quinta-feira, 7 de março de 2013

Não é porque Chávez morreu que a Venezuela vai virar Las Vegas

OPINIÃO

 "A Venezuela não vai recuar para o papel de quintal dos Estados Unidos e de poleiro para ditadores corruptos."

 "A Venezuela de Chávez se impregnou de cheiro de povo. Os índices de miséria desabaram. Os programas sociais da chamada Revolução Bolivariana foram mais radicais e mais abrangentes do que as versões brasileiras do Fome Zero e do Bolsa Família."

" A Venezuela não é mais vassala do Império. Com Chávez, sem Chávez, não há como voltar atrás. O poder é dos descamisados." 


 Foto: Fernando Llano/AP



Por  Nirlando Beirão

De volta à República das bananas? Nem pensar.

Seguro que não.

A Venezuela não vai recuar para o papel de quintal dos Estados Unidos e de poleiro para ditadores corruptos.

Se Chávez teve um mérito, foi esse: a Venezuela se livrou da plutocracia. Os magnatas sem escrúpulos se mudaram para Miami. Ele deu um basta nos governos gringos que tratam a América Latina como se a gente ainda vivesse na guerra fria.

A Venezuela de Chávez se impregnou de cheiro de povo. Os índices de miséria desabaram. Os programas sociais da chamada Revolução Bolivariana foram mais radicais e mais abrangentes do que as versões brasileiras do Fome Zero e da Bolsa Família.

Outra virtude sua foi a coragem pessoal.

Chávez jogou pelas regras da democracia (embora os choramingões da imprensa golpista filiada à SIP quisessem dizer o contrário), mas deu um conteúdo excessivamente personalista a seu governo. Esse foi seu pecado.

Mesmo que o chavismo sobreviva, Chávez há de fazer falta. Governos autocráticos se fundam em líderes e correm o risco de sucumbir junto com eles.

Estão soltando fogos em Miami. O intrigante Roger Noriega deve ter aberto uma champanhe. Em vão.

(Noriega foi o sub-secretário de Estado de George Bush para assuntos do quintal, isto é, da América Latina.

Tramou com o rebotalho da direita um golpe contra o presidente eleito, em 2002. Botou no poder, por 48 horas, o líder dos empresários do atraso. A revista Veja comemorou, na capa. Chávez voltou nos braços do povo. Noriega continuou atuando nos bastidores: boatos, intrigas, subornos e notas plantadas em acadêmicas colunas do Globo e assemelhados).

Mas a Venezuela não é mais vassala do Império. Com Chávez, sem Chávez, não há como voltar atrás. O poder é dos descamisados.

Fonte: R7


Leia mais:

Chávez: o legado e os desafios

Ao gritar nas ruas de Caracas “Todos somos Chávez!” o povo está lucidamente consciente de que Chávez houve um só e que a revolução bolivariana vai ter inimigos internos e externos suficientemente fortes para pôr em causa a intensa vivência democrática que ele lhes proporcionou durante treze anos. 



Boaventura de Sousa Santos 

Morreu o líder político democrático mais carismático das últimas décadas. Quando acontece em democracia, o carisma cria uma relação política entre governantes e governados particularmente mobilizadora, porque junta à legitimidade democrática uma identidade de pertença e uma partilha de objetivos que está muito para além da representação política. As classes populares, habituadas a serem golpeadas por um poder distante e opressor (as democracias de baixa intensidade alimentam esse poder) vivem momentos em que a distância entre representantes e representados quase se desvanece.

Os opositores falarão de populismo e de autoritarismo, mas raramente convencem os eleitores. É que, em democracia, o carisma permite níveis de educação cívica democrática dificilmente atingíveis noutras condições. A difícil química entre carisma e democracia aprofunda ambos, sobretudo quando se traduz em medidas de redistribuição social da riqueza. O problema do carisma é que termina com o líder. Para continuar sem ele, a democracia precisa de ser reforçada por dois ingredientes cuja química é igualmente difícil, sobretudo num imediato período pós-carismático: a institucionalidade e a participação popular.

Ao gritar nas ruas de Caracas “Todos somos Chávez!” o povo está lucidamente consciente de que Chávez houve um só e que a revolução bolivariana vai ter inimigos internos e externos suficientemente fortes para pôr em causa a intensa vivência democrática que ele lhes proporcionou durante treze anos. O Presidente Lula do Brasil também foi um líder carismático. Depois dele, a Presidenta Dilma aproveitou a forte institucionalidade do Estado e da democracia brasileiras, mas tem tido dificuldade em complementá-la com a participação popular. Na Venezuela, a força das instituições é muito menor, ao passo que o impulso da participação é muito maior. É neste contexto que devemos analisar o legado de Chávez e os desafios no horizonte.

