A impunidade não salva da pena e castigo merecido; retarda-o para o fazer mais grave pela reincidência e agravação das culpas e crimes subseqüentes. (Marquês de Maricá)
Ex-vereador por Cuiabá Lutero
Ponce,
Camila Cervantes e Tarso Nunes
RD News
Em audiência do julgamento do ex-vereador por Cuiabá Lutero
Ponce, nesta quinta (27), na 3ª Vara da Fazenda Pública, o
ex-parlamentar diz que foi injustiçado e não quer mais saber de
política. Cassado em 2009, por quebra de decoro, improbidade
administrativa e corrupção, Lutero afirma que após o episódio está
cuidando dos negócios da família: um buffet e uma fazenda.
Apesar das acusações, o ex-vereador acredita que será inocentado,
porque, segundo ele, durante o mandato aumentou o salário dos
funcionários, reformou a Câmara e fez o Plano de Cargo, Carreira e
Salário (PCCS). “Parei de mexer com esse negócio (política). Das coisas
que eu fiz, nunca nenhum funcionário reclamou de nada”, declara em
entrevista ao Rdnews.
Lutero atribui o fato da cassação à perseguição política, sofrida
pelo então presidente da Câmara, Deucimar Silva (PP). Ele relembra que
foi cassado por 14 votos contra 4. Conforme o ex-parlamentar, dos que
votaram a favor da cassação, 12 não têm mais mandato. Dos quatro que
foram contra a invalidação do mandato, somente Lúdio Cabral (PT) não é
mais vereador, por deixar o cargo para disputar à Prefeitura de Cuiabá,
em 2012, onde saiu derrotado. “Curiosamente, todos que pediram minha
cassação não conseguiram se reeleger”, insinua.
Para se defender, Lutero explica que todas as licitações, que foram
alvo de investigação, tiveram requerimento de saída e entrada, conforme a
legalidade. O ex-vereador é enfático ao apontar Deucimar como principal
articulador de sua cassação. Argumenta que o progressista se revoltou
quando o ex-parlamentar foi presidente do Legislativo. Na ocasião,
Deucimar perdeu o mandato por trocar de partido devido à Lei de
Fidelidade Partidária e culpou Lutero que poderia tê-lo “salvado”.
“Deucimar, por ter força política, na época, fez muito barulho. Fui
eleito por 5 mil pessoas e cassado por 14 vereadores. Fui injustiçado”.
Cassação
O ex-presidente da Câmara Lutero Ponce, embora tivesse pedido de
prisão decretada pela Justiça em junho de 2009, não foi preso por não
ter sido localizado. Na ocasião, Lutero só apareceu após o habeas corpus
ser concedido. O ex-parlamentar argumentou que estava viajando e que
jamais havia fugido. É acusado de causar rombo de R$ 7 milhões ao
erário. O julgamento do ex-parlamentar é relativo a processo que apura
fraudes em licitações realizadas à época em que comandou o Legislativo.
Fonte RD News