OPERAÇÃO APRENDIZ:
Agiota se contradiz em depoimento e Gaeco já tem provas contra vereador
Outras duas pessoas depuseram, entre elas um assessor do ex-presidente da Câmara, João Emanuel
Paulo Coelho
Hiper notícias
O agiota Caio César Vieira de Freitas, suspeito de participar de um esquema de grilagem de terrenos que, conforme o Ministério Público (MP), foi arquitetado pelo ex-presidente da Câmara de Cuiabá João Emanuel (PSD), foi interrogado pelo Gaeco no fim da semana e “entrou em várias contradições”.
Ainformação foi dada por um promotor do Gaeco ao HiperNotícias e que pediu para não ser identificado. As investigações descobertas pelo MP culminaram com esquema desbaratado na "Operação Aprendiz". A trama da história foi revelada em gravação de um vídeo com orientação de advogado
Ele também confirmou que ainda depuseram na semana que passou, o braço-direito do vereador, Amarildo Souza, o também o assessor do parlamentar, Evandro Stábile, entre outros.
“Todos entram em contradição, o que nos faz perceber que eles estavam tentando uma linha de defesa, mas ficou pior ainda. Ou seja, cada dia que passa, fica cada vez mais forte a prova do esquema de fraude dentro da Câmara, praticado pelo João Emanuel”, declarou o promotor.
Sem entrar em maiores detalhes, o agente do Gaeco avaliou que, no caso do depoimento de Caio de Freitas, as declarações foram importantes para o processo, “agora se a falsificação do terreno foi do Caio ou não foi do Caio, isso não tem relevância. O que realmente tem relevância é ele (João Emanuel) afirmar no vídeo, o esquema fraudulento e oferecer serviços da Câmara para pagar a mulher (Ruth Dutra), ou seja, isso por si só já dá repercussão na esfera Criminal”, emendou o representante do Gaeco.
O promotor ainda acrescentou que, quanto à falsificação de assinaturas e dos documentos dos dois lotes, isso também será amarrado no processo, mas enfatizou que “ali, por si só, o momento em que ele oferece tudo aquilo, já é suficiente para uma condenação”.
BLEFE
Na semana passada, o advogado de João Emanuel, Eduardo Mahon, afirmou que Ruth Dutra foi vítima do próprio filho, que teria aplicado um golpe na mãe, em relação aos terrenos, falsificando as assinaturas.
Para o promotor ouvido pela reportagem, “isso é conversa fiada. Se o filho (Pablo Dutra) deu o golpe na mãe, então porque o João Emanuel, estava lá querendo pagar 500 mil reais no terreno?”.
“E depois, ainda que o filho tivesse participado nisso, o Pablo não é vereador e não é agente público, ou seja, o que importa é o que o João Emanuel foi f azer lá, querendo pagar 500 mil e oferecer esquema de serviço de gráfico”, completou o promotor do Gaeco.
HiperNotícas tentou ouvir por telefone o vereador João Emanuel, mas o celular dele estava desligado ou fora de área.
ENTENDA O CASO
Os dois lotes estavam no nome Pablo Norberto Dutra, mas estavam no usufruto da mãe dele, Ruth Hercia Dutra.
João Emanuel teria liderado um esquema de falsificação de documentos dos terrenos, usando seus assessores, para oferecê-los como garantia ao agiota Caio de Freitas, que teria feito um empréstimo de R$ 500 mil ao vereador.
Ruth Dutra, ao saber da venda, já que Caio quis se apossar dos imóveis, alegou jamais ter feito a venda, nem a Caio, nem ao vereador.
com situação e temendo um escândalo onde Ruth exporia o nome de João Emanuel e o de pessoas como o deputado José Riva (PSD) de quem seria “o negócio”, o vereador foi até a empresa de Ruth (uma gráfica) disposta a pagar R$ 500 mil pelos lotes, que ele mesmo afirmava estarem legais, em termos de documentação.
João Emanuel, porém, só não contava é que aquela conversa com Ruth fosse gravada em áudio e vídeo por ela e que essa gravação caísse justamente nas mãos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Por conta disso, o vereador se afastou do cargo de presidente (autodestituição) e agora, corre risco de ter seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, já que, no vídeo, ele chamou seus colegas de parlamento de “artistas”, dando a entender que todos os 25 vereadores de Cuiabá exigiriam propina, no caso de um acerto para fornecimento de serviços gráficos ao legislativo municipal.
Fonte Hiper Notícias
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