Vice-presidente anuncia demissão de Mubarak

A notícia da demissão do presidente egípcio Hosni Mubarak ocasionou uma explosão de alegria nas ruas do Cairo, entre os manifestantes que apesar de todas as exortações se têm mantido nas ruas.
A notícia da demissão de Mubarak foi comunicada pelo vice-presidente, Omar Suleiman, (foto)em quem o ditador "delegara" os poderes presidenciais na mensagem televisiva de ontem à noite. Suleiman dirigu-se, ele próprio ao povo egípcio, através da televisão, numa breve mensagem em que afirmou, segundo citação da Agência France Press (AFP): "Tendo em conta as condições difíceis que o país atravessa, o presidente Mohamed Hosni Mubarak decidiu abandonar o cargo de presidente da República e encarregou o Conselho Supremo de das Forças Armadas de gerir os assuntos do país".

As manifestações de alegria pela renúncia do ditador não se limitaram à Praça Tahrir, às ruas do Cairo e doutras cidades egípcias, havendo também notícias de exuberantes reacções nas ruas de Tunes, capital da Tunísia.

As reacções internacionais foram imediatas: a comissária europeia para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, regopzijou-se por, segundo disse, Mubarak ter "ouvido a voz do povo egípcio" e por abrir desse modo a porta a "reformas mais rápidas e mais profundas".

Também o presidente Barack Obama anunciou uma declaração para breve. Entretanto a Bolsa de Wall Street registou uma recuperação dos valores nela cotados. Inversamente, os preços do petróleo registaram imediatamente uma clara tendência para baixar, recuando em mais de um dólar tanto em Nova Iorque como em Londres.

Em Israel, uma fonte governamtenal anónima, citada pela AFP "esperar para o Egito, bem como para os seus vizinhos, que a transição para a democracia se faça sem sobressaltos". A mesma fonte admitiu à AFP que os israeltias "experimentam uma certa inquietude perante as incertezas" criadas pela demissão de Mubarak. Na verdade, o Governo israelita tem vivido as últimas semanas sobressaltado com a perspetiva de ver cair um ditador que tem sido o garante do impopular acordo bilateral com o Estado de Israel.

Fonte: RTP



Tensão Egito:Mubarak gora expectativas e diz que não sai

A tensão voltou a aumentar no Cairo depois de Hosni Mubarak ter reafirmado que não tenciona demitir-se. O discurso presidencial de ontem caiu como um balde de água fria entre os milhares de manifestantes, que, ao longo do dia, tinham visto crescer as expectativas com as declarações de responsáveis civis e militares de que estaria iminente a satisfação das suas reivindicações.

Ao princípio da tarde de ontem o supremo conselho militar disse estar iminente “uma declaração importante” e o chefe do partido do poder, afirmou “esperar” que Hosni Mubarak anunciasse nesse mesma noite que iria delegar os seus poderes.

“O Presidente vai fazer um anúncio que dará grande alegria ao povo” e “todas as vossos desejos vão ser satisfeitos” foram algumas das frases que se foram ouvindo ao longo do dia de ontem, por parte de altos responsáveis do regime egípcio.

Paralelamente o exército egípcio vaio a público com uma declaração críptica, em que dizia “estar a tomar todas as medidas necessárias com vista a “preservar a nação” , sem dar mais pormenores sobre o que isso significava.

Alguns observadores viram aí sinais de que estaria em marcha um golpe militar ou de que as forças armadas teriam tomado uma posição que forçaria o líder egípcio a demitir-se.

Euforia frustrada

Esperando assistir à queda de Mubarak, multidões eufóricas convergiram para a praça Tahrir, no centro do Cairo, onde se situa o coração dos protestos contra o regime.

Cantavam, “o povo e as forças armadas estão unidos“e “O regime caiu, o povo fez o regime cair”.

A atmosfera na praça alterou-se radicalmente, quando começou o discurso presidencial.

Mubarak falou sim, mas para criticar as posições dos que no estrangeiro têm vindo a apelar à sua abdicação. Referindo-se, quase certamente, aos Estados Unidos, garantiu que não cederá a “ordens” ditadas do exterior.

O líder egípcio afirmou ainda que iria passar alguns dos seus poderes ao vice-presidente Omar Suleiman, que também é chefe dos serviços secretos, mas voltou a afirmar que só sairá da presidência quando entregar o poder a quem ganhar as eleições marcadas para setembro.

Multidão reage mostrando os sapatos

Dirigindo-se aos jovens manifestantes disse que “o sangue dos vossos mártires não foi em vão”, lembrando que ordenou um inquérito aos incidentes violentos que causaram centenas de vítimas no Cairo.

Falou ainda das reformas que disse querer implementar nos meses em que tenciona permanecer no poder.

A multidão reagiu com incredulidade ao ver goradas as esperanças de uma demissão imediata de Mubarak.

