Um estudo conduzido por Markus Appel, professor associado da Universidade de Linz, na Áustria, concluiu que quando as pessoas não pensam criticamente sobre o que estão consumindo numa mídia correm o risco de “assimilar características mentais expostase”.
por : Kiko Nogueira
Você não precisa ser muito esperto para saber que o Big Brother é um
lixo. Entre as piores desculpas para assistir o programa, uma delas é
que ele é “desestressante” e “inofensivo” (qualquer coisa com Pedro Bial
declamando poema não pode ser descrita dessa maneira, mas vamos
adiante).
Bem, não é inofensivo. Ao contrário. É emburrecedor cientificamente falando.
Um estudo conduzido por Markus Appel,
professor associado da Universidade de Linz, na Áustria, concluiu que
quando as pessoas não pensam criticamente sobre o que estão consumindo
numa mídia correm o risco de “assimilar características mentais
expostase”.
Em outras palavras, a estupidez de participantes e apresentadores de
absurdos como o BBB é danosa à saúde, ainda que temporariamente.
“Não é como uma doença que você pode ter por um longo tempo. Nós não
estamos dizendo que você será prejudicado um dia depois de ler um livro
estúpido ou ver um programa de TV ruim”, disse Appel. “Mas a pesquisa
mostrou que o desempenho em testes de conhecimento é prejudicado por
esse tipo de coisa”.
Num experimento com 81 pessoas, Appel pediu a diferentes grupos que
lessem um roteiro que contava o caso de Meier, um hooligan alcoólatra e
intelectualmente debilitado. Metade recebeu a instrução de pensar de
maneira diferente do protagonista, enquanto a outra metade não teve
instrução nenhuma antes de ler.
Em seguida, todos fizeram um teste. O grupo que fez uma leitura
crítica se saiu muito melhor — um processo que Appel considera ser
responsável por manter longe do efeito contagioso da
imbecilidade. Conhecimento geral não é o mesmo que QI, é claro. Mas os
resultados, de acordo com Appel, “ajudam a reforçar a tese de que as
pessoas são influenciadas de maneira sutil, mas significativamente, por
produtos de baixa qualidade”.
Bella, uma bailarina do BBB 14, parecia ter alguma consciência do
nível de indigência da atração criada pelo hoje milionário John De Mol.
Há algumas semanas, foi flagrada pela TV numa dúvida. “Será que as
pessoas ‘faz’ isso mesmo, ‘compra’ [o pacote para ver o BBB]? Tem mais o
que fazer, não, que ficar vendo umas conversa ‘troncha’ (sic) que nem
essa…”
Inteligente essa Bella.
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