quinta-feira, 13 de março de 2014

Nelson Pereira de Jesus, morto em 1978 na Ditadura Militar.


Motivo? Reclamou do seu salário e foi assassinado por agentes da Repressão.




Fonte Falando a Vardade

Nelson Pereira de Jesus não era Comunista, nem sindicalista nem nada, era um trabalhador que ganhava pouco, trabalhava muito e vivia na Ditadura Militar em que salários dos trabalhadores eram congelados e inclusive cortados e a inflação chegava a 290 %.



Onde estão os assassinos?  


Conheçam Cássio Scatena.


Cássio Scatena:

Formado em Direito em 1967, foi um dos quatro alunos da Faculdade do Largo São Francisco que tomaram parte no massacre aos artistas do Roda Viva. No dia 11 de outubro de 1978, o advogado Cássio Scatena, ex-CCC, assassinou o operário Nélson Pereira de Jesus, na porta da Metalúrgica Alfa, em São Paulo, por reclamação salarial. A fábrica fez greve em protesto. No dia 7 de novembro de 1986, Cássio Scatena foi a Júri. Scatena foi condenado a 13 anos de prisão. No dia 25 de novembro de 1987, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o julgamento que condenou Cássio Scatena a 13 anos de prisão. Atualmente trabalha como assessor jurídico no Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo.

Segundo o site Brasilianas.org:

"Fui aluno de Direito na USP de 1967 a 1970, a maior parte do tempo sob a direção de Buzaid.

Um dia de manhã, em 1968, cheguei atrasado para a primeira aula e aguardei sentado no hall das arcadas, atrás de uma coluna. De repente, no lado oposto, começou um tiroteio. Eram alunos do último ano e alguns recém-formados, todos membros do CCC, que disparavam contra um mural do XI de Agosto que protestava contra a repressão policial e a censura.

Eram eles Cassio Scatena, João Parisi, Marcos Flaquer e Paulo Flaquer. Scatena me viu e dirigiu-se a mim de arma na mão, um revólver (os outros usavam automáticas), e mostrou-me uma carteirinha de policial federal. Disse que me afastasse dos amigos comunistas ou iria morrer. Então recarregou o revólver, deixando as cápsulas vazias no chão.

Depois que foram embora, e pouco antes que surgissem os alunos que estavam nas classes, recolhi essas cápsulas e outras 15 espalhadas no pátio. Entreguei-as ao presidente do XI e denunciei os atiradores (até o ano anterior o presidente do XI era Aloysio Nunes -- quem diria!). Ele as levou até Buzaid, bem como os os nomes dos atiradores. O diretor da faculdade olhou cinicamente para o presidente do XI através dos óculos de fundo de garrafa e disse que iria tomar providências, mas até 2ª ordem, o mural estava proibido. Em seguida, acintosamente, jogou as cápsulas de balas no lixo!" 

Fonte Mídia Independente


Saiba mais

Os filhos ricos da Ditadura Militar Brasileira

José Maria Marin



Por Lucas Marcelino
 
No dia 11 de novembro de 2012, grupos de direitos humanos, organizações e partidos políticos de esquerda e outros órgãos como a Comissão da Verdade Rubens Paiva – organizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo – realizaram mais um ato chamado de “escracho”. O alvo da vez foi o Presidente da CBF, José Maria Marin.

A manifestação se iniciou no Masp e percorreu a Paulista e algumas ruas arborizadas do lindo bairro dos Jardins, na região da Avenida Paulista, até chegar ao luxuoso prédio onde mora o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

A escolha de Marin para ser “escrachado” não foi simplesmente porque existe, praticamente, uma ditadura dentro do futebol brasileiro. Mas sim porque Marin é apontado como o responsável por delatar e, consequentemente, provocar a morte do jornalista Vladimir Herzog – morto nas dependências do DOI-CODI de São Paulo, mas que teve sua morte registrada como um suicídio.

Mas esse ato, que deixou moradores dos prédios próximos escandalizados a ponto de se manifestarem nas janelas dos prédios, aponta para outro crime além dos assassinatos, torturas e tantos outros realizados contra a população e o estado democrático brasileiro pela Ditadura Militar e seus generais. Os escrachos realizados até hoje em São Paulo, aconteceram sempre em regiões ricas da cidade. Isso nos leva a uma conclusão: o poder econômico e a boa vida que desfrutam aqueles que trabalharam para a Ditadura Militar.

