Ustra foi um dos principais agentes do regime durante alguns dos piores anos da ditadura. Conhecido pelos seus pares e suas vítimas como “Dr. Tibiriçá”, foi chefe do Doi-CODI de São Paulo, entre 1970 e 1974. Estima-se que ele tenha comandado, pessoalmente, mais de 500 sessões de tortura em pessoas que lutavam contra a ditadura militar no Brasil.
Pedro Rafael Vilela,
De Brasília (DF)
Militantes
do Levante Popular da Juventude do DF e Entorno, do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos
Agricultores (MPA) realizaram um escracho em frente a casa do coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, na tarde desta segunda-feira (31), em
Brasília. A data marca os 50 anos do golpe militar no Brasil, que
inaugurou uma sombria ditadura que durou 21 anos e custou a vida de
centenas de pessoas.
Ustra foi um dos principais agentes do regime
durante alguns dos piores anos da ditadura. Conhecido pelos seus pares e
suas vítimas como “Dr. Tibiriçá”, foi chefe do Doi-CODI de São Paulo,
entre 1970 e 1974. Estima-se que ele tenha comandado, pessoalmente, mais
de 500 sessões de tortura em pessoas que lutavam contra a ditadura
militar no Brasil.
Método
Amarrados em
“paus-de-arara”, o torturados eram espancados com cacetetes, mergulhados
em tambores d'água para se afogar e tinham a pele rasgada com facas.
Sentados na “cadeira do dragão”, sofriam descargas elétricas de 100
volts em várias partes do corpo, inclusive nos órgãos genitais.
Livre
Brilhante
Ustra, hoje com 81 anos, vive numa confortável casa no bairro do Lago
Norte, um dos mais nobres da capital da República. Foi o único
torturador da história do Brasil a receber uma condenação da Justiça, em
primeira instância, por esse crime de lesa-humanidade. Porém, continua
livre. No ato desta segunda-feira, os militantes gritaram e cantaram
palavras de ordem e pintaram o asfalto em frente a casa com os dizeres
“aqui mora um torturador”. Também afixaram cartazes de pessoas mortas
pela ditadura. O ato chamou a atenção de alguns vizinhos, que foram a
porta de suas casas acompanhar. Alguns registraram o momento pelo
celular.
Havia dois carros estacionados na garagem, mas ninguém
saiu à porta. Após a saída dos manifestantes, alguns jornalistas
conseguiram falar com uma mulher que se identificou como esposa de
Ustra. Segundo os repórteres, ela chamou os responsáveis pelo escracho
de “baderneiros” e confirmou que Ustra estava em casa no momento do ato.
De
acordo com Bárbara Loureiro, do Levante no DF, a data foi escolhida
para não deixar em branco o dia que marca meio século do golpe. “O
Levante Popular da Juventude vem a público gritar em alto e bom som que
nós não esqueceremos das barbaridades que o Ustra cometeu sob o manto do
Doi-CODI”, explicou.
Para Francis Rocha, também do Levante DF, é
preciso denunciar que o Brasil, diferentemente de outros países da
América Latina, não julgou nem prendeu os militares que cometeram crimes
de lesa-humanidade. “Aqui, finge-se que nada aconteceu. É como se o
coronel Ustra dissesse na cara de todos: ‘eu torturei, matei, ocultei
cadáveres e continuo vivo com meu salário e quero morrer anônimo’”,
afirmou.
Camponeses protestam na Esplanada
Após
o escracho na casa de Brilhante Ustra, os militantes seguiram para a
Esplanada dos Ministérios e, em frente ao Congresso Nacional, fixaram
1.196 cruzes no gramado, em memória aos camponeses mortos durante o
regime militar. Até hoje, o Estado reconheceu apenas 29 casos de tortura
e morte de trabalhadores e militantes políticos do meio rural.
Fonte Brasil de Fato
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