Por Gilson Romeu da Cunha*
Há quase dois anos os trabalhadores da educação pública deste estado reivindicam do governo um piso salarial de R$1.312,00 para uma jornada de 30h semanais.
Mesmo Mato Grosso sendo uma das maiores economias do país, um grande produtor de grãos com índices de produtividade que superam a média nacional, chegando a alcançar os níveis de produtividade da produção norte-americana, o governador alega não dispor de recursos financeiros para atender o pleito da categoria.
A carência de recursos para a educação ao longo dos anos tem provocado o desmonte da escola pública, com o consequente desestímulo de professores e funcionários, a precarização da relação de trabalho contratual com a exclusão da hora-atividade dos professores contratados e a degradação da infra-estrutura das escolas.
Portanto, toda a riqueza produzida pelos trabalhadores deste estado está sendo tragada por uma elite política corrupta e insaciável. O escândalo da compra dos maquinários exemplifica a afirmativa.
Em função deste caos que retrata o descompromisso dos governantes, a escola pública não tem dado conta de cumprir a sua função social. Os filhos dos trabalhadores não recebem a devida qualificação que os habilitem a disputar uma posição digna no mercado de trabalho e formação escolar necessária para o pleno exercício da cidadania.
A atual greve dos trabalhadores da educação tem por finalidade impedir o aprofundamento desta dura realidade. É um instrumento de pressão legal devidamente reconhecido como direito de todos os trabalhadores pela nossa Constituição.
Exigir uma educação de qualidade deve ser um compromisso de toda a sociedade.
*Gilson Romeu da Cunha
é professor da rede estadual
e diretor do Sintep subsede Cuiabá
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