O legado de Chávez

Redistribuição da riqueza. Chávez, tal como outros líderes latino-americanos, aproveitou o boom dos recursos naturais (sobretudo petróleo) para realizar um programa sem precedentes de políticas sociais, sobretudo nas áreas da educação, saúde, habitação e infraestruturas que melhoraram substancialmente a vida da esmagadora maioria da população. A Venezuela saudita deu lugar à Venezuela bolivariana.

A integração regional. Chávez foi o artífice incansável da integração do subcontinente latino-americano. Não se tratou de um cálculo mesquinho de sobrevivência e de hegemonia. Chávez acreditava como ninguém na ideia da Pátria Grande de Simón Bolívar. As diferenças políticas substantivas entre os vários países eram vistas por ele como discussões no seio de uma grande família. Logo que teve oportunidade, procurou reatar os laços com o membro da família mais renitente e mais pró-EUA, a Colômbia. Procurou que as trocas entre os países latino-americanos fossem muito para além das trocas comerciais e que estas se pautassem por uma lógica de complementaridade e de reciprocidade, e não por uma lógica capitalista. A sua solidariedade com Cuba é bem conhecida, mas foi igualmente decisiva com a Argentina, durante a crise da dívida soberana em 2001-2002, e com os pequenos países das Caraíbas.

Foi um entusiasta de todas as formas de integração regional que ajudassem o continente a deixar de ser o backyard dos EUA. Foi o impulsionador da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas), depois ALBA-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América- Tratado de Comércio dos Povos), mas também quis ser membro do Mercosul. CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) são outras das instituições de integração a que Chávez deu o seu impulso.

Anti-imperialismo. Nos períodos mais decisivos da sua governação (incluindo a sua resistência ao golpe de Estado de que foi vítima em 2002) Chávez confrontou-se com o mais agressivo unilateralismo dos EUA (George W. Bush) que teve o seu ponto mais destrutivo na invasão do Iraque. Chávez tinha a convicção de que o que se passava no Médio-Oriente viria um dia a passar-se na América Latina se esta não se preparasse para essa eventualidade. Dai o seu interesse na integração regional. Mas também estava convencido de que a única maneira de travar os EUA seria alimentar o multilateralismo, fortalecendo o que restava da Guerra Fria. Daí, a sua aproximação à Rússia, China e Irã. Sabia que os EUA (com o apoio da União Europeia) continuariam a “libertar” todos os países que pudessem contestar Israel ou ser uma ameaça para o acesso ao petróleo. Daí, a “libertação” da Líbia, seguida da Síria e, em futuro próximo, do Irão. Daí também o “desinteresse” dos EUA e EU em “libertarem” o país governado pela mais retrógrada ditadura, a Arábia Saudita.

O socialismo do século XXI. Chávez não conseguiu construir o socialismo do século XXI a que chamou o socialismo bolivariano. Qual seria o seu modelo de socialismo, sobretudo tendo em vista que sempre mostrou uma reverência para com a experiência cubana que muitos consideraram excessiva? Conforta-me saber que em várias ocasiões Chávez tenha referido com aprovação a minha definição de socialismo: “socialismo é a democracia sem fim”. É certo que eram discursos, e as práticas seriam certamente bem mais difíceis e complexas. Quis que o socialismo bolivariano fosse pacífico mas armado para não lhe acontecer o mesmo que aconteceu a Salvador Allende. Nacionalizou empresas, o que causou a ira dos investidores estrangeiros que se vingaram com uma campanha impressionante de demonização de Chávez, tanto na Europa (sobretudo em Espanha) como nos EUA. Desarticulou o capitalismo que existia, mas não o substituiu. Daí, as crises de abastecimento e de investimento, a inflação e a crescente dependência dos rendimentos do petróleo. Polarizou a luta de classes e pôs em guarda as velhas e as novas classes capitalistas, as quais durante muito tempo tiveram quase o monopólio da comunicação social e sempre mantiveram o controlo do capital financeiro. A polarização caiu na rua e muitos consideraram que o grande aumento da criminalidade era produto dela (dirão o mesmo do aumento da criminalidade em São Paulo ou Joanesburgo?).

