Da pagina Náufrago da Utopía
Manifestantes de todos os continentes vão expressar neste sábado sua indignação contra os banqueiros, financistas e políticos que, com sua ganância desmedida, arruinam a economia mundial, condenando bilhões de seres humanos à penúria.
Prevê-se que manifestantes saiam às ruas em várias partes do mundo, da Nova Zelândia ao Alasca, e em cidades como Londres, Frankfurt e a própria Nova York.
Este é o foco correto.
Já os movimentos contra a corrupção agem sobre o efeito, que perdurará enquanto não extirparmos a causa.
Além de estimularem a noção ingênua de que medidas judiciais e policiais possam erradicar a corrupção. Jamais o fizeram. Apenas serviram como justificativa e acumulação de forças para quarteladas, como a brasileira de 1964, que havia quem chamasse de redentora...
Derrubado o presidente legítimo, não adveio redenção nenhuma. Apenas repressão.
Resumindo: só se acabará com a corrupção acabando com o capitalismo.
Enquanto os homens forem induzidos a priorizar o "enriquecei!" acima de tudo, haverá quem busque atalhos para enriquecer. É simples assim.
Então, certos estão os que lutam contra a ganância. Por aí, sim, pode-se chegar a algo concreto.
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A ocupação de Wall Street e a luta simbólica
Por Bruno Lima Rocha
A coalizão e o apoio de sindicatos e fortes associações civis, encorpa o movimento originalmente composto por estudantes e indignados. Pouco a pouco, o movimento social no coração da besta Imperial redescobre a si mesmo e a potência das raízes radicais da democracia americana.
Se algo é essencial em qualquer estrutura de domínio, além de forjar o consentimento da maioria silenciosa, é afirmar símbolos comuns. Os ícones representam mais que a si mesmos, sendo síntese de uma proposta civilizatória. Para o capitalismo praticado em escala global e propagado através dos Estados Unidos, o epicentro do poder está no número 11 de Wall Street, cidade de Nova York, onde se localiza a Bolsa de Valores (NYSE). A ocupação simbólica deste espaço geográfico pode não ter conseqüências políticas diretas, mas representa um soco no fígado do capital financeiro.
É curioso observar como a ação começa. Tem momentos em que a vida imita a arte, ou ao menos, as versões mais agitadas desta. Numa passagem do filme Capitalismo: uma história de amor (2009) de Michael Moore, o diretor enrola a entrada da sede Bolsa de Valores de Nova York com fita de isolamento para cenas de crime, e antes tenta executar uma prisão – como cidadão – da diretoria da empresa de seguros AIG. Obviamente que Moore é reprimido e chega até a apanhar da segurança privada. De tão relevante, a idéia permaneceu.
Na edição de 13 de julho, o grupo de ativistas culturais Adbusters.org publica na contracapa do número 97 de sua revista impressa uma convocatória para que, no dia 17 de setembro, milhares de cidadãos estadunidenses ocupassem a Wall Street, reproduzindo em Nova York um momento como da Praça Tahrir, de Cairo, capital do Egito. Para espanto dos proponentes e desespero dos entusiastas da especulação financeira, 5000 pessoas marchavam neste dia, atendendo a convocatória despretensiosa. De lá para cá, o movimento segue ativo, espalhando-se por outras cidades da superpotência e defrontando-se com a espiral do silêncio da mídia corporativa deles e, como era de se esperar, uma escalada repressiva.
A revolta das pessoas com um nível de informação razoável é saber que as máximas: “grande demais para falir” (too big to fail) e “grande demais para ir preso” (too big to jail), são simplesmente reais. Isto foi demonstrado em reportagens de fôlego por centros de jornalismo cidadão como Propublica.org e IwatchNews.org. Neste bojo, documentários como Trabalho Interno (Charles Ferguson, 2010) e o predecessor sobre a falência fraudulenta da empresa de energia Enron (Alex Gibney, 2005) sedimentaram um terreno mais que fértil para a revolta cidadã.
Diante dos efeitos nefastos que a “fraude com nome de crise financeira” vem causando, não se pode desconsiderar a acumulação de forças que um ato como a ocupação de Wall Street traz consigo.
