Privatização da Sanecap, da maneira como foi tramada, mostrou que estão sobrando políticos covardes, tanto na Prefeitura quanto na Câmara. Chico Galindo reassume com o desafio de desfazer a trama da privatização ou desacreditar, ainda mais, seu governo
Agindo da calada, covardemente, Júlio Pinheiro privatizou a Sanecap. E agora, Galindo? Será que o prefeito titular vai bancar as asneiras do interino?
Da Pagina do Enock
Quem defende a privatização da Sanecap e argumenta que existem argumentos válidos para sustentar esta proposta, não pode agir como agiram o prefeito interino Júlio Pinheiro, e os vereadores que formam a sua base de sustentação na Câmara Municipal, liderados pelo vereador Everton Pop. Um processo de tal envergadura, envolvendo os interesses maiores e superiores de nossa população, qual seja o destino a ser dado ao tratamento da água que nossa população consome cotidianamente em seus lares, não poderia jamais ser submetido à patifaria que se viu esta semana em Cuiabá, com a prefeitura e a Câmara Municipal se empenhando em afastar vereadores da Oposição do plenário, driblar a mídia e a sociedade, e votar um projeto desta importância cercado de tanta mutreta, sem o mínimo de debate, seja no plenário da própria Câmara, seja no interior de nossa comunidae, para entregar mais adiante, à iniciativa privada, um patrimônio público que já motivou tantas lutas em nossa capital.
Se existem argumentos para validar a privatização, se o prefeito interino entende ou entendia que a maioria da população estava com ele, então pra que tanta armação? Por que tanto medo, tanta covardia de encarar o debate aberto e franco, que viria com uma tramitação normal da proposta, no âmbito do Legislativo municipal? A reação violenta dos servidores da Sanecap, invadindo o plenário, para gritar pelos seus direitos e para desafiar a maioria dos vereadores, que se submeteu a participar e legitimar esta pantomina altamente excecrável, aconteceu, então, como um desdobramento lastimável mas previsível de um processo conduzido com tanta desconsideração para com a maioria de nosso povo.
Uma ação de gente covarde, oportunista, sem o mínimo de decência e de espírito público. Foi isso o que viu na condução deste processo de privatização da Sanecap. O prefeito interino Júlio Pinheiro e os vereadores de sua base de sustentação, comandados pelo vereador Everton Pop, e todos, enfim, os que legitimaram este golpe, estão expostos, neste momento, diante da população cuiabana, como pessoas de caráter duvidoso, que não merecem o mínimo de respeito, já que não se dão ao respeito, atropelando as regras mínimas da decência no exercicio do mandato popular que receberam de nossa sofrida população. Afinal de contas, as regras de tramitação de uma proposta como esta exigiria que se cumprisse etapas que o covarde prefeito e sua covarde base de sustentação preferiram atropelar, sem o mínimo de pudor.
Agora, o que se espera é que o prefeito titular, Francisco Galindo, que deve retomar o comando da Prefeitura, nesta segunda-feira, 18 de julho, dê uma demonstração altissonante de que não teve participação nem ingerencia neste esquema sórdido montado para desmontar a Sanecap. A melhor demonstração virá com a anulação desta decisão tão inesperada, tão surpreendente, tão revoltante, antes que a Justiça a faça. Ou isso, ou o governo de Chico Galindo acabará sendo tragado pela mesma canalhice que fez desta semana, em Cuiabá, uma das mais lastimáveis que já se viu na história política de nosso Estado.
Dos homens públicos se espera grandeza, altivez, coragem política. E não uma covardia tão acachapante, tão constrangedora, como a que tivemos na Câmara de Cuiabá e na Prefeitura neste caso da privatização da Sanecap.
Fonte: Pagina do E
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Por Enock Cavalcante
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O presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), Edio Martins de Souza, afirmou, nesta sexta-feira (15/07), que o movimento comunitário se considera traído pelo prefeito em exercício Júlio Pinheiro (PTB) e pelos vereadores que votaram a favor da privatização dos serviços água e esgotamento sanitário. “As comunidades se sentem traías pelo Júlio Pinheiro. Fomos apunhalados pelas costas, porque o senhor prefeito em exercício disse que ouviu o movimento comunitário antes de mandar a lei para a Câmara Municipal. Isso é uma grande mentira!”, reagiu dirigente comunitário.
Edio Martins argumenta que, em dois encontros do movimento comunitário de Cuiabá com o prefeito em exercício Júlio Pinheiro, entre a noite de sexta-feira (08/07) e a manhã terça-feira (12/07), em nenhum momento se tratou de privatização de água e esgoto ou extinção da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap). “Lógico que as reclamações pelos precários serviços prestados pela Sanecap permearam as duas reuniões, mas, em nenhum momento, se falou em privatização ou concessão”, apontou ele.
“Creio que o senhor Júlio Pinheiro faltou com o respeito com o movimento comunitário e, por extensão, com a população cuiabana. Agiu de má fé. Nos enganou!”, criticou Edio Martins, ao lembrar que, durante, desde a reunião de sexta-feira à noite, no auditório da Secretaria Municipal de Educação, o desrespeito era latente. Tanto que, durante a fala do presidente da Associação dos Moradores do Bairro Santa Isabel, Geraldo Julião da Silva, o ‘Gera’, um dos maiores bairros de Cuiabá, Júlio Pinheiro se levantou e foi para a copa, tomar café e fumar, sem dar atenção a quem falava.
“Praticamente todos os líderes comunitários reclamaram do sistema de abastecimento de água. O prefeito interino deveria ter aproveitado para dizer que estava preparando um projeto de privatização do sistema, mas preferiu agir na surdina, de forma dissimulada”, reclama Edio Martins.
A assessoria jurídica da Ucamb analisa medidas jurídicas a serem tomadas. É possível que, na próxima semana, a entidade ingresso com representação no Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, na Procuradoria Geral de Justiça, para tentar brecar o novo formato da concessão do serviço de abastecimento de água da Capital.
“É possível que tenhamos de protocolar uma representação junto ao MPE pedindo providências. O Ministério Público deve analisar questões referentes à qualidade e preço do serviço que será oferecido”, poderá Édio Martins.
Fonte Pagina do E
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