Os proprietários de órgãos de comunicação privados insistem em dar uma conotação nobre às suas atividades, quando, na verdade, a informação e a opinião, que são os produtos vendidos por eles, têm o propósito de defender os interesses da classe dominante.
Por DAVIS SENA FILHO
Brasil 247
Brasil 247
Depois de acompanhar a cobertura da imprensa de mercado, ou seja, de
negócios privados sobre a morte do estadista e revolucionário, Hugo
Chaves, cheguei à seguinte conclusão:
Há algum tempo, quando eu era um jovem jornalista, percebi que as
redações da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos,
tá?) praticam apenas o jornalismo empresarial, de negócios, bem como,
irrefragavelmente, tem lado, cor, partido, ideologia e preferências
culturais, raciais e de classe social.
Sabem por que essas distorções acontecem nas redações? Porque o
jornalismo é tratado como produto por empresas de comunicação cujos
proprietários são megaempresários, que estão a fim de ganhar dinheiro,
aliás, muito dinheiro, como qualquer grande capitalista de outro ramo de
negócios.
Contudo, esses comerciantes, proprietários de órgãos de comunicação
privados, insistem em dar uma conotação nobre às suas atividades,
quando, na verdade, a informação e a opinião, que são os produtos
vendidos por eles, têm o propósito de defender os interesses da classe
dominante a qual eles pertencem. Por isto e por causa disto, atacam,
sistematicamente, seus adversários políticos, e, para isto, manipulam e
distorcem os fatos e as realidades, com a finalidade de impor suas
"verdades", e, consequentemente, manter, indefinidamente, o status quo
do qual sempre se beneficiaram em forma de privilégios.
Por isto e por causa disto, temos um jornalismo partidário, sectário e
conservador, elaborado, escrito e apresentado por jornalistas filhos
das classes média e média alta, quando não de origem rica. São
profissionais pequenos burgueses e que sonham desde sempre com ascensão
social, fama, além do acesso a um mundo VIP, de preferência paralelo ao
mundo real, porque a meta e o desejo é fugir das massas nem que para
isso tenha de viver das sobras de seus patrões, que são os inquilinos da
parte mais alta da pirâmide social..
Esses jornalistas não conhecem o Brasil, as suas diferentes regiões e
culturas e muito menos compreendem as questões, as necessidades e as
dificuldades das classes sociais menos privilegiadas. Agem assim porque
inexiste neles o compromisso com o País e o seu povo, porque prezam
essencialmente os valores individuais, que se alicerçam em uma sociedade
de consumo, que, equivocadamente, mede e avalia as pessoas pelo o que
elas têm e não pelo que elas são.
Parte desses jornalistas por ser assim integra e serve, de forma
espontânea e natural, um sistema midiático de direita acumpliciado com
os interesses econômicos e financeiros dos barões da imprensa, dos
proprietários de mídias cartelizadas e monopolistas, que, por sua vez,
são sócios e porta-vozes dos interesses dos grandes capitalistas
nacionais e internacionais.
Características de tal ordem me levam a afirmar que os barões da
imprensa são imperialistas e colonialistas, bem como os replicadores do
pensamento conservador nacional e internacional. Ao controlarem os meios
de comunicação e de informação, eles passam a influenciar e a
domesticar o pensamento, os valores e até mesmo os sonhos e os
propósitos rotineiros da população em geral e em especial das classes
média e média alta, que, alienadas e conservadoras, aliam-se àqueles que
combatem, historicamente, a distribuição de renda e de riqueza, porque
não desejam um Brasil justo, independente e democrático, e muito menos
querem o povo brasileiro emancipado e soberano.
Os jornalistas os quais faço críticas são exatamente assim. Agem
dessa forma, como se fossem patrões. Eu os conheço e sei de suas
vaidades e manias de grandeza que se baseiam na ascensão social. São
meros burgueses e acreditam em valores estritamente comerciais e de
modismos, que os levam a pensar que subiram de status. Detestam ter de
lidar com tudo o que seus pais sempre desprezaram: conviver com os mais
pobres e ter de ouvir suas queixas e necessidades, Afinal a redoma de
cristal onde vivem é um lugar para as poucas pessoas que eles consideram
seus semelhantes.
