sábado, 30 de junho de 2012

QUEM APÓIA OS GOLPISTAS PARAGUAIOS? OS TUCANOS, CLARO!


 O grande truque do diabo é fingir que não existe.

Então, direitistas colocaram em circulação teses como a de que não existem mais direita e esquerda, de que a História acabou a partir da globalização capitalista e outras sandices convenientes para eles.

Há muitos papagaios que, embora não sendo de direita, repetem essas bobagens para se fazerem de diferentes.

São os  tolos blasés, parentes daqueles  tolos pomposos  que acreditaram ser capazes de barrar as cotas universitárias apenas e tão-somente afixando suas assinaturas de grandes pavões num papelucho inspirado por Ali Kamel...

Pelo contrário, a divisão entre direita e esquerda está mais nítida do que nunca.

P. ex., na seção Tendências/Debates da Folha de S. Paulo, quem, tresandando a enxofre, vem defender o golpe paraguaio, afirmando que não existiu golpe? Um tucano, claro. O senador Alvaro Dias (PR).


Cujo papelucho (outro!) tem um trecho pra lá de suspeito:
"O meu entendimento, com a chancela do PSDB, de apoio e respeito ao novo governo se ampliou em uma recente visita ao meu gabinete de uma comitiva de parlamentares paraguaios".

 Quem está familiarizado com os bastidores políticos --eu tenho, por haver trabalhado na Coordenadoria de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes, sendo obrigado a tampar o nariz a cada momento-- sabe que golpistas caçando apoios sempre chegam com algo sonante na bagagem, além do papo furado.


Por coincidência, o Jornal do Brasil traz, também neste sábado, mais um tiro na mosca do veterano analista político Mauro Santayana, que é de esquerda, não nega, e combate a direita que, diabolicamente, finge não o ser:
"O novo governo paraguaio pode ficar tranquilo: o senador Álvaro Dias garantiu ao presidente Franco o apoio incondicional do PSDB à nova ordem estabelecida em Assunção. Com essa solidariedade, o chefe de governo do país vizinho está apto a reverter a situação de repúdio continental, vencer a parada no Mercosul e roncar grosso — como, aliás, está começando a fazer — contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai.


O problema todo é que o bravíssimo senador Álvaro Dias, companheiro de dueto, até há poucas semanas, do senador Demóstenes Torres nas objurgatórias morais contra o governo, não combinou esse apoio com o povo paraguaio, que irá às urnas em abril e, provavelmente, nelas dirá o que pensa da 'parlamentada' de Assunção. E, mais ainda: não será ouvido nos foros internacionais que estão tratando do tema. Nesses centros de decisão, quem estará decidindo serão os chefes de Estado e os chanceleres dos países do continente. Por enquanto, estando na oposição, os tucanos não podem falar em nome do Brasil".
De resto, quem na Folha propõe, em contraposição a Álvaro Dias, tolerância zero com golpes, é de esquerda e tem orgulho de ser da esquerda: o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL-AP.


Este não nega o óbvio ululante:
"A deposição, por parte do parlamento do Paraguai, do presidente Fernando Lugo é um grave atentado à democracia.


O julgamento realizado pelo Congresso Nacional paraguaio, liderado pelos partidos conservadores daquele país, teve como objetivo desestabilizar a democracia e recuperar os privilégios das elites paraguaias, impedindo a conclusão do mandato do presidente poucos meses antes das eleições.


Isso explica o rito sumário que sequer assegurou condições mínimas de defesa ao presidente acusado.


...não podemos ficar passivos, já que qualquer tentativa de diminuir o significado do golpe de Estado no país vizinho incidirá, num futuro próximo, na democracia do resto da América Latina.


Assim, o Brasil deve responder com firmeza, repudiando taxativamente a deposição do presidente paraguaio Fernando Lugo".
O diabo terá de ocultar melhor os chifres e o rabo, se quiser tornar-se crível.

Fonte: Náufrago da Utopia
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Apesar de suspensão até abril, Paraguai não sofrerá sanções econômicas; anfitriã da cúpula, presidenta argentina diz que Venezuela se tornará membro pleno em 31 de julho

Os presidentes do Mercosul anunciaram nesta sexta-feira a suspensão do Paraguai do bloco de comércio até que se celebrem as eleições de abril de 2013, mas sem a imposição de sanções econômicas. As medidas são uma retaliação à destituição, há uma semana, de Fernando Lugo.

