Revista mostra que Carlinhos Cachoeira ampliou tentáculos a vários estados
O governaodor Silval Barbosa, um dos governadores que aparecem na Época: contratos
DA REDAÇÃO/Mídia News
Os contratos de locação de veículos que o governo de Mato Grosso possui com a Contrutrora Delta são um dos destaques da Revista Época, ligada à Rede Globo, que circula nesta semana.
Sob o título "Negócios que não param de jorrar", a revista mostra que o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em Brasília, usou a Construtora Rio Tocantins (CTR) para fazer negócios em Mato Grosso e em outros Estados.
"Até 2010, a CRT não tinha nenhum contrato com o governo de Mato Grosso. Depois da posse do governador Silval Barbosa (PMDB), a CRT melhorou de vida. Primeiro foi contratada, sem licitação, para executar serviços emergenciais numa rodovia estadual não pavimentada. Em agosto do ano passado, a empreiteira conseguiu um contrato para alugar 900 carros para o governo de Mato Grosso por um ano, por R$ 70 milhões. O governo de Mato Grosso diz que o contrato foi cancelado depois que o escândalo Cachoeira eclodiu", diz trecho da reportagem.
A reportagem, assinada pelos jornalistas Andrei Meireles, Murilo Ramos e Leonel Rocha, também cita o contrato de aluguel de carros que a Delta mantém com o governo Silval Barbosa.
"Além de ter a turma de Cachoeira por trás, a estratégia da CRT é semelhante à seguida pela Delta. ÉPOCA revelou, na semana passada, que a Delta obteve três contratos para aluguel de carros para o mesmo governo de Mato Grosso. Os compromissos somam cerca de R$ 20 milhões. Nesse caso, nem houve concorrência. Para isso, o governo de Mato Grosso aderiu a uma ata, obtida pela Delta em 2009 com o governo de Goiás, onde Cachoeira era forte. Em abril, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás elevou o pagamento anual para aluguel dos carros de R$ 37,5 milhões para R$ 49 milhões e aumentou o prazo por mais um ano", diz trecho da reportagem.
Sob o título "Negócios que não param de jorrar", a revista mostra que o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em Brasília, usou a Construtora Rio Tocantins (CTR) para fazer negócios em Mato Grosso e em outros Estados.
"Até 2010, a CRT não tinha nenhum contrato com o governo de Mato Grosso. Depois da posse do governador Silval Barbosa (PMDB), a CRT melhorou de vida. Primeiro foi contratada, sem licitação, para executar serviços emergenciais numa rodovia estadual não pavimentada. Em agosto do ano passado, a empreiteira conseguiu um contrato para alugar 900 carros para o governo de Mato Grosso por um ano, por R$ 70 milhões. O governo de Mato Grosso diz que o contrato foi cancelado depois que o escândalo Cachoeira eclodiu", diz trecho da reportagem.
A reportagem, assinada pelos jornalistas Andrei Meireles, Murilo Ramos e Leonel Rocha, também cita o contrato de aluguel de carros que a Delta mantém com o governo Silval Barbosa.
"Além de ter a turma de Cachoeira por trás, a estratégia da CRT é semelhante à seguida pela Delta. ÉPOCA revelou, na semana passada, que a Delta obteve três contratos para aluguel de carros para o mesmo governo de Mato Grosso. Os compromissos somam cerca de R$ 20 milhões. Nesse caso, nem houve concorrência. Para isso, o governo de Mato Grosso aderiu a uma ata, obtida pela Delta em 2009 com o governo de Goiás, onde Cachoeira era forte. Em abril, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás elevou o pagamento anual para aluguel dos carros de R$ 37,5 milhões para R$ 49 milhões e aumentou o prazo por mais um ano", diz trecho da reportagem.