O Estado comunal. Chávez sabia que a máquina do Estado construída pelas oligarquias que sempre dominaram o país tudo faria para bloquear o novo processo revolucionário que, ao contrário dos anteriores, nascia com a democracia e alimentava-se dela. Procurou, por isso, criar estruturas paralelas. Primeiro foram as misiones e gran misiones, um extenso programa de políticas governamentais em diferentes sectores, cada uma delas com um nome sugestivo (Por. ex., a Misíon Barrio Adentro para oferecer serviços de saúde às classes populares), com participação popular e a ajuda de Cuba.

Depois, foi a institucionalização do poder popular, um ordenamento do território paralelo ao existente (Estados e municípios), tendo como célula básica a comuna, como princípio, a propriedade social e como objetivo, a construção do socialismo. Ao contrário de outras experiências latino-americanas que têm procurado articular a democracia representativa com a democracia participativa (o caso do orçamento participativo e dos conselhos populares setoriais), o Estado comunal assume uma relação confrontacional entre as duas formas de democracia. Esta será talvez a sua grande debilidade.

Os desafios para a Venezuela e o continente

A união cívico-militar. Chávez assentou o seu poder em duas bases: a adesão democrática das classes populares e a união política entre o poder civil e as forças armadas. Esta união foi sempre problemática no continente e, quando existiu, foi quase sempre de orientação conservadora e mesmo ditatorial. Chávez, ele próprio um militar, conseguiu uma união de sentido progressista que deu estabilidade ao regime. Mas para isso teve de dar poder econômico aos militares o que, para além de poder ser uma fonte de corrupção, poderá amanhã virar-se contra a revolução bolivariana ou, o que dá no mesmo, subverter o seu espírito transformador e democrático.

O extrativismo. A revolução bolivariana aprofundou a dependência do petróleo e dos recursos naturais em geral, um fenómeno que longe de ser específico da Venezuela, está hoje bem presente em outros países governados por governos que consideramos progressistas, sejam eles o Brasil, a Argentina, o Equador ou a Bolívia. A excessiva dependência dos recursos está a bloquear a diversificação da economia, está a destruir o meio ambiente e, sobretudo, está a constituir uma agressão constante às populações indígenas e camponesas onde se encontram os recursos, poluindo as suas águas, desrespeitando os seus direitos ancestrais, violando o direito internacional que obriga à consulta das populações, expulsando-as das suas terras, assassinando os seus líderes comunitários. Ainda na semana passada assassinaram um grande líder indígena da Sierra de Perijá (Venezuela),
Sabino Romero, uma luta com que sou solidário há muitos anos. Saberão os sucessores de Chávez enfrentar este problema?

O regime político. Mesmo quando sufragado democraticamente, um regime político à medida de um líder carismático tende a ser problemático para os seus sucessores. Os desafios são enormes no caso da Venezuela. Por um lado, a debilidade geral das instituições, por outro, a criação de uma institucionalidade paralela, o Estado comunal, dominada pelo partido criado por Chávez, o PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela). Se a vertigem do partido único se instaurar, será o fim da revolução bolivariana. O PSUV é um agregado de várias tendências e a convivência entre elas tem sido difícil.

Desaparecida a figura agregadora de Chávez, é preciso encontrar modos de expressar a diversidade interna. Só um exercício de profunda democracia interna permitirá ao PSUV ser uma das expressões nacionais do aprofundamento democrático que bloqueará o assalto das forças políticas interessadas em destruir, ponto por ponto, tudo o que foi conquistado pelas classes populares nestes anos. Se a corrupção não for controlada e se as diferenças forem reprimidas por declarações de que todos são chavistas e de que cada um é mais chavista do que o outro, estará aberto o caminho para os inimigos da revolução. Uma coisa é certa: se há que seguir o exemplo de Chávez, então é crucial que não se reprima a crítica. É necessário abandonar de vez o autoritarismo que tem caracterizado largos setores da esquerda latino-americana.

O grande desafio das forças progressistas no continente é saber distinguir entre o estilo polemizante de Chávez, certamente controverso, e o sentido político substantivo de seu modo de governar, inequivocamente a favor das classes populares e de uma integração solidária do subcontinente. As forças conservadoras tudo farão para os confundir. Chávez contribuiu decisivamente para consolidar a democracia no imaginário social. Consolidou-a onde ela é mais difícil de ser traída, no coração das classes populares. E onde também a traição é mais perigosa. Alguém imagina as classes populares de tantos outros países do mundo verter pela morte de um líder político democrático as lágrimas amargas com que os venezuelanos inundam as televisões do mundo?

