sexta-feira, 10 de maio de 2013

RELIGIOSOS, PICARETAS E UM POVO SEM SALVAÇÃO.


Picaretas religiosos esfolam, roubam, desviam bilhões em impostos, lavam dinheiro e ainda recebem passaportes diplomáticos do governo brasileiro porque trocam o silêncio e a conivência de nossas autoridades por apoio político e a manipulação eleitoral do seu rebanho descerebrado. 




As denúncias contra o pastor/celebridade Marcos Pereira da Silva mostram o quanto podem ser prejudiciais o fanatismo religioso e a ignorância quando aliados a autoridades permissivas e omissas que fecham os olhos para a salutar divisão que deveria haver entre religião e Estado.

Acariciado por inúmeros políticos e amado pelas associações de direitos humanos que adoram enxergar (leia-se enchergar pela nova ortografia petista) apenas os direitos dos criminosos e não os das vítimas; o pastor Marcos tinha livre trânsito em presídios, delegacias, gabinetes políticos e acesso a vários órgãos ligados a segurança pública.

Ao mesmo tempo, amparado por farta cobertura da imprensa ligada ao público evangélico, o pastor Marcos gozava da fama de “super-herói de Deus”, sendo o único religioso capaz de apaziguar a sanha assassina dos criminosos mais perversos.

Mas, como não se pode enganar todo mundo durante todo o tempo, a verdade sempre teima em aparecer e, neste caso, ela mostrou a sua cara feia e repleta de deformidades expondo também a extrema fragilidade de nossas instituições.

As revelações sobre as reais atividades do pastor Marcos mostram apenas o que qualquer cidadão com mais de dois neurônios já desconfiava há muito tempo: suas ligações com o crime.

Religiosos picaretas e mal intencionados sempre existiram e sempre se infiltraram nas mais variadas denominações religiosas do planeta. Para eles há sempre um exército de pessoas desprovidas de censo crítico, mergulhadas na ignorância ou no obscurantismo espiritual completo. Prontas a seguirem seus passos, aplaudirem suas ações e a ignorarem qualquer sinal, por mais óbvio que seja, de que algo no comportamento do “Mestre” não está certo ou é “inverossímil” demais.

Apenas a mente tacanha, a eterna vontade do brasileiro de achar que um coração pronto para o perdão reside no peito do mais perverso psicopata ou a simples aversão de nossos políticos em cumprirem o seus deveres em relação à segurança pública podem explicar o "sinal verde” e a proeminência midiática dada a esse senhor.

Como imaginar que criminosos acostumados a assar vivos os seus desafetos, em grandes fogueiras feitas com pneus, e a punir com a morte a mínima transgressão de seus ditames criminosos iriam se curvar a um obscuro pastor de uma pequena seita de fanáticos da Baixada Fluminense? É razoável aceitar que tais criminosos, sabidamente cruéis e sanguinários, enquanto riem diante dos gritos de terror de suas vítimas ou dançam comemorando o sofrimento atroz e inimaginável delas; suspenderiam o clímax de seus prazeres doentios para se curvarem “diante do poder de Deus encarnado” na figura do pastor Marcos? O bom senso diz que seria muito mais razoável imaginar que, se temessem a cólera divina e o destino de suas almas, jamais teriam se entregado ao crime a ao assassinato. 

Só mesmo as autoridades brasileiras (ávidas em se omitirem para não sofrerem possíveis ônus políticos) ou um povo ignorante como o nosso. Picaretas religiosos esfolam, roubam, desviam bilhões em impostos, lavam dinheiro e ainda recebem passaportes diplomáticos do governo brasileiro porque trocam o silêncio e a conivência de nossas autoridades por apoio político e a manipulação eleitoral do seu rebanho descerebrado.

O caso do pastor Marcos é ainda mais emblemático porque, mesmo diante de provas cabais, de depoimentos contundentes e de provas inequívocas apresentadas pela polícia; relatando seus “estupros sagrados”, estelionatos, ameaças de morte, orgias sexuais com perversões variadas (até obrigando homens a praticarem atos homossexuais “santificados”), uma multidão de fiéis se apresentou para defendê-lo e tentar impedir a sua prisão.

Muito mais do que absurdo religioso, esse triste fato mostra como nosso povo é ignorante, fraco e alheio a sua própria realidade; preferindo um mundo de fantasias oferecido pelo primeiro estelionatário que aparecer a uma luta real para mudar sua própria realidade sofrida.

Certamente isso explica a proliferação dos “Salvadores da Pátria”, dos “Pais e Mães dos Pobres” e toda sorte de picaretas que aparecem na política e na religião dia após dia. Ao evitarmos ver a verdade cristalina de que somente a luz do conhecimento, o trabalho duro e o comprometimento serão realmente capazes de nos libertar do sofrimento da miséria e da desesperança; continuaremos a seguir cegos, ignorantes e mergulhados na escuridão da miséria, enquanto somos açoitados e espoliados por uma massa interminável de bandidos travestidos de salvadores.

Pense nisso. 



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