Os homens e as mulheres comprometidos com seus patrões e, por
conseguinte, com o jornalismo alienígena e de negócios privados se
vestem e se comportam como yuppies cujos valores se confundem com o
mundo neoliberal que derreteu as economias, as almas e o orgulho da
Europa Ocidental, do Japão e dos Estados Unidos. Um mundo fútil e
leviano, que se alicerça em falso moralismo e que edifica a ganância, o
egoísmo, o materialismo e constrói a guerra entre as pessoas, as
sociedades e os países.
Por isto e por causa disto, resolvi no já longínquo ano de 1995 não
trabalhar mais em redações da imprensa comercial e privada (privada nos
dois sentidos, tá?). Hugo Chávez pertence à história, e, indelevelmente,
ao povo venezuelano e latino-americano. É isso aí.
Fonte: Brasil 247
Saiba mais:
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O povo idolatra Chávez e Veja vê herança maldita
Em sua capa desta semana, a revista semanal de Roberto Civita dedica sua capa à "herança sombria" de Hugo Chávez; internamente, reportagem trata da "maldição da múmia"; enquanto isso, multidões foram se despedir do líder que reduziu desigualdades sociais, universalizou a educação, reduziu os índices de mortalidade, desnutrição e, sobretudo, de desemprego; se foi com o dinheiro do petróleo, já não era sem tempo
Brasil 247 - Enviado a Caracas, capital
venezuela, pela revista Veja, de Roberto Civita, a Caracas, o jornalista
Duda Teixeira produziu a capa desta semana da revista semanal, que
destila ódio e preconceito em relação ao ex-presidente morto. A começar
pela escolha da foto da capa, a meia luz, e do título "Chávez – a
herança sombria". Internamente, o tom é ainda mais agressivo, na
reportagem intitulada "A maldição da múmia", que fala que o fantasma
chavista assombrará a América Latina ainda por muitas décadas.
Para comprovar a "herança maldita" deixada pelo líder
bolivariano, Veja listou alguns pontos, como o retorno dos militares à
cena política, a "destruição das instituições", a "mentira como
política", a escolha de um "inimigo externo" (no caso, os Estados
Unidos), o "culto à personalidade", a "dilapidação do patrimônio", a
"demonização da classe média", o "intervencionismo", a "bajulação dos
tiranos" e a "utopia do bem coletivo".
Para quem estiver interessado no outro lado, vale ler o texto de Salim Lamrani, publicado no Opera Mundi. Leia abaixo:
50 verdades sobre Hugo Chávez e a Revolução Bolivariana.
Razões pelas quais o chefe de Estado venezuelano marcou para sempre a história da América Latina
Por Salim Lamrani, do Opera Mundi
O presidente Hugo Chávez, que faleceu no dia 5 de março de 2013, vítima de câncer, aos 58 anos, marcou para sempre a história da Venezuela e da América Latina.
1. Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais.
2. Todas as instâncias internacionais, desde a União Europeia até a Organização dos Estados Americanos, passando pela União de Nações Sul-Americanas e pelo Centro Carter, mostraram-se unânimes ao reconhecer a transparência das eleições.
3. Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou que o sistema eleitoral da Venezuela era “o melhor do mundo”.
4. A universalização do acesso à educação, implementada em
1998, teve resultados excepcionais. Cerca de 1,5 milhão de venezuelanos
aprenderam a ler e a escrever graças à campanha de alfabetização
denominada Missão Robinson I.
5. Em dezembro de 2005, a Unesco decretou que o analfabetismo na Venezuela havia sido erradicado.
6. O número de crianças na escola passou de 6 milhões em 1998 para 13 milhões em 2011, e a taxa de escolarização agora é de 93,2%.
7. A Missão Robinson II foi lançada para levar a população a alcançar o nível secundário. Assim, a taxa de escolarização no ensino secundário passou de 53,6% em 2000 para 73,3% em 2011.
8. As Missões Ribas e Sucre permitiram que dezenas de milhares de jovens adultos chegassem ao Ensino Superior. Assim, o número de estudantes passou de 895.000 em 2000 para 2,3 milhões em 2011, com a criação de novas universidades.
