Picaretas religiosos esfolam, roubam, desviam bilhões em impostos, lavam dinheiro e ainda recebem passaportes diplomáticos do governo brasileiro porque trocam o silêncio e a conivência de nossas autoridades por apoio político e a manipulação eleitoral do seu rebanho descerebrado.
As denúncias contra o pastor/celebridade Marcos
Pereira da Silva mostram o quanto podem ser prejudiciais o fanatismo
religioso e a ignorância quando aliados a autoridades permissivas e
omissas que fecham os olhos para a salutar divisão que deveria haver
entre religião e Estado.
Acariciado por inúmeros políticos e amado pelas
associações de direitos humanos que adoram enxergar (leia-se enchergar
pela nova ortografia petista) apenas os direitos dos criminosos e não os
das vítimas; o pastor Marcos tinha livre trânsito em presídios,
delegacias, gabinetes políticos e acesso a vários órgãos ligados a
segurança pública.
Ao mesmo tempo, amparado por farta cobertura da
imprensa ligada ao público evangélico, o pastor Marcos gozava da fama de
“super-herói de Deus”, sendo o único religioso capaz de apaziguar a
sanha assassina dos criminosos mais perversos.
Mas, como não se pode enganar todo mundo durante todo
o tempo, a verdade sempre teima em aparecer e, neste caso, ela mostrou a
sua cara feia e repleta de deformidades expondo também a extrema
fragilidade de nossas instituições.
As revelações sobre as reais atividades do pastor
Marcos mostram apenas o que qualquer cidadão com mais de dois neurônios
já desconfiava há muito tempo: suas ligações com o crime.
Religiosos picaretas e mal intencionados sempre
existiram e sempre se infiltraram nas mais variadas denominações
religiosas do planeta. Para eles há sempre um exército de pessoas
desprovidas de censo crítico, mergulhadas na ignorância ou no
obscurantismo espiritual completo. Prontas a seguirem seus passos,
aplaudirem suas ações e a ignorarem qualquer sinal, por mais óbvio que
seja, de que algo no comportamento do “Mestre” não está certo ou é
“inverossímil” demais.
Apenas a mente tacanha, a eterna vontade do
brasileiro de achar que um coração pronto para o perdão reside no peito
do mais perverso psicopata ou a simples aversão de nossos políticos em
cumprirem o seus deveres em relação à segurança pública podem explicar o
"sinal verde” e a proeminência midiática dada a esse senhor.
Como imaginar que criminosos acostumados a assar
vivos os seus desafetos, em grandes fogueiras feitas com pneus, e a
punir com a morte a mínima transgressão de seus ditames criminosos iriam
se curvar a um obscuro pastor de uma pequena seita de fanáticos da
Baixada Fluminense? É razoável aceitar que tais criminosos, sabidamente
cruéis e sanguinários, enquanto riem diante dos gritos de terror de suas
vítimas ou dançam comemorando o sofrimento atroz e inimaginável delas;
suspenderiam o clímax de seus prazeres doentios para se curvarem “diante
do poder de Deus encarnado” na figura do pastor Marcos? O bom senso diz
que seria muito mais razoável imaginar que, se temessem a cólera divina
e o destino de suas almas, jamais teriam se entregado ao crime a ao
assassinato.
Só mesmo as autoridades brasileiras (ávidas em se
omitirem para não sofrerem possíveis ônus políticos) ou um povo
ignorante como o nosso. Picaretas religiosos esfolam, roubam, desviam
bilhões em impostos, lavam dinheiro e ainda recebem passaportes
diplomáticos do governo brasileiro porque trocam o silêncio e a
conivência de nossas autoridades por apoio político e a manipulação
eleitoral do seu rebanho descerebrado.
O caso do pastor Marcos é ainda mais emblemático
porque, mesmo diante de provas cabais, de depoimentos contundentes e de
provas inequívocas apresentadas pela polícia; relatando seus “estupros
sagrados”, estelionatos, ameaças de morte, orgias sexuais com perversões
variadas (até obrigando homens a praticarem atos homossexuais
“santificados”), uma multidão de fiéis se apresentou para defendê-lo e
tentar impedir a sua prisão.
Muito mais do que absurdo religioso, esse triste fato
mostra como nosso povo é ignorante, fraco e alheio a sua própria
realidade; preferindo um mundo de fantasias oferecido pelo primeiro
estelionatário que aparecer a uma luta real para mudar sua própria
realidade sofrida.
Certamente isso explica a proliferação dos
“Salvadores da Pátria”, dos “Pais e Mães dos Pobres” e toda sorte de
picaretas que aparecem na política e na religião dia após dia. Ao
evitarmos ver a verdade cristalina de que somente a luz do conhecimento,
o trabalho duro e o comprometimento serão realmente capazes de nos
libertar do sofrimento da miséria e da desesperança; continuaremos a
seguir cegos, ignorantes e mergulhados na escuridão da miséria, enquanto
somos açoitados e espoliados por uma massa interminável de bandidos
travestidos de salvadores.
Pense nisso.
Fonte Visão Panorâmica
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