sábado, 20 de dezembro de 2014

MPE exige bloqueio de R$ 62 milhões de 25 por fraudes na AL


Fraude milionária se baseava em compras de produtos jamais entregues ao Legislativo



 MATERIAIS FANTASMAS


Folha Max


Da Redação


O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com ação civil pública no Tribunal de Justiça (TJ) requerendo a condenação por improbidade administrativa do deputado estadual José Riva (PSD), do ex-deputado e atual conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Sérgio Ricardo e da candidata derrotada ao governo do Estado, Janete Riva. Ao todo, 25 pessoas físicas e jurídicas são suspeitas de participação da montagem de um esquema de corrupção que desviou R$ 62 milhões dos cofres públicos do Estado em valores atualizados. 

Conforme o MPE, o esquema se baseava em contratos com empresas de fachada e aquisição de mercadorias que nunca foram entregues ao Legislativo. As irregularidades ocorriam com freqüência no período de 2005 a 2009 quando José Riva e Sérgio Ricardo alternavam entre a presidência e a 1ª secretária.

Por outro lado, Janete Riva atestou o recebimento de mercadorias que nunca foram recebidas. Os promotores de Justiça também reivindicam em caráter liminar a indisponibilidade de bens de todos os réus para devolução do dinheiro aos cofres públicos.

Ainda são réus na mesma ação o espólio do ex-secretário geral da Assembleia Legislativa, Edemar Adams, e os servidores públicos Edson José Menezes, Djalma Ermenegildo, Manoel Theodoro dos Santos Filho e Djan da Silva Luiz Clivati. Também figuram como réus Elias Nassarden Júnior, Jean Carlo Nassarden, Elias Nassarden, Clarice Leite Nassarden e Jeanny Nassarden.

A relação se completa com Leonardo Maia Pinheiro, Tarcila Maria da Silva Guedes, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Borges, Ivonete de Oliveira e Fernando da Silva. As empresas que constituem pessoas jurídicas são Livropel Comércio e Representações LTDA, Hexa Comércio e Serviços de Informática LTDA, Amplo Comércio de Serviços e Representações, Real Comércio e Serviços LTDA-ME, Servag representações e serviços LTDA e Serpel Comércio de Alimentos LTDA.

"Impende ser destacado que não havia a entrega efetiva dos materiais de consumo, papelaria, produtos de informáticas e outros na Casa de Leis Estadual, apenas a simulação de aquisição destas mercadorias das empresas supracitadas, que por óbvio, objetivava o logro de vantagem pessoal ilícita e promessa de vantagens também ilícitas para terceiros", explica a ação, ao acrescentar que "90% dos recursos transferidos através de pagamentos eram sacados na boca do caixa".

Os investigados foram monitorados vários anos por agentes do Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado). A sonegação de impostos também atingia as empresas, tanto é que a Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda recebeu R$ 15,177 milhões e só pagou R$ 526,46 de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em cinco anos. 

Outro fato interessante é que a Livropel venceu em 2007 um pregão presencial de R$ 12,169 milhões, mas só adquiriu R$ 59 mil em mercardiras. Foram comprados R$ 34,4 mil em produtos na papelaria Grafitte e R$ 24,6 mil na Uze Papelaria. 

DEVOLUÇÃO INDIVIDUALIZADA

Os promotores de Justiça ainda elencaram o valor a ser devolvido com acréscimo de juros e correção monetária por cada um dos suspeitos de improbidade administrativa. Elias Nassarden Junior (R$ 62 milhões), Jean Carlo Nassarden (R$ 21,878 milhões), Leonardo Maia Pinheiro (R$ 9,4 milhões), Clarice Pereira Leite (R$ 5,150 milhões), Elias Nassardem (R$ 9,3 milhões), Jeanny Nassarden (R$ 1,179 milhões), Celly Isabel de Jesus (R$ 627 mil), Tarcila Maria Silva Guedes (R$ 23,160 milhões), Luzimar Borges (R$ 1,8 milhão), Fernando da Silva (R$ 21,8 milhões) e Ivonete de Oliveira (R$ 684 mil).

Em relação às empresas jurídicas os valores são Amplo Comércio de Serviços e Representações (R$ 7,5 milhões), Serpel Comercial de Alimentos (R$ 684 mil), Livropel Comércio e Representações (R$ 18,408 milhões), Hexa Comércio e Serviços de Informática (R$ 21,8 milhões), Real Comércio e Serviço LTDA (R$ 9,462 milhões) e Servag Comércio (R$ 4,751 milhões). É reivindicado que todos paguem dano moral/social coletivo no valor de R$ 20 milhões com a quantia sendo depositada em favor do FUNAMP (Fundo de Apoio ao Ministério Público Estadual), suspensão dos direitos políticos por 10 anos, pagamento de multa civil no valor de três vezes o valor do acréscimo patrimonial ou 100 vezes a remuneração recebida na função pública, proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais ou creditícios direta ou indiretamente e devolução de R$ 62 milhões.