Este artigo foi originalmente publicado no blog do jornalista Ricardo Noblat
Obs1: o portal Estratégia & Análise, com a modéstia e a tenacidade de sempre, soma-se às palavras de Noam Chomsky, empunhando lanças contra o gangsterismo do capital financeiro e seus asseclas midiáticos.
Obs2: diante do dever de ofício e do posicionamento junto às barricadas do pensamento crítico, membros deste portal participam de um esforço do Grupo de Pesquisa Cepos (Comunicação, Economia Política e Sociedade) em decifrar e denunciar a “fraude com nome de crise” e tomaram a iniciativa de fundar, dentro do Grupo, o Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Globalização Transnacional e da Cultura do Capitalismo (NIEG). Posicionamo-nos ao lado dos 99% mirando nas teses e enunciados fraudulentos dos 1% dominantes.
Fonte: Estratégia e Análise
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Wall Street: Rompendo 30 anos de controle sobre a imaginação humana
Por David Graeber, no jornal britânico Guardian
Occupy Wall Street redescobre a imaginação radical
Os jovens que protestam em Wall Street e além rejeitam esta ordem econômica vã. Eles vieram para resgatar o futuro.
Por que as pessoas estão ocupando Wall Street? Por que a ocupação - apesar da mais recente repressão policial - espalhou fagulhas através dos Estados Unidos, inspirando em alguns dias centenas de pessoas a mandar pizzas, dinheiro, equipamento e, agora, a começar seus próprios movimentos chamados OccupyChicago, OccupyFlorida, Occupy Denver ou Occupy LA?
Existem razões óbvias. Estamos vendo o começo de uma desafiadora auto-afirmação de uma nova geração de norte-americanos, uma geração que está vendo um futuro de educação sem emprego, sem futuro, mas sob o peso de uma dívida enorme e sem perdão. A maioria, descobri, é da classe trabalhadora ou de origem modesta, meninos e meninas que fizeram tudo o que foi recomendado a eles: estudaram, entraram na faculdade, e agora não apenas estão sendo punidos, mas humilhados - diante da perspectiva de serem tratados como zeros à esquerda, moralmente reprovados.
É realmente surpreendente que eles gostariam de trocar uma palavra com os magnatas financeiros que roubaram seu futuro?
Assim como na Europa, estamos vendo o resultado colossal de um fracasso. Os ocupantes são pessoas cheias de idéias, cujas energias uma sociedade saudável deveria aproveitar para melhorar a vida de todos. Em vez disso, elas estão usando a energia em busca de idéias para derrubar todo o sistema.
Mas o fracasso maior aqui é da imaginação. O que estamos testemunhando pode ser também uma demanda para finalmente ter um debate que todos nós supostamente deveríamos ter tido em 2008. Aquele era um momento, depois do quase-colapso da arquitetura financeira do mundo, em que qualquer coisa parecia possível.
Tudo o que havia sido dito a nós nas décadas anteriores provou-se mentira. Os mercados não eram auto-reguláveis; os criadores de instrumentos financeiros não eram gênios infalíveis; e as dívidas não tinham de ser verdadeiramente pagas ? na verdade, o dinheiro em si mostrou-se um instrumento político, trilhões de dólares podendo ser inventados durante a noite quando os bancos centrais ou governos assim quisessem. Mesmo a [revista britânica] Economist deu manchetes como “Capitalismo: Foi uma boa idéia?”.
Parecia o tempo para repensar tudo: a própria natureza dos mercados, do dinheiro, da dívida; de se perguntar para que serve uma “economia”. Isso durou talvez duas semanas. Então, numa das mais colossais faltas de coragem histórica, nós todos, coletivamente, colocamos nossas mãos sobre as orelhas e tratamos de tentar colocar as coisas o mais próximas do que tinham sido antes.
Talvez não seja surpreendente. Está se tornando crescentemente óbvio que a verdadeira prioridade daqueles que dirigiram o mundo nas últimas décadas não era criar uma forma viável de capitalismo, mas, em vez disso, nos convencer de que a atual forma de capitalismo é a única forma possível de sistema econômico, e que seus defeitos, portanto, são irrelevantes. Desta forma, todos assistimos sentados enquanto o aparato desaba.