À incredulidade e choque iniciais, seguiu-se a revolta e a fúria. Muitos seguravam a cabeça entre as mãos à medida que iam ouvindo a mensagem presidencial, alguns choravam, outros brandiam no ar os sapatos, num gesto de insulto, enquanto entoavam a palavra de ordem “Sai! Sai! Sai!” .

ElBaradei: "O Egito vai explodir"

Cerca de 2000 manifestantes marcharam até à televisão pública, a alguns quarteirões de distância, onde por detrás de rolos de arame farpado, alguns soldados montavam guarda.

“São todos mentirosos” diziam, apontando para o edifício, “Nós não vamos sair, eles vão sair!”.

O destacado oposicionista Mohamed ElBaradei avisava numa mensagem no Twitter: “O Egito vai explodir”.

Esta manhã dezenas de milhares de pessoas voltaram a concentrar-se no centro do Cairo, para exigir a partida do presidente. Espera-se que com o final das orações de sexta-feira, após a saída das mesquitas, as multidões venham a engrossar. Muitos dizem esperar abertamente que o exército tome agora a iniciativa de depor Mubarak.

De momento há poucos sinais de que esse cenário esteja iminente. Numa declaração feita já hoje, os comandos militares avisaram contra qualquer tentativa de pôr em causa a segurança do Egito, ao mesmo tempo que reconheciam a transferência parcial de poderes do Presidente para o vice-presidente.

Na mesma altura, prometeram ao povo que serão o garante de eleições “livres e justas”.

Desalento na Casa Branca

Os últimos desenvolvimentos vieram lançar a confusão, não só entre os egípcios, como no estrangeiro.

Nos Estados Unidos, onde o diretor da CIA dizia ontem ao Congresso “haver uma forte possibilidade de Mubarak se demitir” nessa mesma noite, o presidente Barack Obama criticou a “falta de clareza e de decisão” do líder egípcio.

Numa declaração escrita em que não citava diretamente o nome de Mubarak, Obama, questionava-se também se a transferência de poderes prometida teria alguma credibilidade ou significado.

França distancia-se dos EUA

Mais cauteloso, o Governo françês, através da ministra dos Negócios Estrangeiros, Michéle Alliot Marie, propôs que a França acompanhe o Egito neste período de transição, ao mesmo tempo que criticou as pressões feitas pelos EUA.

Lembrando que a França tinha “apelado a um processo de transição político e sereno”, a ministra sublinhou que o Presidente Mubarak tinha transferido grande parte dos seus poderes.

Quanto aos apelos implícitos de uma demissão imediata, Alliot-Marie afirmou que é necessário “mostrar respeito “. “É uma característica da França e da sua política externa”, disse a responsável, “não temos de ser nós a decidir em lugar dos povos”, afirmou.

“A democracia, o respeito pelos outros, não significa dizer ‘eis aqui quem vos deve dirigir’, ou ‘é assim que se deve fazer’ “ insistiu a responsável pela diplomacia gaulesa.

Quando interrogada sobre se era isso que os americanos estavam a fazer, Michéle Alliot-Marie respondeu “Pelo menos é assim que é interpretado em alguns países”.

Fonte: RTP


Egito: Manifestantes querem Mubarak a responder pela repressão

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pelo menos três pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos esta quarta-feira entre a polícia e manifestantes no sul do Egito, de acordo com um oficial, no 16º dia de protestos contra o presidente Mubarak. No Cairo, as manifestações em frente à sede do Parlamento e do Governo foram pacíficas e exigiram o julgamento de Hosni Mubarak pela repressão nos 30 anos de poder.

Milhares de egípcios mantém-se na Praça Tahir pelo 16.º dia consecutivo


Os protestos na cidade de El Khargo, 400 quilómetros a sul do Cairo, começaram na passada segunda-feira e subiram de tom na terça-feira depois que um polícia ter alegadamente insultado os manifestantes, de acordo com o agente citado pela France Press ao abrigo de anonimato.

A polícia fez então fogo real contra os manifestantes, do qual resultaram ferimentos em várias pessoas. Três dos feridos acabaram por morrer esta quarta-feira.

A multidão que se manifestava nas ruas, ao tomar conhecimento da morte dos manifestantes feridos na véspera, reagiu em fúria e acabou por atear fogo a sete prédios do governo, incluindo duas esquadras da polícia, edifícios judiciais e a sede local do partido de Mubarak, o Partido Nacional Democrático (NDP).

Manifestações passaram da Praça Tahrir para a sede do Governo e do Parlamento

No Cairo, os manifestantes continuam a afluir à praça Tahrir e continuam a manifestar-se contra a manutenção no poder daquele a quem apelidam de Faraó, o presidente Hosni Mubarak.