Este é um património precioso tanto para os venezuelanos como para os latino-americanos. Seria um crime desperdiçá-lo.

Coimbra, 6 de Março de 2013

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Fonte Carta Maior


Saiba mais:


General crê: “Deus mandou Chávez para guiar o povo pobre”


  Jesús Rafael Suárez Chourio foi Chefe da Guarda Pessoal de Chávez, e seu amigo por 33 anos


Fonte:Terra Magazine

BOB FERNANDES, DE MARACAY

Jesús Rafael Suárez Chourio. Este é o homem que conheceu a vida, e os segredos, de Hugo Chávez nos últimos 33 anos. Até tornar-se general e ser nomeado Comandante da 42ª Brigada de Paraquedistas em Maracay, em julho de 2011, Chourio foi o Chefe da Guarda Pessoal de Chávez.

De Maracay, o coração da resistência militar ao golpe contra Chávez em 2002, Chourio partiu em 4 de fevereiro de 1992, em companhia de Chávez e companheiros. Naquela noite tentaram derrubar o presidente Carlos Andrés Perez.

Não conseguiram, mas ali tudo começou. Descendente da tribo africana Shaka Zulu, Chourio é um homem calmo, de fala mansa. Mas cuidadoso, desconfiado até, certamente hábito inescapável em quem, por anos, cuidou de proteger a vida de Chávez.

Terra Magazine, do portal Terra, nas últimas semanas tem conversado com personagens decisivos na História recente e atual da Venezuela. Assim, foi a Maracay encontrar-se com o general.

Chourio, como é conhecido pelos colegas de farda e amigos, estava num dos quartéis que comanda. Na conversa entremeada por silêncios falou sobre o amigo de quem guardou segredos, dores, e a vida por mais de três décadas.

Sobre a vida e história de Chávez, primeiro, o silêncio. Depois, o general devoto de São Benito De Palermo, diz o que entende ter sido a vontade divina:

- Deus pôs a mão em Chávez e disse: “você vai liderar um povo.”

- (…) Deus deu a Chávez uma missão na Terra. Deus lhe deu a missão de liderar o povo pobre, seu povo, de guiá-lo para a independência.

Chávez se foi. E agora? Jesús Chourio, crê:

- … meu coração diz que Chávez seguirá conosco aqui na Terra….por detrás da tela, influindo, presente nos acontecimentos e na nossa vida…

Terra Magazine: General Chourio, prazer em revê-lo.

Jesús Rafael Suárez Chourio: O prazer é meu em reencontrá-lo.

Chourio, você conheceu Hugo Chávez há quanto tempo?

Conheci Chávez quando eu tinha 18 anos. São 33 anos…trabalhamos juntos por 31 anos…

Durante esses anos todos você foi o Chefe da Guarda Pessoal do Presidente Chávez? O homem que viu e viveu tudo de perto…

Isso, fui o Chefe da Guarda Pessoal de Chávez até que, com a ascensão a general, ele me deu essa missão…recebi a 42ª Brigada no dia 28 de julho de 2011, dia do aniversário de Hugo Chávez, dia dos 57 anos dele.

Que coincidência!

Não, não foi uma coincidência…ele tinha ido a Cuba para a primeira operação, começava ali a sua luta contra o câncer que… infelizmente… (Silêncio).

Lembro que naquele dia, ao receber o Comando, minhas primeiras palavras foram para ele…pedi: “Deus Todo Poderoso, interceda pela saúde do Comandante em Chefe dos Paraquedistas, Presidente Hugo Chávez.” O comandante Chávez me deu essa missão.

Que missão?

Comandar a 42ª Brigada de Infantaria Paraquedista e Área de Defesa Integral número 1, e aqui em Maracay consolidar esta unidade militar e revolucionária, em especial dar esse quartel em que estamos a importância que tem e que ele merece. Aqui tudo começou…

Conte, por favor, o que começou aqui, general.

Daqui nós partimos para o 4 de fevereiro em 1992. Daqui, deste quartel e de Maracay saímos, daqui nos levantamos para derrubar o governo corrompido e oligarca de Carlos Andrés Peres.

