Não concordamos com esse tipo de acordo. Como representante do PDT
na CPI não participo deste tipo de acordo – afirmou Pedro Taques, para
quem a CPI já deveria ter “afastado sigilo bancário e fiscal da
construtora e notificado governadores para prestar depoimentos”.
Da Pagina do Enock
O senador Pedro Taques (PDT-MT) denunciou, em Plenário, a realização
de “quase que um acordo” entre PT e PSDB para que integrantes dos dois
partidos não sejam investigados pela Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPI) do Cachoeira. Em forte pronunciamento nesta quinta-feira
(24), ele também anunciou ter ingressado na Justiça Federal com ação
para tornar indisponíveis os bens da Delta Construtora e ingressado no
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com representação contra o
ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro, que recebeu
dinheiro da Construtora em triangulação financeira.
De acordo com Pedro Taques, a indisponibilidade dos bens da
construtora deveria ter sido tomada no âmbito da CPI, mas ele acusou o
presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator,
deputado federal Odair Cunha (PT-MG), de terem feito “quase que um
acordo” para não ouvir algumas pessoas ligadas ao PT e ao PSDB.
- Não concordamos com esse tipo de acordo. Como representante do PDT
na CPI não participo deste tipo de acordo – afirmou Pedro Taques, para
quem a CPI já deveria ter “afastado sigilo bancário e fiscal da
construtora e notificado governadores para prestar depoimentos”.
A ação na Justiça Federal, assinada também pelo senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) e pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), é uma ação
cautelar preparatória para uma ação popular que pede, além da urgência
na indisponibilidade dos bens e ativos da empresa, também urgência do
bloqueio de arquivamento de alterações societárias da empresa na Junta
Comercial do Rio de Janeiro. Pede ainda a nomeação de um interventor
judicial para a construtora, “para que ela não possa continuar a
dilapidar seu patrimônio, para que obras do PAC [Programa de Aceleração
do Crescimento] que está a realizar não sejam adiadas e que mais de 30
mil trabalhadores não percam seus empregos”. O senador lembrou que a
Construtora recebeu quase R$ 4 bilhões do PAC e que parte desse valor
foi depositado em contas de empresas fantasmas ligadas a Carlinhos
Cachoeira.
Brindeiro
Pedro Taques informou ainda que R$ 200 mil saídos da conta da Delta
Construtora acabaram depositados na conta do escritório de advocacia do
ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro
- Enquanto procuradores da República, policiais federais e juízes
participavam de grandes investigações de uma organização criminosa, que
envolve risco de morte para todos, o ex-procurador-geral da República
recebe esses valores em seu escritório. Eu, como cidadão e ex-procurador
da República, quero saber disso. Não é razoável – afirmou o senador,
que anunciou entrar hoje com uma representação no CNMP para investigar a
situação.
Pedro Taques disse ser “uma excrescência, uma teratologia jurídica”, a
permissão dada pela Constituição para que procuradores da República que
ingressaram na instituição antes de 1988 possam advogar. Afirmou que
não quer fazer pré-julgamentos, mas o recebimento de recursos oriundos
da Delta pelo escritório de Geraldo Brindeiro “é um fato grave”.
- Precisamos saber se estes valores foram recebidos para exercer a
advocacia e a que título – afirmou o ex-procurador da República.
Pedro Taques explicou que os valores saíram da Delta, entraram em
duas empresas de fachada chamadas Pantoja e Brava, seguiram para a conta
do principal contador de Carlinhos Cachoeira e dali R$ 200 mil foram
para escritório de advocacia.
Em aparte, o senador Randolfe Rodrigues agradeceu a honra de poder
assinar a petição preparada por Pedro Taques e apresentada à Justiça
Federal.
Da Agência Senado
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