Para quem não conhece a história da Ditadura Militar que durou (oficialmente) de 1964 até 1985, os militares tomaram o poder através de um golpe de estado contra o presidente João Goulart, após ele decidir por medidas sociais que trariam uma maior igualdade social para o Brasil, como foi o caso da Reforma Agrária – a gota d’água para a direita e para a Igreja reacionária que já se manifestavam abertamente contra as atitudes populares e “comunistas” do então presidente Jango, através da Marcha pela família e propriedade.

Mas a imagem de justiça, ordem e progresso, até hoje defendida pelos adoradores da Ditadura – muitos deles são pessoas que não conhecem nem um pouco do que foi esse momento da história negra do Brasil – esconde a verdade daquele período: crimes contra a oposição (assassinatos, torturas, etc…), censura (contra artistas, jornais e intelectuais opositores), aumento avassalador da dívida pública externa brasileira, retrocesso dos direitos do povo com o fim de matérias como filosofia e sociologia nas escolas e com os Atos Institucionais.

Todas essas medidas, aliadas a grande propaganda realizada pelos meios de comunicação da Ditadura – Rede Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja, entre outros – permitiu que muitas pessoas lucrassem com a Ditadura. Os exemplos mais claros são dos meios de comunicação: a Rede Globo que tinha acabado de surgir tornou-se o império da Família Marinho que era ardente defensora do regime autoritário; A Folha de São Paulo tornou-se o maior jornal do paulista com o fechamento dos jornais opositores e, principalmente, por maquiar notícias e emprestar sua estrutura para a ditadura, como o carro que transportava presos políticos para o DOI-CODI e para o DOPS. Várias outras organizações como o próprio SBT e a Editora Abril também se beneficiaram do dinheiro que rolava em propinas e na corrupção.

Mas além dos meios de comunicação, já há muitos anos denunciados (uma boa forma de conhecer melhor é vendo o filme “Além do Cidadão Kane”, até hoje proibido no Brasil), houve o enriquecimento pessoal dos apoiadores e dos executores do regime. Empresários como o Eike Batista – que herdou a fortuna suja acumulada por seu pai que era um colaborador da Ditadura – ou Henning Boilesen – que se tornou dono da Ultragás e foi um dos maiores financiadores da Ditadura. Várias empresas nacionais e multinacionais, com ênfase nas norte-americanas, também os maiores bancos do Brasil como o Bradesco, faziam enormes doações aos militares em troca de “segurança” para que mantivessem o controle do mercado nas suas áreas. Devemos lembrar também dos latifundiários que colaboravam com a Ditadura em troca da morte de militantes que atuavam nas Ligas Camponesas no interior do Brasil e no Nordeste.

Mas houve também o enriquecimento e o ganho de poder político. Paulo Maluf foi um dos principais políticos da Ditadura, chegando a ser governador biônico de São Paulo. Delfim Neto, Orestes Quércia, as famílias Sarney (Maranhão), Magalhães (Bahia) foram outros que lucraram por servir fielmente à Ditadura. Houve também a segurança para membros das Forças Armadas como o torturador Sergio Fleury – que depois foi morto como “queima de arquivo” – ou Claudio Guerra que até hoje vive confortavelmente com sua pensão de militar aposentado e ainda ganha dinheiro com o lançamento de um livro onde conta várias mentiras sobre a morte de militantes de esquerda.

Enfim, Marin é apenas mais um exemplo de como até hoje temos inseridos nas entranhas do estado brasileiro os resquícios ou (riquícios) da Ditadura Militar. Marin foi deputado, vereado e ocupou o cargo de governador de São Paulo durante uma ausência do Paulo Maluf. E foi como deputado que ele fez um discurso de ataque à posição de resistência da Televisão Cultura que se negava a calar-se frente os crimes da Ditadura. E por isso é acusado de ser responsável por provocar a morte de Herzog em uma das mais vergonhosas tentativas de encobrir um crime, quando Herzog foi fotografado com uma corda no pescoço em um suposto suicídio. Mas o detalhe é que Herzog estava ajoelhado. Chegou a hora de nós nos levantarmos. Tirarmos o joelho do chão e condenarmos aqueles que enriqueceram as custas das mortes de brasileiros e brasileiras. E muitos que ainda hoje sobrevivem com os ganhos que escorreram das veias dos trabalhadores e do povo brasileiro.

Fonte Pandora

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