Ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso nesta manhã em Brasília, em sua casa, alvo de prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato; seu irmão e sócio também foi preso, assim como seu ex-assessor; Dirceu é investigado por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, por meio de sua empresa JD assessoria, já desativada; ele nega ter recebido propinas e afirma que os pagamentos recebidos por empreiteiras foram por serviços de consultoria prestados a essas empresas; nova fase da operação foi batizada de Pixuleco, em alusão ao termo utilizado para nominar propina recebida de contratos
247 - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi
preso na manhã desta segunda-feira 3, alvo de prisão preventiva
decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, pela 17ª fase da Operação Lava
Jato.
A Polícia Federal cumpre nesta fase 40 mandados judiciais, sendo três
de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e
apreensão e seis de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a
prestar depoimento.
Dirceu é investigado por envolvimento no esquema, por meio de sua
empresa JD assessoria, já desativada. Seu irmão e sócio na empresa, Luiz
Eduardo de Oliveira e Silva, e seu ex-assessor Roberto Marques também
foram presos.
A operação foi batizada de Pixuleco, em alusão ao termo utilizado para nominar propina recebida de contratos.
José Dirceu nega ter recebido propinas e afirma que os pagamentos
recebidos por empreiteiras investigadas na Lava Jato à sua empresa foram
por serviços de consultoria prestados a essas empresas.
Leia aqui reportagem da Agência Reuters sobre o assunto:
(Reuters) - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
foi preso nesta segunda-feira em uma nova fase da operação Lava Jato,
que investiga esquema bilionário de corrupção no país, informou a
Polícia Federal.
Dirceu já estava cumprindo prisão domiciliar por sua condenação no
Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. O ex-ministro
teve o nome citado na Lava Jato por conta de pagamentos recebidos por
sua empresa de consultoria.
A prisão de Dirceu fez parte da 17ª etapa da operação Lava Jato,
segundo a PF. Foram expedidos 40 mandados judiciais, sendo três de
prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e
seis de condução coercitiva.
A Lava Jato investiga um esquema de corrupção principalmente na
Petrobras, no qual empreiteiras formaram um cartel para vencerem
contratos de obras da estatal. Em troca, pagavam propina a funcionários
da empresa, a operadores que lavavam dinheiro do esquema, a políticos e
partidos.
(Por Pedro Fonseca e Caio Saad, no Rio de Janeiro)
Prisão de Dirceu foi baseada em duas delações
Questionado sobre o "fato novo" que levou à prisão o ex-ministro José Dirceu nesta manhã, pela 17ª fase da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou em coletiva de imprensa que, "diante da delação de Júlio Camargo", os investigadores tiveram "provas suficientes" para a prisão; antes, os indícios vieram com a delação do empresário Milton Pascowitch; "Temos claro que Dirceu era aquele que tinha a responsabilidade de definir os cargos na administração de Lula"; confirmação da propina seriam pagamentos de empreiteiras à JD Consultoria, empresa de José Dirceu; o ex-ministro alega, no entanto, que esses pagamentos eram de serviços prestados a essas empresas
247 – O "fato novo" que levou o ex-ministro José Dirceu à prisão na manhã desta segunda-feira 3, pela 17ª fase da Operação Lava Jato, foi a delação premiada de Júlio Camargo, que teria admitido aos investigadores o pagamento de propina ao ex-ministro, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em coletiva de imprensa sobre a nova fase da investigação.
Antes, os indícios da participação de Dirceu no esquema vieram da delação do empresário Milton Pascowitch, informou o procurador. Segundo ele, depois do depoimento de Júlio Camargo, os investigadores tiveram "provas suficientes" para efetuar a prisão de José Dirceu.
"Temos claro que Dirceu era aquele que tinha a responsabilidade de definir os cargos na administração de Lula", disse ainda o procurador, citando, como exemplo, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
Sem especificar valores que teriam sido recebidos por Dirceu, o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo citou, porém, que a quantia seria superior a R$ 20 milhões. Alguns repasses eram feitos "em espécie, mensalmente", não apenas à JD Consultoria, mas a "pessoas ligadas a José Dirceu", afirmou.
A confirmação do pagamento de propina seriam repasses feitos por empreiteiras investigadas na Lava Jato à JD Consultoria, empresa de José Dirceu. O ex-ministro alega que esses pagamentos eram de serviços de consultoria prestados a essas empresas. Segundo os investigadores, as prestações de serviços não puderam ser comprovadas. De acordo com o delegado Anselmo, a JD Consultoria teria recebido, no total, R$ 39 milhões.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e sócio na JD Consultoria com José Dirceu, e o ex-assessor do ex-ministro Roberto Marques também foram presos nesta manhã.
Questionado se o ex-presidente Lula pode vir a ser investigado, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima respondeu que "nenhuma pessoa está isenta de ser investigada", apenas os casos das "pessoas com foro privilegiado" seriam encaminhados ao STF. "No caso do ex-presidente, ele pode ser investigado em primeiro grau. Há uma série de investigações em andamento", disse.
Fonte Brasil 247
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