Negócios que não param de jorrar
O bicheiro Carlinhos Cachoeira tinha outra empreiteira para fazer negócios e procurava oportunidades de explorar jogos em Mato Grosso e no Paraná
ANDREI MEIRELES, MURILO RAMOS E LEONEL ROCHA
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (Foto: Ed Alves/Esp. CB/D.A Press)
Todos sabem que o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos,o Carlinhos Cachoeira, começou a vida no
ramo de jogos ilegais. Com a ajuda de políticos e policiais e o uso de
recursos do submundo, Cachoeira se tornou um homem próspero, com
negócios nos ramos farmacêutico e da construção civil. Seu braço nessa
área era a construtora Delta. A extensa investigação da Polícia Federal
na Operação Monte Carlo mostra, à exaustão, quanto Cachoeira se
empenhava para conseguir negócios para a empreiteira. Mas, como bom
empresário, Cachoeira procurava diversificar seus negócios. Cachoeira
usou a Construtora Rio Tocantins (CRT) para fazer negócios em Mato
Grosso e em outros Estados da região. Assim como aconteceu com a Delta,
os negócios da CRT ex-pandiram-se consideravelmente nos últimos anos.
OPORTUNIDADES
O bicheiro Carlinhos Cachoeira. O governo de Silval contratou uma empreiteira ligada a Cachoeira. O bicheiro também estava de olho na loteria do Estado (Foto: Iano Andrade/CB/D.A Press)
A história da CRT se parece muito com a da Delta. No caso da Delta, o
elo inicial de Cachoeira era o diretor da empresa para o Centro-Oeste,
Cláudio Abreu. Os dois são sócios em outras empresas. Nos bastidores,
Cachoeira trabalhava pela Delta. A CRT está registrada em nome do
empresário Rossine Aires Guimarães. Fazendeiro no Tocantins, dono de um
rebanho estimado em cerca de 80 mil cabeças de gado, Rossine é um homem
discreto. De acordo com a investigação da Polícia Federal, Rossine é
sócio de Cachoeira e de Cláudio Abreu em outras empresas e
empreendimentos no Tocantins, no Distrito Federal e em Mato Grosso. Em
conversas gravadas pela PF, Carlinhos Cachoeira afirma que usará a CRT
como alternativa à Delta em negócios com administrações públicas. Até
2010, a CRT não tinha nenhum contrato com o governo de Mato Grosso.
Depois da posse do governador Silval Barbosa (PMDB), a CRT melhorou de
vida. Primeiro foi contratada, sem licitação, para executar serviços
emergenciais numa rodovia estadual não pavimentada. Em agosto do ano
passado, a empreiteira conseguiu um contrato para alugar 900 carros para
o governo de Mato Grosso por um ano, por R$ 70 milhões. O governo de
Mato Grosso diz que o contrato foi cancelado depois que o escândalo
Cachoeira eclodiu.
No governo de Barbosa, a empreiteira CRT foi contratada para alugar carros e fazer obras em Mato Grosso
A CRT foi contratada pelo governo de Mato Grosso por meio de um
instrumento burocrático chamado de Ata de Registro de Preços. Funciona
assim: a empresa participa de uma concorrência pública para ser a dona
da ata. Mas, depois, tudo fica menos burocrático. Com a ata, a empresa
pode ser contratada, sem concorrência, por qualquer órgão público em
todo o país. Além de ter a turma de Cachoeira por trás, a estratégia da
CRT é semelhante à seguida pela Delta. ÉPOCA revelou, na semana passada,
que a Delta obteve três contratos para aluguel de carros para o mesmo
governo de Mato Grosso. Os compromissos somam cerca de R$ 20 milhões.
Nesse caso, nem houve concorrência. Para isso, o governo de Mato Grosso
aderiu a uma ata, obtida pela Delta em 2009 com o governo de Goiás, onde
Cachoeira era forte. Em abril, a Secretaria de Segurança Pública de
Goiás elevou o pagamento anual para aluguel dos carros de R$ 37,5
milhões para R$ 49 milhões e aumentou o prazo por mais um ano.