O que aprendemos agora é que a crise econômica dos anos 70 na verdade nunca acabou. Foi superada com crédito barato e pilhagem maciça no Exterior ? esta última, de nome ?crise da dívida do Terceiro Mundo?. Mas o sul global lutou de volta. O movimento de “alter-globalização” foi, no fim das contas, bem sucedido: o Fundo Monetário Internacional foi expulso do Leste da Ásia e da América Latina, assim como agora está sendo expulso do Oriente Médio. Como resultado, a crise da dívida chegou à Europa e à América do Norte, repleta do mesmo tipo de solução: declare uma crise financeira, indique tecnocratas supostamente neutros para gerenciá-la e em seguida se engaje numa orgia de pilhagem em nome da ?austeridade?.
A forma de resistência que emergiu parece marcadamente similar ao velho movimento de justiça global, também: vemos a rejeição da antiga política partidária, a adoção da mesma diversidade radical, a mesma ênfase em inventar novas formas de democracia de baixo para cima. O que é diferente é o alvo: se em 2000 os protestos eram dirigidos ao poder das novas burocracias planetárias sem precedentes (Organização Mundial do Comércio, FMI, Banco Mundial, Nafta), instituições que não prestavam contas democraticamente, que existem apenas para servir aos interesses do capital transnacional; agora, é contra toda a classe política de países como a Grécia, a Espanha e agora, os Estados Unidos ? exatamente pelas mesmas razões. É por isso que os manifestantes tem hesitado em fazer demandas formais, já que isso significa o reconhecimento implícito dos políticos contra os quais eles se revoltam.
Quando a história for finalmente escrita, no entanto, é provável que todo este tumulto - começando com a Primavera árabe - será lembrado como o tiro de largada de uma onda de negociações sobre a dissolução do Império Norte-Americano. Trinta anos de insistente prioridade na propaganda sobre a substância, do solapamento de qualquer coisa que pudesse parecer base política de uma oposição, pode fazer parecer aos jovens manifestantes que suas perspectivas são sombrias; e está claro que os ricos estão determinados a garantir uma fatia tão grande quanto possível das sobras, jogando uma geração inteira de jovens aos lobos para garantir isso; mas a História não está do lado deles.
Talvez seja bom a gente considerar as consequências do colapso dos impérios coloniais europeus. Não levou ao sucesso dos ricos em agarrar toda a comida disponível, mas à criação do estado de bem-estar social. Não sabemos exatamente o que vai acontecer agora. Mas se os ocupantes finalmente conseguirem romper o controle exercido durante 30 anos sobre a imaginação humana, como aconteceu nas primeiras semanas depois de setembro de 2008, tudo vai novamente estar em jogo ? e os manifestantes de Wall Street e de outras cidades dos Estados Unidos terão feito por nós o maior dos favores.
PS do Viomundo: O movimento já atingiu 1015 cidades dos Estados Unidos.
Existem razões óbvias. Estamos vendo o começo de uma desafiadora auto-afirmação de uma nova geração de norte-americanos, uma geração que está vendo um futuro de educação sem emprego, sem futuro, mas sob o peso de uma dívida enorme e sem perdão. A maioria, descobri, é da classe trabalhadora ou de origem modesta, meninos e meninas que fizeram tudo o que foi recomendado a eles: estudaram, entraram na faculdade, e agora não apenas estão sendo punidos, mas humilhados - diante da perspectiva de serem tratados como zeros à esquerda, moralmente reprovados.
É realmente surpreendente que eles gostariam de trocar uma palavra com os magnatas financeiros que roubaram seu futuro?
Assim como na Europa, estamos vendo o resultado colossal de um fracasso. Os ocupantes são pessoas cheias de idéias, cujas energias uma sociedade saudável deveria aproveitar para melhorar a vida de todos. Em vez disso, elas estão usando a energia em busca de idéias para derrubar todo o sistema.
Mas o fracasso maior aqui é da imaginação. O que estamos testemunhando pode ser também uma demanda para finalmente ter um debate que todos nós supostamente deveríamos ter tido em 2008. Aquele era um momento, depois do quase-colapso da arquitetura financeira do mundo, em que qualquer coisa parecia possível.
