Delcídio, amigo do Cerra, vai em cana. "Petista" apoiou projeto de entregar o pré-sal à Chevron
Se existe uma gravação – e deve existir – em que Delcídio do Amaral
propõe mesada de 50 mil reais e fuga num jato Falcon 50 para Nestor
Cerveró desistir da delação premiada na qual contaria que ele recebeu
grana do esquema da Petrobrás e que havia ministros do STF dispostos a
relaxar a prisão de acusados na Lava Jato, como ele, o senador não só
tentou obstruir a investigação como se auto incriminou e ganhou 11
inimigos no STF.
Por Alex Solnik
Se não tivesse culpa no cartório não precisaria fazer uma proposta
tão mirabolante e tão onerosa. Aliás, não precisaria fazer proposta
alguma, apenas esperar a hora de se defender e, munido de todos os
documentos necessários, provar que diz a verdade e Cerveró mente. Agindo
como agiu, perdeu qualquer argumento de defesa. Ficou nu.
Faltou saber se os 50 mil reais mensais seriam vitalícios, mas é uma
bufunfa bastante considerável de que poucos milionários disponibilizam.
Se o que garantiria esse lastro não eram os milhões que recebeu de
Cerveró, onde os ganhou? É isso que deverá explicar nos interrogatórios a
que será submetido em Curitiba.
Por mais que "analistas isentos" vociferem que "a Lava Jato chegou
mais perto do Palácio do Planalto", o fato de ser o líder do governo no
Senado não significa que o governo compactue com seus atos ou seja
co-partícipe. O que ele fez – e se não tivesse feito não teria sido o
primeiro senador em toda a história a ser preso no exercício do mandato –
foi como pessoa física, o governo não tem nada a ver com isso.
O governo tem que cuidar de apontar um novo líder porque Delcídio já é
ex e tudo indica que a temporada curitibana não tem prazo para acabar.
Fonte Brasil 247
Saiba mais
Moro ajuda, sem querer, à “destucanização” do PT
Por Fernando Brito
Duas coisas parecem evidentes, com o recrudescimento das prisões da Operação Lava-Jato.
A primeira, é que – como se disse ontem – foi necessário dar manivela
ao fole de uma investigação que, agora, deveria estar concentrada em
tudo o que se apurou e nas responsabilidades de quem esteve envolvido.
A segunda é que o “inchaço” do PT, provocado pela chegada ao poder de
Lula – como toda enchente, aliás – trouxe para ele uma maré de detritos
neoliberais como os cidadãos presos hoje.
Para não parecer escrito sob encomenda depois dos fatos, traço a
imagem de Delcídio Amaral – inimigo da Petrobras desde sempre, quando
se filiou ao PSDB para ocupar um cargo de direção na empresa – e ajudado
por escritos alheios, já de algum tempo.
“(…) “Uma coisa o Delcídio tem de
entender: O PT deu tudo o que ele tem na política, que é o mandato de
senador”, comentou o deputado federal Vander Loubet. O PT foi buscá-lo
para os seus quadros depois de ele encontrar as portas fechadas no PFL,
no PMDB e PSDB. E quando tentou sair do PT para concorrer ao Governo do
Estado nas eleições de 2006 pelo PSDB, Delcídio foi vetado pela senadora
Marisa Serrano, a maior estrela do partido em Mato Grosso do
Sul. Rejeitado pelos grandes partidos, o único que escancarou as portas
para a sua entrada foi o PT. Delcídio, na época imaginava estar filiado
ao PSDB e depois descobriu que a sua ficha não tinha sido encaminhada à
Justiça Eleitoral.
Na dura disputa eleitoral com grandes
lideranças políticas do Estado, Delcídio saiu da lanterninha com apoio
da militância do PT e de amigos para conquistar o Senado, derrotando
surpreendentemente o mito da política estadual, ex-governador Pedro
Pedrossian. “Hoje, Delcídio despreza a militância e jogou todos os
amigos para fora”, comentou um petista, que preferiu o anonimato para
não atrapalhar o esforço de mais uma tentativa de reaproximação do
senador com o ex-governador José Orcírio dos Santos. (Correio do Estado, MS, 25/1/2011)
Sobre André Esteves, não é preciso ir tão longe. A coluna de Monica Bergamo de 2 de abril de 2014 mostra a quem ele apoiava e promovia: Aécio Neves.
A história rocambolesca de negociação de dinheiro e fuga que teriam
mantido com o ex-diretor Nestor Cerveró mostra o espetáculo de intrigas,
chantagens e baixeza em que acusados e acusadores estão metidos na
Lava-Jato.
Delcídio, sobretudo, foi uma figura que o PT absorveu e integrou e, agora, paga por ele.
É um dos preços da política, o que vem com a maré montante e o que se vai com a vazante. Neste caso, diretamente pelo ralo.
O Dr. Sérgio Moro, sem querer, vai ajudando a tirar do PT a “tucanidade” que se entranhou nele.
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