9. Em relação à saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito à atenção médica para todos os venezuelanos. Entre 2005 e 2012, foram criados 7.873 centros médicos na Venezuela.
10. O número de médicos passou de 20 por 100 mil habitantes, em 1999, para 80 em 2010, ou seja, um aumento de 400%.
11. A Missão Bairro Adentro I permitiu a realização de 534 milhões de consultas médicas. Cerca de 17 milhões de pessoas puderam ser atendidas, enquanto que, em 1998, menos de 3 milhões de pessoas tinham acesso regular à saúde. Foram salvas 1,7 milhão de vidas entre 2003 e 2011.
12. A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 a cada mil, em 1999, para 10 a cada mil em 2012, ou seja, uma redução de 49%.
13. A expectativa de vida passou de 72,2 anos em 1999 para 74,3 anos em 2011.
14. Graças à Operação Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhão de venezuelanos vítimas de catarata ou outras enfermidades oculares recuperaram a visão.
15. De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5%, e a taxa de extrema pobreza passou de 16,6% em 1999 para 7% em 2011.
16. Na classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a Venezuela passou do posto 83 no ano 2000 (0,656) ao 73° lugar em 2011 (0,735), e entrou na categoria das nações com o IDH elevado.
17. O coeficiente Gini, que permite calcular a desigualdade em um país, passou de 0,46 em 1999 para 0,39 em 2011.
18. Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente Gini mais baixo da América Latina, e é o país da região onde há menos desigualdade.
19. A taxa de desnutrição infantil reduziu 40% desde 1999.
20. Em 1999, 82% da população tinha acesso a água potável. Agora, são 95%.
21. Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentaram 60,6%.
22. Antes de 1999, apenas 387 mil idosos recebiam aposentadoria. Agora são 2,1 milhões.
23. Desde 1999, foram construídas 700 mil moradias na Venezuela.
24. Desde 1999, o governo entregou mais de um milhão de hectares de terras aos povos originários do país.
25. A reforma agrária permitiu que dezenas de milhares de agricultores fossem donos de suas terras. No total, foram distribuídos mais de 3 milhões de hectares.
5. Em dezembro de 2005, a Unesco decretou que o analfabetismo na Venezuela havia sido erradicado.
6. O número de crianças na escola passou de 6 milhões em 1998 para 13 milhões em 2011, e a taxa de escolarização agora é de 93,2%.
7. A Missão Robinson II foi lançada para levar a população a alcançar o nível secundário. Assim, a taxa de escolarização no ensino secundário passou de 53,6% em 2000 para 73,3% em 2011.
8. As Missões Ribas e Sucre permitiram que dezenas de milhares de jovens adultos chegassem ao Ensino Superior. Assim, o número de estudantes passou de 895.000 em 2000 para 2,3 milhões em 2011, com a criação de novas universidades.
9. Em relação à saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito à atenção médica para todos os venezuelanos. Entre 2005 e 2012, foram criados 7.873 centros médicos na Venezuela.
10. O número de médicos passou de 20 por 100 mil habitantes, em 1999, para 80 em 2010, ou seja, um aumento de 400%.
11. A Missão Bairro Adentro I permitiu a realização de 534 milhões de consultas médicas. Cerca de 17 milhões de pessoas puderam ser atendidas, enquanto que, em 1998, menos de 3 milhões de pessoas tinham acesso regular à saúde. Foram salvas 1,7 milhão de vidas entre 2003 e 2011.
12. A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 a cada mil, em 1999, para 10 a cada mil em 2012, ou seja, uma redução de 49%.
13. A expectativa de vida passou de 72,2 anos em 1999 para 74,3 anos em 2011.
14. Graças à Operação Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhão de venezuelanos vítimas de catarata ou outras enfermidades oculares recuperaram a visão.
15. De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5%, e a taxa de extrema pobreza passou de 16,6% em 1999 para 7% em 2011.
16. Na classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a Venezuela passou do posto 83 no ano 2000 (0,656) ao 73° lugar em 2011 (0,735), e entrou na categoria das nações com o IDH elevado.