Sim, a tentativa de golpe no 4 de fevereiro…

Golpe não, levante, a insurreição militar…nós, jovens soldados e oficiais à época, não aceitávamos mais o que víamos. No Caracazo, rebelião popular de 1989, três anos antes, contra um pacote de medidas econômicas de Andrés Perez, o exército, as Forças Armadas foram usadas para massacrar o povo. Aquilo nos revoltou, não podíamos continuar daquela forma...( NR: Caracazo, os distúrbios em Caracas duramente reprimidos no dia 27 de fevereiro. Segundo dados oficiais os mortos foram 300; segundo os extra oficiais, os mortos foram mais de 3 mil e 500.)

…dez anos antes, numa árvore chamada Samán, no Samán de Güere, (NR: árvore no município Güere, tornada monumento nacional em 1933. Por ali teria passado Simón Bolivar com suas tropas na guerra de Libertação.)  Chávez e outros três companheiros haviam repetido o juramento feito por Simón Bolivar em Roma, em 15 de agosto de 1805, um juramento de libertar a Venezuela…

Exato, e daqui desse quartel em Maracay partimos no 4 de fevereiro…

Uma vez o presidente Chávez me contou que no 4 de fevereiro, quando ele, o comandante, já havia decidido que era melhor se render para evitar um confronto sangrento, você, Chourio, não queria render-se…

É verdade…

E que o mesmo se deu no golpe contra ele em 2002…

Sim…

Quando você fala em “Missão”, general, além do que já disse o que há para fazer?

Formar jovens para servir ao povo, atuar socialmente e em conjunto com as forças de segurança no combate à delinquência, melhorar as táticas dos paraquedistas, treinar, nos equiparmos…
Qual o objetivo?

 Estar preparado junto com o povo…

…para quê?…

…enfrentar, se preciso for e como já aconteceu, forças que adversem as diretrizes de Estado na segurança nacional…

Como você se sentiu nestes últimos dias, com seu amigo de 33 anos, e Comandante, indo embora…

…primeiro dirigi minhas orações, procurei entender como Deus…o general (Jacinto) Perez Arcay, nosso amigo com mais de 80 anos, está aí, cheio e pleno de vida, e um homem forte como Chávez, aos 58 anos…orei para São Benito de Palermo…

Que Santo é este?

É o Santo da minha família, lá no meu pueblo, Sucre, no estado Zulia, é o Santo de sete ou oito famílias negras. Todos os anos, no dia 27 de dezembro, nós dessas famílias fazemos uma procissão no nosso pueblo…

De onde vem essa tradição?

Somos descendentes dos Shaka Zulu, uma tribo africana que aqui chegou via França e depois Trinidad Tobago…visitei doze países africanos, conheci nossas origens. Na nossa procissão, depois da igreja, saímos nas ruas ao som de tambores igual ao dos Zulus…

Quando você esteve pela última vez com seu amigo Chávez antes dessa última internação no hospital militar?

Me despedi dele em dezembro, quando ele seguiu para a última operação em Cuba.

E nestes últimos dias, como você está?

Tenho buscado me fortalecer espiritualmente e entender a vontade de Deus…tenho pensando muito nisso…

E o que você, Chourio, entendeu? Qual seria a vontade de Deus?

Deus pôs a mão em Chávez e disse: “Tu vas liderar um pueblo”.

Você entendeu isso nesses dias de agora?

Entendi de maneira mais clara o que já digo há alguns anos…

E o que seria isso?

Estou convencido, serenamente, que Deus deu a Chávez uma missão na Terra. Deus lhe deu a missão de liderar o povo pobre, seu povo, de guiálo para a independência, é isso que acontece aqui e alguns não entendem ou não querem entender, a verdadeira independência do povo pobre, dos miseráveis…

E por que, então, esse final tão dramático?

Se Deus o teve nesse transe, só Deus sabe por que…

Quem foi Chávez?

Há 21 anos nós saímos daqui, desse quartel onde você esta, para dar o grito de liberdade junto com nosso povo. O país está de pé, vivo, tem consciência e caminha por sí mesmo. Isso incomoda a muita gente. O que Hugo Chávez fez foi despertar a educação do povo, e isso levou o povo a tornarse dono de si mesmo.
E agora?

 …meu coração diz que Chávez seguirá conosco aqui na Terra….por detrás da tela, influindo, presente nos acontecimentos e na nossa vida…

Fonte:Portal Terra 

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TODOS À CARACAS...SOMOS TODOS HUGO CHAVEZ! 


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