Sem ir às últimas consequências, o combate à corrupção não passa de besteirinha inofensiva para o sistema. Como um pião, gira, gira, gira e não sai do lugar.
Direciona-se contra o efeito, impossível de extirpar-se enquanto subsistir a causa: o capitalismo.
Quanto muito, levará à adoção de medidas paliativas e ao ostracismo temporário de alguns corruptos, abrindo espaço para outros.
Neste domingo, a Folha de S. Paulo, carro-chefe do PIG na mídia escrita, a ele dedica: um de seus dois editoriais; duas das suas quatro colunas dos Estados, a de Eliane Cantanhêde e de Carlos Heitor Cony; um dos dois artigos de Tendência e debates, o de Miguel Srougi; e duas das sete cartas do Painel do leitor.
Já as manifestações públicas contra a ganância -- que, na véspera, haviam sido realizadas em 950 cidades de 82 países, em todos os continentes -- não foram citadas uma única vez nos espaços de Opinião do jornal da ditabranda.
Não interessa ao jornalismo brasileiro um fenômeno de tal abrangência, e que teve lugar também em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba?
Carece de importância um protesto que aglutinou 200 mil cidadãos em Roma e 60 mil em Barcelona?
Trata-se do tratamento que sempre recebem as iniciativas anticapitalistas: ou são escondidas, ou minimizadas. Adivinhem por quê.
Ou seja, a imprensa burguesa privilegia e adora os movimentos que fornecem espuma para preencher noticiário mas mantêm intocada a exploração do homem pelo homem, fonte das maiores desgraças para a humanidade, bem como das principais ameaças à sobrevivência da nossa espécie.
Fonte: Náufrago da Utopía
Fonte: Náufrago da Utopía
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Cerca de 150 pessoas se reunem na tarde deste sábado (15) na Cinelândia em apoio às manifestações em Wall Street.
O grupo formou um círculo na calçada, onde pessoas discursaram, fazendo críticas ao capitalismo e ao sistema financeiro. Os manifestantes exibiram faixas contra a corrupção e lembraram as manifestações no mundo árabe.
No início do encontro, houve discussão no grupo sobre a presença de uma bandeira do PSTU. A maioria se mostrou contrária à presença de símbolos de qualquer partido.
Nos discursos, além das críticas ao sistema capitalista, manifestantes condenaram a forma como os grandes eventos, como Copa e Olimpíada, estão sendo preparados na cidade. Eles citaram o alto gasto com obras e a remoção de favelas.
"O Rio será um dos maiores palcos do capital mundial nos próximos anos. Vamos receber o Papa [em 2013], a Copa e a Olimpíada. Temos que nos organizar", disse um dos manifestante, no centro da roda.
Fonte: Folha.com
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