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Presidentas da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff, 
                    são vistas durante cúpula do Mercosul em Mendoza       EFE


"O Mercosul suspende temporariamente o Paraguai até que seja realizado o processo democrático que novamente instale a soberania popular no país", disse Cristina ao encerrar a reunião celebrada na cidade argentina de Mendoza (oeste da Argentina).

Anfitriã do evento, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou que a Venezuela se tornará membro pleno do grupo a partir de 31 de julho. A Venezuela, um membro associado do bloco, tentava conseguir o status pleno há anos, mas a iniciativa vinha sendo bloqueada pelos congressistas paraguaios.

 
"A data e lugar será 31 de julho no Rio de Janeiro, quando a República Bolivariana da Venezuela será incorporada como membro pleno do Mercosul", disse Cristina ao resumir o conteúdo da declaração firmada pelos governantes do bloco.

 
Ao discursar, a presidenta Dilma Rousseff disse esperar "que a Venezuela formalize a adesão buscada com esforço". Em menção indireta ao Paraguai, Dilma disse que o Mercosul tem "o compromisso democrático" e rejeita "ritos sumários", em uma referência ao rápido impeachment de Lugo. Segundo Dilma, o Mercosul está aberto para a adesão de novos sócios plenos do bloco.

 
Em Caracas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comemorou a decisão e afirmou que o ingresso do país no Mercosul, após sete anos de espera, representa "uma derrota para o imperialismo americano e as burguesias lacaias da região".

 
Lugo foi cassado em um processo de impeachment relâmpago pelo Congresso do Paraguai após uma reintegração de posse violenta que deixou 17 mortos entre policiais e sem-terra em uma reserva florestal perto da fronteira do Brasil em 15 de junho.

 
Na avaliação dos presidentes do Mercosul, "a ordem democrática foi quebrada" no Paraguai porque Lugo não teve tempo hábil para sua defesa. "(Mas o grupo) não acredita em sanções econômicas, porque elas não prejudicam os governos. Elas sempre prejudicam a população", disse Cristina.

 
O Paraguai é um dos países mais pobres da América do Sul e qualquer sanção econômica teria sido desastrosa, já que metade de seu comércio é com os outros membros fundadores do Mercosul - Argentina, Brazil e Uruguai.

 
O Mercosul proibiu o sucessor de Lugo, o ex-vice-presidente Federico Franco, de participar do encontro. Franco diz que a transição de poder no Paraguai foi feita de acordo com a lei e que a atual proibição de comparecer aos encontros já é punição suficiente.

 
A princípio, Lugo disse que compareceria à cúpula para apresentar seu caso para os líderes regionais, mas mais tarde mudou de ideia. Depois declarou-se contrário às sanções econômicas, afirmando que só prejudicariam os paraguaios comuns.

 
Apesar da pequena importância geopolítica do Paraguai, a cassação do mandato de Lugo, cuja presidência foi marcada por um diagnóstico de câncer e vários escândalos de paternidade, mergulhou o país em uma profunda crise política e o tornou uma prioridade para os outros líderes da região.

 
Adesão da Venezuela

 
A Venezuela fez seu pedido formal de adesão ao bloco em 2005. O pedido foi analisado pelos Congressos dos quatro países-membros. Apenas o Senado paraguaio ainda não havia aprovado a adesão, sob o argumento, de alguns senadores, de que a Venezuela não respeita os valores democráticos exigidos pelo bloco.

 
Ironicamente, esse foi o mesmo argumento usado pelos sócios do bloco para suspender o Paraguai após o impeachment de Lugo.

 
Mais cedo, em Assunção, o presidente Franco lamentou a suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e não descartou que o país firme um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os EUA. “Ao ser suspenso, o Paraguai está liberado para tomar decisões e faremos o que for melhor para os interesses paraguaios”, disse segundo a imprensa paraguaia.

 
Quando questionado sobre a possibilidade de “negociar acordos comerciais com EUA, China ou outros países”, o presidente paraguaio respondeu: “É uma possibilidade.”



iG

Fonte: Abra a Boca Cidadão


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