Fonte Folha Max



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O FIM DA ERA RIVA: 

Waldir Teis levou “carão” do Gilmar Fabris por articular pró-Janete. Coube a Pedro Nadaf representar o Paiaguás na tentativa de emplacar o nome da esposa do deputado mais processado por corrupção de Mato Grosso. Já no Tribunal de Justiça, Orlando Perri volta a decidir contrariamente ao esquema montado pelo cacique da Assembleia, em fim de reinado. 

Assembleia de Riva não conseguiu motivar Perri a rever seu posicionamento. Pode ser a pá de cal na Era Riva. Velho cacique segue ladeira abaixo.


Da pagina do Enock

Esta tem sido uma semana de desditas para o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), cacique político da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Riva é uma espécie de doente político terminal e está vendo o fim de seu reinado em nosso Estado. Foram dez anos de reinações. Mas, este ano, a tempestade desabou. Não conseguiu ser candidato a governador, carimbado como ficha suja. A sua esposa, lançada para substitui-lo na campanha contra Pedro Taques e Lúdio Cabral, teve desempenho pífio. E, agora, as articulações para fazer de Janete Riva conselheira do TCE no lugar de Humberto Bosaipo, seu velho parceiro de traquinagens políticas e administrativa, conforme documentam os inúmeros processos judiciais, não estão resultando.

Na ampuleta do tempo, a Era Riva está virando pó. Por mais que o governador Silval Barbosa (PMDB) e o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Waldir Teis, tenham procurado ajudá-lo nesta cartada final, Riva não conseguiu uma boa mão, e está perdendo todas as rodadas para os promotores do Nucleo de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Publico Estadual.

A cena tragicômica da semana, certamente, foi o encontro do deputado estadual e “Riva boy” Gilmar Fabris, relatada pelo próprio a alguns confidentes, sobre o seu encontro com Waldir Teis, nos corredores do Legislativo. Fabris ficou possesso quando descobriu que Teis – que já foi “homem de ouro” de Maggi e agora presidente episodicamente o TCE – articulava intensamente a favor da nomeação de Janete Riva, e, segundo ele, não movera uma palha a seu favor. O esculacho, o carão que Gilmar Fabris passou em Teis foi qualquer coisa de constrangedor, um barraco total, segundo o próprio. Com será que Waldir Teis conta esta história?

No Tribunal de Contas, servidores daquela corte engajados em mobilização contra a nomeação de conselheiros fichas sujas, em parceria com o MCCE, Ong Moral e Fórum Sindical, contam para quem quiser ouvir, sobre as visitas do chefe da Casa Civil de Silval Barbosa aos gabinetes dos conselheiros, desde que Janete Riva fora lançada candidata à sucessão de Bosaipo, também para tentar viabilizar esta última cartada do deputado Riva.

Aparentemente, foi o Poder Judiciário o único a se manter distante destes momentos que Jane Austen talvez titulasse como “Desejo e Desespero”. Vejam que, como o apóstolo Pedro, o desembargador Orlando Perri já negou duas vezes atendimento aos reclamos da Assembleia, insatisfeito com a decisão do juiz Luis Bertolucci que suspendeu a sabatina programa pela Assembleia que, caso fosse realizada, levaria ao orgasmo Riva e seus acólitos. Só que a negação de Perri não tem nada a ver com as angústias do apóstolo-pescador. Aqui é o bem que se desenha pelas mãos de Perri, avalio eu.

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Orlando Perri, negou o pedido de reconsideração, formulado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, da decisão que manteve suspensa a sabatina da ex-secretária de Cultura, Janete Riva, que pleiteia a vaga de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Perri já havia negado o pedido de liminar de sobrestamento dos efeitos da decisão provisória proferida pelo juiz da Primeira Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular da Capital, Luiz Aparecido Bertolucci. Bertolucci foi quem suspendeu, originalmente, a sabatina a que seria submetida à candidata escolhida pela maioria dos deputados para ser indicada ao cargo de conselheira.

“Muito ao reverso do se afirma na petição de reconsideração, desimporta ao Poder Judiciário o mérito da escolha ou sobre quem ela recairá. O que se deve precatar a respeito, a obediência, a subserviência aos comandos constitucionais e regimentais que regem a questão. (….). Por consequência, conheço do pedido de reconsideração, mas nego-lhe provimento, devendo o feito retomar seu curso nos termos já determinados antecedentemente”, destaca Perri em sua decisão.

Para os militantes das entidades de combate a corrupção, as duas negações assinadas por Orlando Perri ficarão como que sacralizadas. Essas negativas podem passar à História como as estacas que, perpassando o coração da Era Riva, projetam Mato Grosso para um novo tempo. Um tempo pós-Riva. Depois de Riva já se percebe que há um outro cacique para ser entronizado. Como será o reinado do nosso Dom Pedro Terceiro?

LEIA AQUI A DECISÃO
 


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