17. O coeficiente Gini, que permite calcular a desigualdade em um país, passou de 0,46 em 1999 para 0,39 em 2011.
18. Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente Gini mais baixo da América Latina, e é o país da região onde há menos desigualdade.
19. A taxa de desnutrição infantil reduziu 40% desde 1999.
20. Em 1999, 82% da população tinha acesso a água potável. Agora, são 95%.
21. Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentaram 60,6%.
22. Antes de 1999, apenas 387 mil idosos recebiam aposentadoria. Agora são 2,1 milhões.
23. Desde 1999, foram construídas 700 mil moradias na Venezuela.
24. Desde 1999, o governo entregou mais de um milhão de hectares de terras aos povos originários do país.
25. A reforma agrária permitiu que dezenas de milhares de agricultores fossem donos de suas terras. No total, foram distribuídos mais de 3 milhões de hectares.
26. Em 1999, a Venezuela produzia 51% dos alimentos que consumia. Em 2012, a produção é de 71%, enquanto que o consumo de alimentos aumentou 81% desde 1999. Se o consumo em 2012 fosse semelhante ao de 1999, a Venezuela produziria 140% dos alimentos consumidos em nível nacional.
27. Desde 1999, a taxa de calorias consumidas pelos venezuelanos aumentou 50%, graças à Missão Alimentação, que criou uma cadeia de distribuição de 22.000 mercados de alimentos (MERCAL, Casa da Alimentação, Rede PDVAL), onde os produtos são subsidiados, em média, 30%. O consumo de carne aumentou 75% desde 1999.
28. Cinco milhões de crianças agora recebem alimentação gratuita por meio do Programa de Alimentação Escolar. Em 1999, eram 250 mil.
29. A taxa de desnutrição passou de 21% em 1998 para menos de 3% em 2012.
30. Segundo a FAO, a Venezuela é o país da América Latina e do Caribe mais avançado na erradicação da fome.
31. A nacionalização da empresa de petróleo PDVSA, em 2003, permitiu que a Venezuela recuperasse sua soberania energética.
32. A nacionalização dos setores elétricos e de telecomunicação (CANTV e Eletricidade de Caracas) permitiu pôr fim a situações de monopólio e universalizar o acesso a esses serviços.
33. Desde 1999, foram criadas mais de 50.000 cooperativas em todos os setores da economia.
34. A taxa de desemprego passou de 15,2% em 1998 para 6,4% em 2012, com a criação de mais de 4 milhões de postos de trabalho.
35. O salário mínimo passou de 100 bolívares (16 dólares) em 1998 para 2.047,52 bolívares (330 dólares) em 2012, ou seja, um aumento de mais de 2.000%. Trata-se do salário mínimo mais elevado da América Latina.
36. Em 1999, 65% da população economicamente ativa recebia um salário mínimo. Em 2012, apenas 21,1% dos trabalhadores têm este nível salarial.
37. Os adultos com certa idade que nunca trabalharam dispõem de uma renda de proteção equivalente a 60% do salário mínimo.
38. As mulheres desprotegidas, assim como as pessoas incapazes, recebem uma ajuda equivalente a 70% do salário mínimo.
39. A jornada de trabalho foi reduzida a 6 horas diárias e a 36 horas semanais sem diminuição do salário.
40. A dívida pública passou de 45% do PIB em 1998 a 20% em 2011. A Venezuela se retirou do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, pagando antecipadamente todas as suas dívidas.
41. Em 2012, a taxa de crescimento da Venezuela foi de 5,5%, uma das mais elevadas do mundo.
42. O PIB por habitante passou de 4.100 dólares em 1999 para 10.810 dólares em 2011.
43. Segundo o relatório anual World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da América Latina, atrás da Costa Rica, e o 19° em nível mundial, à frente da Espanha e da Alemanha.
44. A Venezuela oferece um apoio direto ao continente americano mais alto que os Estados Unidos. Em 2007, Chávez ofereceu mais de 8,8 bilhões de dólares em doações, financiamentos e ajuda energética, contra apenas 3 bilhões da administração Bush.
