quinta-feira, 15 de outubro de 2015

'REI DOS FICHAS SUJAS' É PRESO NOVAMENTE


José Geraldo Riva, que já foi poderoso e paparicado, agora é apontado pela juíza Selma Rosane, em nova ordem de prisão, como “uma pessoa com alto grau de periculosidade”. Esta PAGINA DO E nunca se enganou – e, na medida de suas possibilidades, não vacilou nas denúncias contra o político mais processado por corrupção de toda a história de Mato Grosso, enquanto jornais amigos e jornalistas amestrados se derretiam diante dele. O que será que figuras como Rui Prado, um dos principais líderes do empresariado rural e comandante da Famato, e o empresário Paulo Gasparoto, liderança dos comerciantes de Cuiabá e da CDL, pensam agora, daquele que já foi seu tão incensado parceiro nas articulações do PSD – Partido Social Democrata? A História os absolverá? Não vimos, até aqui, nenhuma autocrítica pública dessas tão destacadas figuras da sociedade mato-grossense.



O ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, voltou a ser preso.


Ele cumpre um destino visualizado por esta PÁGINA DO E desde os primeiros momentos da Operação Arca de Noé, lá nos anos 2000, quando surgiram os primeiros cheques, apreendidos nos cofres do Comendador Arcanjo, que iriam fazer desmoronar o império que Riva e Bosaipo e seus caititus pensavam ter construído, a partir da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.

Riva, que já foi poderoso e paparicado em Mato Grosso, agora é apontado pela juiza Selma Rosane, em nova ordem de prisão, sem maiores delongas, como “uma pessoa com alto grau de periculosidade”.

Juíza Selma Rosane determina nova prisão de José Geraldo Riva.

Leia aqui a decisão

Esta PAGINA DO E nunca se enganou – e, na medida de suas possibilidades, não vacilou nas denúncias contra o político mais processado por corrupção de toda a história de Mato Grosso,  naquela época em que jornais amigos e jornalistas amestrados se derretiam diante do Riva, por conta do dinheiro que rolava, dos cofres da Assembleia para os bolsos dos espertalhões de nossa mídia.

Agora, que é o poder da hora está nas mãos do grupo político capitaneado pelo atual governador Zé Pedro Taques, e Riva vive seu tempo de vacas magras, o noticiário sobre os crimes de Riva aparece farto, em muitos daqueles espaços da mídia mato-grossense que, durante muitos e muitos anos, estiveram alugados para o “baixinho” da Assembleia. E os poderosos da hora, claro, são brindados nos mínimos detalhes, com a história sempre se repetindo como farsa.

A juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane, ao fundamentar a decisão que resultou na mais recente prisão de Riva, argumenta que esse político mato-grossense, hoje aparecendo noticiário como uma espécie de detrito de maré baixa, desviou centenas de milhões de reais durante toda sua vida pública e que se trata de uma pessoa com alto grau de periculosidade, sendo sua prisão decretada como garantia da ordem pública.

“Assim, além de necessária a garantia de que a instrução processual transcorrerá indene de tropeços e tribulações, vejo também a necessidade da garantia da ordem pública mediante a custodia cautelar deste investigado. José Geraldo Riva, por sua vez, na qualidade de líder da organização criminosa é certamente o mais periculoso e ardiloso de seus membros”, diz um trecho da decisão.

Selma, em seu arrasoado, garante também que o ex-todo poderoso Riva, ainda que não executasse pessoalmente os delitos, que eram gerenciados pelos servidores Maria Helena e Geraldo Lauro, é certo que “como chefe é o maior responsável por toda a cadeia criminosa”.

“José Geraldo Riva demonstrou extrema periculosidade, tanto pela capacidade acentuada de pensar e planejar como também pela forma de colocar em prática os delitos contra a Administração Pública”, diz outro trecho da decisão.

O que será que figuras como Rui Prado, um dos principais líderes do nosso empresariado rural e comandante supremo da Famato, e também o empresário Paulo Gasparoto, liderança dos comerciantes de Cuiabá e da Câmara dos Dirigentes Lojistas, pensam agora, daquele que já foi seu tão incensado parceiro nas articulações do PSD – Partido Social Democrata, em Mato Grosso?

Rui Prado já pulou pro colo de Pedro Taques e por PSDB, em busca de uma lavagem política de sua imagem. Paulo Gasparoto anda quieto, tocando sua Decorliz e seus negócios. Parece que se afastou da político. Mas não vimos, até aqui, nenhuma autocrítica pública dessas tão destacadas figuras da sociedade mato-grossense.

Eles foram parceiros diletos  de Riva, na fase em que o baixinho tinha o poder e que, imagino, hoje dirão que não sabiam que o que Riva tocava em Mato Grosso, segundo o que diz a juíza Selma Rosane, é hoje melhor definido como uma organização criminosa.

Rui Prado foi ingênuo? Paulo Gasparoto foi ingênuo? E tantos e tantos, semelhantes a eles?

E os jornais amigos e os jornalistas amestrados que, durante tanto tempo mamaram nas tetas que Riva alimentava com o dinheiro que controlava a partir da Assembleia, como se deduz das conclusões da magistrada Rosane?

Bem, hoje essa mídia conta com muita liberdade as histórias dos inquéritos, dos processos, das investigações contra Riva e sua pretensa quadrilha. Hoje Riva não detém mais a chave do cofre.
O tempo passou. Os poderosos da hora são outro. Será que essa gente aprendeu a lição?

Segundo as investigações levadas a efeito pelo Gaeco, o dinheiro desviado por Riva, ao longo dos longos anos em que comandou a política em Mato Grosso, servia para o pagamento de despesas pessoais do ex-deputado José Riva, como o combustível de sua aeronave particular, pagamento de honorários advocatícios, entre outros.

Além disso o ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado. A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas também faziam parte da lista.

Será que vamos saber que políticos e lideranças políticas do interior foram essas?

É preciso contar toda a história, pois não?



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