sábado, 29 de março de 2014

Desembargador manda soltar genro de José Riva


Desembargador Gilberto Giraldelli desvaloriza investigações do Ministério Público sobre novas tramas criminosas de João Emanuel e manda soltar o genro de Geraldo Riva. Advogado Eduardo Mahon, no Facebook, na certa mirando o MP, sugere que riu por último. Será que se mantém o sorriso do Mahon?



" O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza...O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão mas que levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de mais alta esfera...Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam." (Padre Antonio Vieira: Sermão do bom ladrão )


Eduardo Mahon, o advogado, João Emanuel, o paciente do HC e Gilberto Giraldelli, o desembargador que resolveu rever as decisão da juíza Selma Arruda


Do blog do Enock Cavalcanti

Dois dias de prisão. O vereador João Emanuel já não está mais no xilindró e seu advogado, Eduardo Mahon, não vacilou em ir ao Facebook lançar uma brincadeirinha no ar, para a diversão de sua costumeira plateia: “Quem ri por último…”

Mas será que a disputa acabou mesmo ou foi apenas um round se que esgotou?

Segundo os promotores do Gaeco, mesmo após a deflagração da Operação Aprendiz, que expos em público um esquema de desvio de dinheiro público, através de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pela Câmara Municipal de Cuiabá, a quadrilha, que seria comandada pelo genro do deputado Geraldo Riva, continuava atuando. As informações sobre estes ataques – que incluem a possível parceria com o jornalista e ex-deputado Maksuês Leite – estão na denúncia protocolada na Vara do Crime Organizado.

O desembargador Gilberto Giraldelli, no entanto, não vacilou em peitar os argumentos alinhados pela juiza Selma Arruda para decretar a prisão de João Emanuel. E também aplica uma espécie de puxão de orelha nos promotores do MP: “Com relação à questão de o paciente se encontrar em liberdade sem que se tenha realizado a instrução, bem como possíveis investidas contra testemunhas, verifico que, em sentido contrário, a instrução preliminar do Procedimento de Investigação Criminal (PIC) já se encontra encerrada. Os elementos de prova já foram colhidos, com ampla oitiva de testemunhas, realização de perícias e outras modalidades probatórias realizadas não só no PIC, como também em procedimento preparatório para instruir a Ação de Improbidade Administrativa e até mesmo no processo de cassação em curso na Câmara Municipal de Cuiabá. Verifica-se aqui, por óbvio, que a conveniência da instrução criminal não se mostra em situação de perigo, até porque, já amplamente concretizada, bastando, apenas sua confirmação no contexto da ação penal”

Eduardo Mahon sorri no Facebook e, no mesmo esquema midiático, o vereador João Emanuel, mal deixou a cela que dividia com o ex-deputado Pedro Henry, foi logo ao encontro da impresa para se dizer um preso político. Preso político tal e qual sua sogra, Janete Riva.

“Causa estranheza a atitude do Gaeco porque nós sabemos que têm pessoas do Gaeco que têm pretensões políticas, então ficam usando a imprensa para me desmoralizar frente à sociedade” – disse o genro de Riva, segundo anota o Olhar Direto. Bem (ou mal) orientado, João Emanuel distribuiu acusações genéricas, sem pé nem cabeça, como acha que participa de um eterno jogo eleitoral.

Mas a que esquema político será que João Emanuel entende que servem os promotores do Gaeco? Será que ele avalia que a juíza Selma Arruda também está fazendo lobby eleitoral quando manda pra cadeia o genro do político supreprocessado?

Isso não foi explicado no evento midiático deste fim de tarde. João Emanuel, seu advogado, sua coletivo, ao que parece, não vieram para explicar mas para confundir.

Que esquemas são aqueles que o Gaeco acusa Emanuel de estar tramando contra o filho do desembargador Evandro Stábile? E o golpe do Finam?

Parece que essas perguntas não ecoaram na coletiva convocada às pressas. Sobre fatos concretos, alinhados pelo Ministério Público em sua denúncia, nenhuma fala, nenhuma linha.

O que ecoa na midia, agora, são basicamente as palavras do desembargador Giraldelli avaliando que “no que concerne à possível reiteração criminosa, também não se tem nada de concreto neste sentido, tampouco há indicativo de fuga do paciente que tem domicílio certo e profissão definida”.

O Ministério Público apresentou gravações, documentou articulações do vereador do PSD – mas, para o desembargador Giraldelli nenhuma destas provas foi suficientemente robusta. “Não se verifica nenhuma ameaça concreta contra testemunhas ou qualquer outra ação que a coloque em risco, sem contar que os feitos preparatórios, repita-se,  já se finalizaram, com ampliada produção de provas – oitivas de testemunhais, periciais, ordem judicial de busca e apreensão”.

O desembargador argumenta que as provas ofertadas para respaldar a prisão preventiva não são acreditáveis e, ao mesmo tempo, insiste e insiste que o tempo do MP acrescentar documentos e fatos que possam ampliar a certeza da atuação de uma quadrilha comandada por João Emanuel já se exauriu.

Eduardo Mahon, no Facebook, sorri. Muitos sorriem com ele. Nunca é demais, todavia, lembrar, que, no preâmbulo de sua denúncia, os promotores que denunciaram João Emanuel, colocaram o alerta do poeta francês Alfred de Musset (1810-1857): “O homem é um aprendiz/ A dor é sua mestra”

Da pagina do Enock




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