Antes de lamentar o destino dos americanos, agora comandados por um sujeito de cabelo cor de laranja caindo para o lusco fusco jacarandá, francamente picareta, pense em Michel Temer e lembre-se de que o Haiti é aqui.
Por Kiko Nogueira
O que muda para o Brasil, ao fim e ao cabo, com a vitória de Donald Trump nas eleições americanas?
Nada.
Algumas boas almas estão cortando os pulsos porque o
bilionário levou o campeonato. Trump é uma figura deplorável, um palhaço
xenófobo, um ignorante fascistoide, ultranacionalista etc ect. Eles o
escolherem e terão de lidar com isso.
Achar que a democrata seria melhor para nós não encontra
respaldo na realidade. Merval Pereira, da GloboNews, chegou a declarar
que Hillary era uma boa para nosotros porque ela e Bill são “muito
amigos” de Fernando Henrique Cardoso. O próprio FHC deve ter derramado o
mingau com o susto.
O cientista político Rodrigo Gallo, professor da Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), disse ao Jornal
GGN que não acreditava que algo mudasse em relação à política externa
comercial do país qualquer que fosse o resultado.
Com relação aos imigrantes, massacrados por Trump na
campanha, Gallo vê uma distância entre retórica e prática. “Muitas
coisas do que ele está prometendo terão de ser colocadas de lado porque
talvez não haja clima político para que elas sejam aprovadas no
Congresso”, afirma.
Obama, por exemplo, referendou o golpe de Temer e companhia.
É absoluta ingenuidade pensar que com Hillary ou Trump dar-se-ia algo
diverso. Não é assim que funciona.
A CNN publicou um bom artigo elencando as semelhanças entre Hillary Clinton e Donald Trump. São muitas e profundas.
Ambos estão na faixa dos 70 anos e são baby boomers criados
nos anos 60. Prometeram, nos últimos meses, gastar mais com
infra-estrutura.
Estão na televisão desde os anos 80. Ele acabou fazendo
carreira como apresentador de um reality show idiota. Ela aproveitou
cada chance de aparecer ao lado do marido. Depois tirou sua casquinha
como Secretária de Estado de Obama.
São representantes perfeitos do 1%. Enquanto criticavam as
iniquidades do capitalismo moderno, fizeram muito dinheiro com ele. A
fortuna de Hillary é calculada, dependendo da fonte, entre 15 e 30
milhões de dólares, parte oriunda de palestras para o Goldman Sachs.
Trump tem cheiro de dinheiro.
São investigados por corrupção. Hillary usou indevidamente
emails do governo. Trump responde a processos num caso envolvendo uma
universidade com seu nome.
Advogam contra o livre comércio. São legítimos descendentes
da fina flor WASP (white, anglo saxon, protestant) e detestados por
largas faixas da população. Amplamente considerados como “não
confiáveis” e “mentirosos” — as mentiras de Trump são apenas mais
divertidas, segundo pesquisas.
“Olhe para além da retórica e verá que os Estados Unidos são
um país governado pelos ricos, para os ricos”, escreve o historiador
Timothy Stanley. Continuarão sendo. Veja o que Barack Obama fez pelos
negros de sua nação.
Antes de lamentar o destino dos americanos, agora comandados
por um sujeito de cabelo cor de laranja caindo para o lusco fusco
jacarandá, francamente picareta, pense em Michel Temer e lembre-se de
que o Haiti é aqui.
Fonte Diário do Centro do Mundo
"A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência". (Mahatma Gandhi)
PARA DERROTAR O GOLPE, DESOBEDIÊNCIA CIVIL JÁ!
"A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência". (Mahatma Gandhi)
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