No 16º dia dos protestos, a capital egípcia acordou com mais manifestações, que desta feita se deslocaram da Praça Tahrir, símbolo da revolta popular, para a frente do Parlamento, em que o Partido de Mubarak, o Partido Democrático Nacional (PDN) dominam os assentos parlamentares e para a frente da sede do Governo sitas a poucos metros da Praça.

Prevendo as manifestações, as Forças Armadas colocaram estrategicamente em frente dos edifícios veículos blindados que protegiam os soldados que montavam guarda às sedes de poder egípcio.

As manifestações decorreram, ao contrário do que aconteceu no início da revolta, de forma pacífica.

Os manifestantes bloquearam a entrada do edifício do Parlamento, o que obrigou a reunião do Conselho de Ministros a ser transferida para outro local.

Os objetivos da luta

"Viemos aqui para impedir que membros do PND entrem no parlamento. Ficaremos até que nossas exigências sejam atendidas, ou vamos morrer aqui", disse Mohammed Abdullah citado pela AFP, enquanto a multidão gritava slogans anti-Mubarak, fazendo esvoaçar as suas bandeiras.

"O povo não elege o parlamento", explicou Mohammed Sobhi, um estudante de 19 anos de idade. "Queremos a queda do regime inteiro, não apenas do presidente, porque tudo está corrompido abaixo dele", acrescentou. Era significativo o enorme cartaz colocado no exterior do Parlamento que anunciava: “Fechado até à queda do regime”.

As exigências populares conheceram neste 16º dia de protestos uma evolução. Pela primeira vez, os manifestantes não se limitam a pedir a demissão de Hosni Mubarak. Pela primeira vez exigem que ele responda em tribunal pela repressão que o seu regime impôs durante trinta anos. Mais um indício de que o cerco se aperta em torno de Mubarak e do seu regime.

Sindicatos entram no protesto

Os manifestantes ganharam esta quarta-feira um importante apoio. Os operários entraram diretamente nos protestos e neste 16º dia de protestos decidiram apoiar a revolta da única forma que podem, ou seja, entrando em greve. De acordo com a Al Jazeera, são mais de 20 mil os trabalhadores que nesta quarta-feira optaram por não se apresentar nos seus postos de trabalho.

Depois dos estudantes e da juventude em geral, que tiveram um papel importante no desencadear da revolta, a entrada no protesto das organizações sindicais representa um fortalecimento significativo do movimento anti-Mubarak. Alarga-se assim a frente daqueles que exigem o abandono imediato do poder por Hosni Mubarak e a mudança de regime.

Os desígnios dos manifestantes reforçam-se a cada dia que passa


A revolta iniciou-se há 16 dias e o povo que saiu à rua em massa foi claro nas suas pretensões. Quer uma mudança de regime e não apenas uma simples mudança dos líderes. Numa tentativa de apaziguamento, o governo anunciou reformas constitucionais e Hosni Mubarak, de 82 anos e com quase 30 anos como chefe de Estado, prometeu não concorrer à reeleição em setembro. Mas essas promessas parecem não convencer os céticos que continuam exigindo a sua demissão imediata.

As manifestações assumiram um caráter violento no início, em que os manifestantes anti-Mubarak foram atacados por apoiantes de Mubarak com troca de pedradas, com a multidão a ser atacada por homens a cavalo ou em camelo, à pedrada e mesmo a tiro. Dos confrontos terão resultado mais de 300 mortos e mais de 5000 feridos.

Mortos e feridos não demoveram a imensa turba, da luta a que se tinha proposto. As multidões continuaram a ocupar a Praça Tahrir, como que imunes a ataques e provocações. A vontade expressa, essa parecia não diminuir, antes pelo contrário revelava indícios de se sedimentar e aprofundar em cada um dos participantes desta já histórica movimentação popular.

Para além da reunião histórica do passado sábado entre o vice-presidente Omar Suleiman e representantes de vários partidos da oposição, com especial relevância para a Irmandade Muçulmana, com estudantes, personalidades independentes e do mundo dos negócios, de que resultou a criação de uma comissão presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça para estabelecer as bases de uma revisão constitucional até março e uma democratização do processo eleitoral nas presidenciais do próximo mês de setembro - o poder mostra alguns sinais de boa vontade.

Trinta e quatro presos políticos entre os quais alguns membros da irmandade muçulmana, grupo banido, foram libertados nos últimos dois dias.

As concessões e os gestos de boa vontade são no entanto, considerados fracas concessões para quem quer a demissão do presidente e a mudança radical do regime.

Os manifestantes protestam não abandonar a luta até que Hosni Mubarak abandone a cadeira do poder e o regime se altere. O poder instalado aparentemente também se encontra numa posição intransigente de recusa de abandono. O vice-presidente Omar Suleiman avisou hoje que o regime não tolerará a situação por muito tem e garantiu que nem o regime mudará nem Hosni Mubarak abandonará o poder.

 
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