sábado, 29 de outubro de 2016

LIXO ELEITORAL


Se as instituições deixaram de funcionar há muito tempo, sem sinal visível de retomar a normalidade, não é o povo que vai dar a solução simplesmente votando em um candidato a prefeito, seja lá qual for. 




Por Antonio Cavalcante Filho

Há uns 4 anos, nas eleições municipais de 2012, eu avaliava junto a alguns amigos dados eleitorais bem interessantes, a qualidade dos postulantes ao cargo de prefeito era razoável, pelo menos no campo das propostas escritas e abstratas.

Mas péssimos eram os apoios amealhados pelos candidatos, parecia que buscaram ajuda aos habitantes do pântano. Alguns dos apoiadores daquela época são na atualidade “hóspedes” do anexo IV do Pascoal Ramos, e outros ainda respiram a liberdade graças a caríssimas bancas de advocacia e a letargia típica do Judiciário.

Então o quadro piorou.

Nessas eleições de 2016 os apoiadores dos pretendentes a prefeito de Cuiabá continuam sendo os mesmos e comandam os candidatos “por baixo do pano”. Mas empobreceu e muito a qualidade política dos postulantes, e o lixo em que se transformaram os programas eleitorais e debates no rádio e televisão justificam que o eleitor “vire as costas” para a urna.

Votar seria premiar quem não merece!

Nesta última semana vimos o irmão de um candidato, ocupante de cargo de grande relevância na repartição que trata da mineração no Estado de Mato Grosso, reunir os trabalhadores e trabalhadoras e dar a eles um ultimato: compareçam ao ato político do “mano”, candidato a prefeito pelas organizações do governo, sob pena de demissão no dia seguinte. E a ordem teria vindo do “andar de cima”.

Em tempos de normalidade democrática e administrativa, o acontecimento seria caso de prisão em flagrante delito por infração grave contra a Administração Pública, em face do uso de instrumentos, servidores e bens públicos para satisfazer interesse pessoal.

É crime eleitoral com potencial de desequilibrar as eleições.

Mas aí a Justiça Eleitoral teria que “mexer o esqueleto”, e ela nem mesmo julgou o “crime da ata”, aquele que permitiu nascer a figura de um senador biônico, sem voto, que fica em Brasília tramando contra a Democracia e se fazendo de Bobo da Corte.

Paciência.

Se as instituições deixaram de funcionar há muito tempo, sem sinal visível de retomar a normalidade, não é o povo que vai dar a solução simplesmente votando em um candidato a prefeito, seja lá qual for. No caso de Cuiabá não há opção, os partidos ofereceram o que havia de pior aos eleitores, a volta dos caudilhos utilizando a estrutura do estado para obter vitórias eleitorais se parece com uma novela de Jorge Amado. Os coronéis estão de volta com os chicotes e as práticas que a democracia e os democratas combateram com suor e sangue, mas que está se reinventando.

Outro postulante a prefeito, que se apresenta como sendo a “outra opção” para gerir a nossa Cuiabá, foi acusado de cometer infração por meio de terceiro, no caso o irmão. Teria utilizado uma CPI e empresas privadas para receber recursos ilícitos.

Abstraindo o fato de que a “denúncia” estava preparada há meses, o que indica prevaricação (por que ao tomar conhecimento do crime a autoridade policial não foi comunicada?) e que as informações reveladas pela gravação já cheiravam mal (e nem me refiro à flatulência do “grampeador”), creio que todo mundo deve ser investigado: quem denunciou e quem foi denunciado, porque há nítida “reserva de demanda”, que é o uso de uma informação sobre suposto crime para extorquir terceiro, ou coagi-lo a fazer algo que interessa somente ao “denunciante”.

Isso tudo me leva a crer mais ainda que devamos fazer algo bem mais produtivo no dia de eleição, mas que seja bem diferente de comparecer às urnas no próximo domingo. Os partidos políticos golpistas que estão na disputa, bem como os sujos candidatos que jogam lama entre si há muitos dias, não merecem nosso sacrifício.

E a quem divirja de meu pensamento, lembro o que aconteceu na eleição no Tribunal de Justiça.

Por esses dias ocorreu a eleição para a escolha dos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, e o processo é interessante porque o colegiado de 30 homens e mulheres que se conhecem há muito tempo, convivem nas turmas e câmaras julgadoras, e todos já integraram a Justiça Eleitoral. Foram juízes de zonas eleitorais, membros do TRE, inclusive presidente e corregedor, promotores e advogados eleitorais.

Mesmo assim houve abstenção.

Dos 30 eleitores do TJ/MT, somente 22 depositaram o voto na desembargadora Marilsen Addario, candidata eleita ao cargo de vice-presidente. Já a desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, a nova corregedora-geral de Justiça, recebeu 28 dos 30 votos possíveis.

Se até numa eleição em que o eleitor entende a Justiça Eleitoral “por dentro” ocorre a abstenção, ou o voto em branco como no caso do TJ/MT, em que o eleitor e o candidato convivem diariamente, por que tenho que votar em figuras nefastas, que apresentam proposta “zero” para a gestão pública, e misturam excrementos aos argumentos para pedir voto?

Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


ELEIÇÃO SEGUNDO TURNO (Cuiabá MT)

EU NÃO VOTO EM GOLPISTA!

O CIDADÃO QUE ELEGE UM POLITIQUEIRO PARA ADMINISTRAR SUA CIDADE É CÚMPLICE DAS BANDALHEIRAS QUE ELE VIER APRONTAR CONTRA A COISA PÚBLICA. JÁ QUE A POLITICALHA NÃO RESPEITA A DEMOCRACIA NEM OS DIREITOS DOS CIDADÃOS, O MEU VOTO É NULO!



JÁ QUE OS GOLPISTAS DESTRUÍRAM O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, O COERENTE MESMO DA NOSSA PARTE SERIA A TOTAL ABSTENÇÃO AO VOTO. POREM SOMOS OBRIGADOS POR LEI A PRATICAR ESTE ATO TÃO INÚTIL PARA PROMOVER QUALQUER TRANSFORMAÇÃO EFETIVA NA SOCIEDADE. SE ME FORÇAM A VOTAR COMO UMA OBRIGAÇÃO, VOTAREI NULO COMO UM DEVER.



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