Tudo o que havia sido dito a nós nas décadas anteriores provou-se mentira. Os mercados não eram auto-reguláveis; os criadores de instrumentos financeiros não eram gênios infalíveis; e as dívidas não tinham de ser verdadeiramente pagas ? na verdade, o dinheiro em si mostrou-se um instrumento político, trilhões de dólares podendo ser inventados durante a noite quando os bancos centrais ou governos assim quisessem. Mesmo a [revista britânica] Economist deu manchetes como “Capitalismo: Foi uma boa idéia?”.
Parecia o tempo para repensar tudo: a própria natureza dos mercados, do dinheiro, da dívida; de se perguntar para que serve uma “economia”. Isso durou talvez duas semanas. Então, numa das mais colossais faltas de coragem histórica, nós todos, coletivamente, colocamos nossas mãos sobre as orelhas e tratamos de tentar colocar as coisas o mais próximas do que tinham sido antes.
Talvez não seja surpreendente. Está se tornando crescentemente óbvio que a verdadeira prioridade daqueles que dirigiram o mundo nas últimas décadas não era criar uma forma viável de capitalismo, mas, em vez disso, nos convencer de que a atual forma de capitalismo é a única forma possível de sistema econômico, e que seus defeitos, portanto, são irrelevantes. Desta forma, todos assistimos sentados enquanto o aparato desaba.
O que aprendemos agora é que a crise econômica dos anos 70 na verdade nunca acabou. Foi superada com crédito barato e pilhagem maciça no Exterior ? esta última, de nome ?crise da dívida do Terceiro Mundo?. Mas o sul global lutou de volta. O movimento de “alter-globalização” foi, no fim das contas, bem sucedido: o Fundo Monetário Internacional foi expulso do Leste da Ásia e da América Latina, assim como agora está sendo expulso do Oriente Médio. Como resultado, a crise da dívida chegou à Europa e à América do Norte, repleta do mesmo tipo de solução: declare uma crise financeira, indique tecnocratas supostamente neutros para gerenciá-la e em seguida se engaje numa orgia de pilhagem em nome da ?austeridade?.
A forma de resistência que emergiu parece marcadamente similar ao velho movimento de justiça global, também: vemos a rejeição da antiga política partidária, a adoção da mesma diversidade radical, a mesma ênfase em inventar novas formas de democracia de baixo para cima. O que é diferente é o alvo: se em 2000 os protestos eram dirigidos ao poder das novas burocracias planetárias sem precedentes (Organização Mundial do Comércio, FMI, Banco Mundial, Nafta), instituições que não prestavam contas democraticamente, que existem apenas para servir aos interesses do capital transnacional; agora, é contra toda a classe política de países como a Grécia, a Espanha e agora, os Estados Unidos ? exatamente pelas mesmas razões. É por isso que os manifestantes tem hesitado em fazer demandas formais, já que isso significa o reconhecimento implícito dos políticos contra os quais eles se revoltam.
Quando a história for finalmente escrita, no entanto, é provável que todo este tumulto - começando com a Primavera árabe - será lembrado como o tiro de largada de uma onda de negociações sobre a dissolução do Império Norte-Americano. Trinta anos de insistente prioridade na propaganda sobre a substância, do solapamento de qualquer coisa que pudesse parecer base política de uma oposição, pode fazer parecer aos jovens manifestantes que suas perspectivas são sombrias; e está claro que os ricos estão determinados a garantir uma fatia tão grande quanto possível das sobras, jogando uma geração inteira de jovens aos lobos para garantir isso; mas a História não está do lado deles.
Talvez seja bom a gente considerar as consequências do colapso dos impérios coloniais europeus. Não levou ao sucesso dos ricos em agarrar toda a comida disponível, mas à criação do estado de bem-estar social. Não sabemos exatamente o que vai acontecer agora. Mas se os ocupantes finalmente conseguirem romper o controle exercido durante 30 anos sobre a imaginação humana, como aconteceu nas primeiras semanas depois de setembro de 2008, tudo vai novamente estar em jogo ? e os manifestantes de Wall Street e de outras cidades dos Estados Unidos terão feito por nós o maior dos favores.
PS do Viomundo: O movimento já atingiu 1015 cidades dos Estados Unidos.
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Milhares ao redor do mundo protestam contra sistema financeiro
Nuvens de fumaça cobrem cidade durante protestos em Roma; manifestações ocorrem em 82 países
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Milhares de pessoas foram às ruas de cidades do mundo todo, neste sábado (15), em um dia global de protestos. Os atos questionam a elite financeira, a desigualdade econômica e o socorro aos bancos em detrimento das populações dos países endividados, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.