Os bastidores desse negócio estão num diálogo gravado pela Polícia
Federal e obtido por ÉPOCA. Em 16 de abril de 2011, Cachoeira conta a
Cláudio Abreu que o procurador Ronald Bicca lhe dissera que impediu o
secretário de Segurança de promover uma licitação para a compra de
carros. Cachoeira e Abreu comemoram a decisão. Ela beneficiou a Delta,
que continuou a alugar os carros para a frota da Secretaria de
Segurança. Um mês depois dessa conversa, a Delta Construção pediu – e
conseguiu – o reajuste dos preços. O aval para o reajuste, o valor e a
prorrogação do contrato por um ano foram definidos por Ronald Bicca,
então procurador-geral de Goiás. Bicca foi afastado do cargo depois de
ser citado em conversas gravadas entre Cachoeira e o senador Demóstenes
Torres
Demóstenes ficou conhecido no Senado pelos jantares regados a bons
vinhos. ÉPOCA já mostrou gravações da Polícia Federal em que Demóstenes e
Cachoeira trocavam impressões e conhecimentos sobre vinhos. De acordo
com políticos, num desses jantares na casa de Demóstenes, no ano
passado, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, encontrou Cláudio
Abreu. A aproximação fazia sentido. Escutas telefônicas mostram que,
entre os interesses da turma de Cachoeira em Mato Grosso, estava o
controle da Loteria Estadual (Lemat), fechada desde o final da década de
1980. Em outubro do ano passado, Barbosa assinou um decreto para
reativar a loteria. Em dezembro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso
aprovou uma emenda que autoriza a exploração da loteria por empresas
privadas. O autor da proposta foi o presidente da Assembleia, deputado
José Geraldo Riva (PSD), um político envolvido em vários escândalos, que
responde a mais de 100 processos por improbidade administrativa. Estava
marcada para a semana passada a audiência pública sobre a loteria. Com a
Operação Monte Carlo, o governador Silval Barbosa suspendeu a audiência. Desde o final de março, ÉPOCA tenta obter respostas de
Barbosa, sobre a proximidade de sua administração com a turma de
Cachoeira. Na semana passada, Barbosa se limitou a dizer que nunca
esteve com Cachoeira.
Mais de 10 mil dias seguidos seriam necessários para uma pessoa ouvir
todos os diálogos captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
Poucas horas de atenção aos áudios seriam necessárias para essa mesma
pessoa perceber que o sucesso da quadrilha dependia da colaboração de
servidores públicos e políticos. Na semana passada, em sessão secreta da
CPMI do Cachoeira, no Senado, o delegado federal Matheus Mella
Rodrigues, responsável pela Monte Carlo, listou 81 pessoas, muitas delas
políticos, que mantinham contatos com integrantes da organização
criminosa ou seriam cortejados por eles. Entre os listados está o
governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Em 23 de agosto de 2011, Lenine
Araújo, um dos principais colaboradores de Cachoeira, e Miguel Marrula
(DEM), ex-vereador de Anápolis, em Goiás, falam da pretensão de
Cachoeira de expandir sua atuação no Paraná. “Meu primo é muito… do
vice-governador de lá, sabe? E quer levar o Carlinhos Cachoeira para
conhecer o Beto Richa, lá, e a gente pode aproveitar alguma coisa nisso,
você concorda?”, diz Marrula a Araújo. “Ele (Richa) é da família nossa.
Você pensa num caboclo que gosta de um jogo...” Durante audiência na
CPI, ficou claro que o primo a quem Marrula se refere é Amin Hannouche
(PP), prefeito de Cornélio Procópio, no Paraná. Amin tem pretensões de
ser o candidato a vice-governador de Beto Richa na eleição de 2014.
Marrula diz que, apesar de pequeno, o grupo ligado ao primo é forte.
“Está com a faca e o queijo na mão porque o pessoal de lá, o secretário
de Segurança, nós que colocamos…é gente da minha casa. É gente do meu
primo”, afirma. O secretário de Segurança do Paraná, Reinaldo Almeida
César Sobrinho, seria o personagem da conversa entre Marrula e Araújo.
Sobrinho foi presidente da Associação de Delegados Federais e assessor
do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O delegado Sobrinho
afirmou a ÉPOCA que não conhece Marrula nem Cachoeira. Disse, ainda, que
conheceu o prefeito de Cornélio Procópio meses depois de ter assumido a
Secretaria de Segurança e nega interferência dele em sua nomeação. Ao
jornal Gazeta do Povo, Amin confirmou ser primo de Miguel Marrula, mas
negou relações com Cachoeira.
Fonte:Mídia News
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