45. Pela primeira vez em sua história, a Venezuela dispõe de seus próprios satélites (Bolívar e Miranda) e é agora soberana no campo da tecnologia espacial. Há internet e telecomunicações em todo o território.
46. A criação da Petrocaribe, em 2005, permitiu que 18 países da América Latina e do Caribe, ou seja, 90 milhões de pessoas, adquirissem petróleo subsidiado em cerca de 40% a 60%, assegurando seu abastecimento energético.
47. A Venezuela também oferece ajuda às comunidades desfavorecidas dos Estados Unidos, proporcionando-lhes combustíveis com tarifas subsidiadas.
48. A criação da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), em 2004, entre Cuba e Venezuela, assentou as bases de uma aliança integradora baseada na cooperação e na reciprocidade, agrupando oito países membros, e que coloca o ser humano no centro do projeto de sociedade, com o objetivo de lutar contra a pobreza e a exclusão social.
49. Hugo Chávez está na origem da criação, em 2011, da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), agrupando, pela primeira vez, as 33 nações da região, que assim se emancipam da tutela dos Estados Unidos e do Canadá.
50. Hugo Chávez desempenhou um papel chave no processo de paz na Colômbia. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, "se avançamos em um projeto sólido de paz, com progressos claros e concretos, progressos jamais alcançados antes com as FARC, é também graças à dedicação e ao compromisso de Chávez e do governo da Venezuela".
Fonte: Brasil 247
Saiba mais:
Chávez, multidão vermelha faz história
Cortejo histórico para Chávez
Por Rodrigo Vianna, direto de Caracas,
no Escrevinhador.
A multidão nas ruas nem sempre é boa medida para avaliar um sistema político. Existem as multidões enfurecidas, as multidões conduzidas por ditadores. As multidões amorfas.
Acima, vemos a multidão vermelha (foto) que tomou as ruas de Caracas para se despedir de Chávez. Do alto, imagem que impressiona. Mas é preciso baixar à rua e olhar a história da América Latina para compreender de que multidão se trata.
De táxi, eu tentava me aproximar do Forte Tiúna – sede do comando das Forças Armadas da Venezuela, onde ocorre o velório de Hugo Chávez. O motorista que me conduzia olhava a multidão nas ruas e dizia: “quanto estão pagando a essa gente para vir até aqui?” Ah, os taxistas…
Desci do carro, segui a pé com o cinegrafista Josias Erdei. Multidões desciam dos morros. Mães com crianças de colo, homens jovens de mãos dadas com as mães já alquebradas pelas idade, pais conduzindo famílias inteiras pelas ruas. Tristeza, sim, mas sem desespero. E os gritos: “Chávez vive, la lucha sigue”.
Essa é a multidão da democracia, tantas vezes pisoteada na América Latina. Pisoteada no assassinato de Gaitán na Colômbia em 1948, no suicídio de Vargas em 54, nos golpes militares do Cone Sul dos anos 60 e 70. A multidão vermelha de Caracas é a mesma que baixou dos morros, em 2002, e garantiu o mandato de Chávez. Os golpistas tinham as televisões, os empresários, a classe média. Chávez tinha o povão. Ou seria o contrário: o povão tinha Chávez, e dele não abriu mão.
É preciso lembrar sempre: a multidão precede Chávez na história da Venezuela. Não foi Chávez que inventou a multidão, mas a contrário: a multidão é que inventou Chavez.
1989. O governo neoliberal venezuelano anuncia um aumento geral de tarifas. A multidão, sem líder, sem controle, põe fogo em Caracas. O Caracazo era o sintoma de que a multidão retomava o fio da história que os idiotas neoliberais imaginavam extinto.
A multidão do Caracazo gerou o Chávez de 92: líder de uma rebelião frustrada. Depois, viria a vitória chavista nas urnas em 1998. E um governo sustentado pela multidão. Sempre.
Chávez é filho da multidão, por mais que dezenas de pessoas com as quais conversei nas ruas de Caracas tendam a ver o contrário: “era como um pai para nós”. Ah, a eterna necessidade humana de se proteger à sombra de um pai poderoso e justo. Mas quantas vezes são os filhos que – sem perceber – conduzem os pais!