A onda de protestos global, sob o lema "United for globalchange" (Unidos por uma mudança global, na tradução livre), faz parte da iniciativa internacional convocada para 951 cidades de 82 países --incluído o Brasil-- e reforçam o movimento "Occupy Wall Street" (Ocupe Wall street, em tradução livre), que mobiliza Nova York há quase um mês.
Paralelo ao protesto, o G20 --grupo que reúne os 20 países mais ricos e os principais emergentes-- se comprometeu hoje a garantir que o FMI (Fundo Monetário Internacional) disponha de recursos necessários, de acordo com o comunicado final da reunião ministerial realizada neste sábado em Paris.
O contágio do sistema econômico mundial tem gerado impacto na precária recuperação das economias dos países ricos, que têm promovido cortes de gastos (especialmente sociais) e aumentado impostos para tentar reverter a situação e diminuir a dívida pública. No entanto, as atitudes governamentais, classificadas como austeras pelas populações, deprimem essas economias e geram insegurança no consumo, pilar importante de composição do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas geradas por um Estado). Somado a esse cenário recessivo, a perda de postos de trabalho gera um onda de insatisfação.
Até agora, as mobilizações em Roma, na Itália, foram as mais violentas, devido aos confrontos entre a polícia e centenas de manifestantes, que transformaram as ruas da capital italiana em uma espécie de batalha campal durante mais de quatro horas. Dezenas de pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.
A polícia recorreu ao uso da força para dispersar manifestantes, que partiram para o vandalismo e incendiaram veículos, atacaram bancos e estabelecimentos comerciais e jogaram pedras e pedaços de madeira.
EUA
Cerca de 2.000 manifestantes ligados ao movimento Occupy Wall Street fizeram uma passeata pelo centro financeiro de Nova York antes de outra, em Times Square, em meio a protestos globais para denunciar a desigualdade econômica.
A polícia de Nova York registrou 20 detenções depois que alguns manifestantes tentaram entrar em uma filial do Citibank "para fechar suas contas". Desde que começaram os acampamentos na cidade, a Polícia de Nova York realizou quase mil detenções, algumas maciças, como a detenção de mais de 700 pessoas no início do mês, e outras de dezenas, como as 14 registradas na sexta-feira.
Os manifestantes entoavam frases como "Nós fomos vendidos, bancos foram resgatados", "Todo dia, a semana inteira, ocupar Wall Street" e "Ei, Ei, Ho, Ho, a ganância corporativa tem que acabar" enquanto marchavam pelas ruas da área chamada Lower Manhattan.
Centenas se reuniram em Washington, capital norte-americana, assim como na canadense Toronto, de maneira pacífica durante o sábado.
Cerca de 20 mil pessoas foram às ruas de Lisboa e ocuparam as escadarias do Parlamento português
EUROPA
Cerca de 40 mil pessoas fizeram uma passeata em Portugal, e centenas conseguiram furar um bloqueio policial em volta do parlamento em Lisboa e ocupar suas escadarias de mármore.
Trata-se de um dos maiores protestos recentes no país, que se seguiu ao anúncio do governo, na quinta-feira, de que adotaria uma série de novas medidas de austeridade, como cortar férias de funcionários públicos e aumentar impostos.
Em Lisboa, mais de 20 mil protestaram, da praça Marquês de Pombal até o palácio São Bento, que acomoda a Assembleia Nacional.
"Esta dívida não é nossa" e "FMI, saia daqui agora!" eram alguns dos gritos de guerra entoados pela multidão.
Um grupo de jovens invadiu o parlamento gritando "Invasão!", "Invasão!", mas a tropa de choque da polícia conseguiu manter a situação sob controle.
Outras 20 mil pessoas também fizeram uma passeata no Porto, a segunda maior do país.
As medidas de austeridade incluíram cortes de salário no setor público, o que enfureceu trabalhadores em todo o país.
Endividado, Portugal aumentou impostos e cortou o orçamento para cumprir com as metas fiscais impostas pelo plano de ajuda de 78 bilhões de euros concedido pela União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Em Frankfurt, na Alemanha --capital financeira da Europa-- cerca de 5.000 pessoas protestaram em frente ao Banco Central Europeu.
