Ricardo
Lewandowski
Sem citar a presidente da República
Dilma Rousseff (PT), o presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo
Lewandowski disse, durante palestra em uma faculdade de Direito em São
Paulo, nesta sexta-feira (13), que é preciso ter "paciência" e
"aguentar" sem qualquer tipo de "golpe institucional" que possa fazer o
Brasil retroceder três décadas em apenas três anos.
"Com toda a franqueza, devemos esperar mais um ano para as eleições
municipais. Ganhe quem ganhe as eleições de 2016, nós teremos uma nova
distribuição de poder. Temos de ter a paciência de aguentar mais três
anos sem nenhum golpe institucional", afirmou o magistrado, segundo
relatos da Folha.
"Estes três anos [após o 'golpe institucional'] poderiam cobrar o
preço de uma volta ao passado tenebroso de trinta anos. Devemos ir
devagar com o andor, no sentido que as instituições estão reagindo bem e
não se deixando contaminar por esta cortina de fumaça que está sendo
lançada nos olhos de muitos brasileiros", afirmou.
Essa foi a primeira vez que um chefe de um Poder fez uma defesa
enérgica do mandato da presidente, que só termina em 2018. Desde que foi
reeleita, a petista tem sido alvo de várias tentativas de deposição,
que vão desde a ameaça constante de impeachment na Câmara comandada por
Eduardo Cunha (PMDB), até ações no Tribunal Superior Eleitoral
apresentadas pelo PSDB. O partido, derrotado pela quarta vez consecutiva
na última disputa presidencial, alega abuso de poder econômico e quer a
cassação da chapa Dilma-Temer pela Justiça Eleitoral.
Crise é política
Segundo a Folha, o contexto no qual Lewandowski mencionou a expressão
"cortina de fumaça" diz respeito ao "artificialismo" da dimensão da
crise que pauta diariamente a cobertura do governo Dilma. Na visão do
ministro, a "crise do país tem mais fundo político do que econômico",
escreveu a Folha. "O STF não está se deixando envolver emocionalmente
por estes percalços que estamos vivendo", garantiu o presidente do
Supremo.
Fonte GGN
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