A multidão vermelha de Caracas tem o fio da história nas mãos. Vejo cenas emocionantes nas ruas: gente que chora ao falar o nome de Chávez. E um bordão que se repete, mas que não se desgasta: “Chávez somos todos nós, Chávez é a multidão”.
Na fila que passa lentamente ao lado do caixão, senhoras desesperadas se debruçam, fazem o sinal da cruz. Soldados fardados batem continência. Mas às vezes tudo se inverte: o soldado chora, e mulheres batem continência ao “comandante”.
O taxista do começo do texto, coitado, faz parte de um outro mundo. Preso à lógica mercantil, acredita que as pessoas só se movem quando são “pagas”. Mas a multidão de Caracas se move por outros caminhos. A multidão de Caracas parece disposta a conduzir o fio da história.
Discursos derramados na TV. E de repente o aviso (chocante para mim, confesso) de que Chávez será “embalsamado”. Que apego à figura do líder! Chávez, preso numa urna de cristal, não pode fazer nada. É apenas uma alegoria – algo fantasmagórica – num país em que a história se escreve pelas multidão: em 89 no Caracazo, em 2002 na reação ao golpe, em tantas e tantas eleições… E agora também na despedida do líder.
Dia seguinte, sexta-feira: a multidão interrompe sua lenta caminhada ao largo do saguão onde ocorrre o velório. Agora são os chefes de Estado que prestam homenagem a Chávez. Simbolicamente, Nicolás Maduro ergue uma réplica da espada de Bolívar. E a deposita sobre o caixão.
Bolívar conduzia a multidão. Chávez foi conduzido por ela. A multidão vermelha de Caracas faz história.
Fonte Vi o Mundo
Saiba mais:
A humanidade agradecida
Poema de Ademar Bogo, do MST, em homenagem ao presidente venezuelano Hugo Chávez
A humanidade agradecida
Por Ademar Bogo
Uma breve pausa e seguimos;
Que a revolução bolivariana não descansa
Se ela despertou-nos a esperança
Também nos manterá em movimento.
Com duros golpes e enfrentamentos
Forjou o povo o destino e a consciência
Com seu líder, passo a passo e com paciência
Criou o socialismo à sua maneira;
Se hoje chora a cordilheira
É porque muito já foi feito;
Na história, sabe o povo que para ter respeito
Precisa impor a própria autoridade,
Fazer com ela um sonho de liberdade
E cultivar a confiança dia após dia;
Mas se a morte nos rouba alegria;
A esperança alenta os corações,
De que a herança das futuras gerações
Planta-se com as mãos do próprio povo;
Se não faz bem, desmancha e faz de novo
Mas os plantios nunca negam suas colheitas
E em cada ciclo de experiências feitas
Reproduzem as sementes do futuro:
Elas germinam com o escuro
E crescem com a claridade;
Crescidas distribuem a autoridade
Porque a autoridade por elas foi criada
E pode ser agora partilhada
Desde a Cordilheira até o Mar.
Vai, comandante descansar!
A tua parte heroicamente foi cumprida
A humanidade se sente agradecida
Por tê-lo tido como companheiro;
Serás lembrado no futuro o tempo inteiro
Pela sua enérgica teimosia;
Se com as lágrimas tecemos a homenagem
Te garantimos que não nos faltará coragem
De seguirmos constuindo a utopia.
Vai comandante a teu descanso!
Cultivaremos cada passo, cada avanço...
Com toda força da Via Campesina.
De teus exemplos, seremos seguidores:
Nunca servir aos impérios e aos senhores
E libertar toda a América Latina.
Se com Bolívar aprendestes a lutar
Contigo aprendemos a sonhar
E a construir nossa dignidade.
Vivo estarás em cada reação
Nos sentiremos levados pela mão
Para voar contigo nas asas da liberdade.
Ademar Bogo
Fonte Brasil de Fato
EXERÇA
A CIDADANIA AJUDANDO PUNIR UM CORRUPTO:
“Vivo, sou militante. Por isso
odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes...Indiferença é
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