Manifestantes vão às ruas em Frankfurt, na Alemanha; protestos contra crise se espalham pelo mundo
São cerca de 6.000 pessoas, segundo a organização antiglobalização Attac, e 5.000, de acordo com a polícia, na praça em frente ao instituto monetário europeu, na qual se vê um grande símbolo do euro azul e amarelo.
Nos cartazes dos manifestantes era possível ler, entre outros lemas, "Acabemos com a ditadura do capitalismo".
Na Grécia --país que agoniza em busca de apoio da União Europeia para a concretização de um segundo pacote de ajuda para pagamento de vencimentos e salários do funcionalismo, entre outros problemas--, centenas de manifestante se reuniram na praça Sintagma, em Atenas, cercados de grandes medidas de segurança, para participar do movimento mundial.
A praça onde aconteceu a concentração se transformou em símbolo dos protestos contra a política de cortes aplicada pelo governo. Entretanto, no início da tarde a concentração de pessoas estava abaixo das expectativas, em um país que teve várias greves setoriais contra políticas de austeridade nas últimas semanas.
A polícia cercou a praça, onde se situa o parlamento, para evitar qualquer distúrbio. A manifestação conta com apresentações de vários grupos musicais, e o protesto se desenvolve em ambiente festivo e pacífico.
Hoje, em reunião dos ministros das finanças do G20, as principais economias do mundo instigaram a Europa a atuar com firmeza nos próximos oito dias para resolver a crise de dívida soberana na zona do euro, especialmente a grega, italiana e espanhola, que ameaça a economia global.
Em Londres, cerca de 500 pessoas marcharam da catedral de St. Paul até a Bolsa de Valores, onde também estava o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
Os manifestantes, cercados por três cordões policiais e por uma polícia montada atrás, carregavam bandeiras que proclamavam "Não mais cortes", em referência à política drástica de austeridade do governo britânico, ou inclusive "Goldman Sachs é obra do diabo".
Em Madri, manifestantes se aglomeraram na praça Porto do Sol. Manifestações devem ocorrer em ao menos outras 60 cidades da Espanha, segundo o jornal "El Pais".
Na Bélgica, milhares também foram às ruas de Bruxelas. A manifestação partiu da estação Norte da capital belga com direção à praça da Bolsa de Valores, no centro da cidade, e posteriormente rumo ao distrito onde ficam as sedes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu.
Os manifestantes levavam cartazes contrários à resposta europeia à crise financeira, ao sistema capitalista e em favor da mobilização dos cidadãos. "Parem a ditadura financeira", "Por uma Europa solidária" e "O dinheiro mata" eram algumas das mensagens mais repetidas no protesto.
Manifestantes marcham durante protesto em Tóquio; atos contra crise global chegaram à Ásia
PROTESTOS NA ÁSIA E OCEANIA
O protesto mundial teve repercussão significativa em países da Ásia e Oceania, tanto nas ruas como nas redes sociais, com contestações ao sistema financeiro capitalista.
As manifestações ocorreram em países como Austrália, Nova Zelândia e Japão, mas foram marcadas pelo clima pacífico e festivo. Em Cingapura, onde raramente o governo autoriza protestos, as manifestações foram vetadas. Não houve nem tentativa na China continental, país não incluído pelos organizadores do movimento.
A variedade de lemas e a diversidade de organizações que expressaram apoio à convocação de passeatas não mobilizaram massas de cidadãos em regiões asiáticas, mas conseguiram emplacar o protesto entre os trending topics (assuntos mais comentados) no microblog Twitter.
Em Tóquio, cerca de cem manifestantes percorreram debaixo de chuva o centro da cidade sob o lema "Ocuppy Tokyo" ("Ocupe Tóquio) até chegar ao parque de Hibiya, informa a agência de notícias Kyodo.
Os manifestantes passaram também pela sede da Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina atômica de Fukushima Daiichi, epicentro da catástrofe nuclear de 11 de março.
Além da Nova Zelândia, as capitais das Filipinas e Indonésia também se somaram ao movimento. Apesar da falta de protestos na China continental, centenas de pessoas se manifestaram nos distritos financeiros de Taipé, capital da ilha de Taiwan, e da ex-colônia britânica de Hong Kong.
Fonte DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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