O
avanço movimento pode vir a solidificar outra forma de fazer política
no país.
Ao mobilizar a população contra uma perda de
direitos, o anarquismo se prova em prática como forma de acumulação de
força social. Eis o exemplo.
Por Bruno Lima Rocha
Síndrome da profecia anunciada, os episódios da noite de segunda, 17
de junho, deveriam ter ocorrido no ano de 2005, no auge do desencanto
com o escândalo do Mensalão. No ano seguinte, pouco antes da Copa de
2006, tivemos um drops do evento, quando o MLST entrou de forma abrupta
no “mui nobre e valoroso” Congresso Nacional cujo atual presidente da
Câmara Baixa, “não sabe a motivação destas pessoas”. Semana passada,
quando os protestos pelo direito à mobilidade urbana se nacionalizaram
após a vitória parcial em Porto Alegre, afirmei nesta publicação que
tais lutas ultrapassavam o Consenso de Brasília e que materializavam
anos de trabalho acumulado por agrupações políticas mais à esquerda,
catapultadas pelas redes sociais. Não deu outra.
A
representação coletiva tem duas grandes motivações. A primeira destas é
o peso da ideologia anarquista. Ao contrário do que se afirma em rede
nacional, apesar do silêncio de boa parte da grande mídia, o conjunto de
idéias que orienta estes atos é de base libertária e tem a incidência
direta do anarquismo, tanto em sua forma mais difusa como na ala
orgânica vinculada a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB). É a
presença deste conjunto de idéias e formas de ação que alimenta o
repúdio a presença de bandeiras político-eleitorais, mesmo sendo
partidos mais à esquerda, como PSTU e PSOL. A tese anarquista é simples:
fortalecer as entidades de base e as redes de movimentos populares. A
partir da força destas coletividades, vir a conquistar direitos
diminuindo a margem de atuação de empresários e governos.
Outra motivação para o repúdio da presença de bandeiras político-eleitorais é a relação direta destes com o chamado oportunismo. A paranóia está solta e basta ler a mídia de internet mais vinculada ao governo Dilma para ver que circula um discurso de “golpe eleitoral” no ar. Uma preocupação mais provável, é que no pleito de 2014, legitimamente, surjam candidatos de esquerda tomando como bandeira a participação destes atos. O problema – para quem escolhe a via eleitoral - é que a maior parte dos ativistas ocupando as ruas de capitais e cidades médias do país repudiam esta forma de capital político. Logo, levar bandeiras vermelhas ou amarelas, se associadas a uma sigla eleitoral, é atividade mal vista hoje.
Diante deste universo de atitudes políticas, é quase inevitável o ataque a símbolos dos poderes constituídos, sejam estatais ou privados. O avanço movimento pode vir a solidificar outra forma de fazer política no país.
Outra motivação para o repúdio da presença de bandeiras político-eleitorais é a relação direta destes com o chamado oportunismo. A paranóia está solta e basta ler a mídia de internet mais vinculada ao governo Dilma para ver que circula um discurso de “golpe eleitoral” no ar. Uma preocupação mais provável, é que no pleito de 2014, legitimamente, surjam candidatos de esquerda tomando como bandeira a participação destes atos. O problema – para quem escolhe a via eleitoral - é que a maior parte dos ativistas ocupando as ruas de capitais e cidades médias do país repudiam esta forma de capital político. Logo, levar bandeiras vermelhas ou amarelas, se associadas a uma sigla eleitoral, é atividade mal vista hoje.
Diante deste universo de atitudes políticas, é quase inevitável o ataque a símbolos dos poderes constituídos, sejam estatais ou privados. O avanço movimento pode vir a solidificar outra forma de fazer política no país.
Fonte: Estratégia e Análise
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