“Seo” Pedro prefere caminhar pelas trilhas traiçoeiras do usurpador Michel Temer, que ao contrário de uma “Ponte para o Futuro”, como foi anunciado em seu programa, é exatamente o oposto, uma pinguela para o passado, que levará a perdas de direitos dos trabalhadores com gravíssimas consequências, sobre tudo para os mais pobres. E isso, sem falar na pior de todas as corrupções, que é a corrupção infinitamente maior, a mãe de todas: a corrupção dos entreguistas e vendilhões lesa-pátrias
Por Antonio Cavalcante Filho
Quando ainda estava no Senado, e filiado ao PDT, partido da aliança
de sustentação da presidenta Dilma, inclusive com indicação de cargos na
estrutura do Ministério do Trabalho, o então senador Pedro Taques já
era um crítico contumaz do governo legitimamente eleito pelo povo, que
cabia a ele, como senador da base, apoiar.
Daí, não demorou muito para o “Seo” Pedro se aliar com o que há de
mais conservador, retrógrado e direitista na política brasileira: os
derrotados nas eleições de 2002, 2006, 2010 e 2014, os mesmos que, com o
apoio do PIG (Partido da Imprensa Golpista), e do agora então
governador de Mato Grosso, deram um golpe no Estado Democrático de
Direito, violando a nossa jovem democracia. E assim, de uma só tacada,
retiram direitos dos trabalhadores, entregam nossas riquezas para as
multinacionais, e de sobra, quebram o país.
Mas, “Seo” Taques não aprende. Nem mesmo como ex-filiado do PDT se
quer aprendeu com os conselhos do velho Leonel Brizola, que não se deve
confiar na Globo, quando dizia: “Quando vocês tiverem dúvidas quanto a
que posição tomar diante de qualquer situação, atentem… Se a Rede Globo
for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor!”.
Quando ainda senador, seguidamente condenava proposições políticas do
governo Dilma Rousseff, como sendo meros “puxadinhos” para solucionar
casuísmos. Todavia, com a caneta na mão, e governando Mato Grosso,
Taques faz ainda pior do que aqueles aos quais criticava. Dizia ele,
representar o “novo”, porém, seus métodos remontam ao coronelismo.
Prometia um governo técnico, no entanto, nunca se viu tantas indicações
políticas em todos os escalões da máquina administrativa.
Quando anunciou o desejo de promover uma reforma administrativa, se
imaginou que daria nova dimensão à estrutura burocrática do Estado,
tornando-a mais ágil, mas não é o que parece. A máquina continua inchada
e pesada, os penduricalhos e enfeites parecem árvores de Natal. E a
reforma tributária, outro gargalo, só está sendo discutida por um só
segmento social, coincidentemente aquele onde se pode identificar
parcela considerável de sonegadores de impostos e empresários
beneficiados com políticas de isenções fiscais. Fazendo exatamente como
faz o golpista Michel Temer.
É conhecida a minha opinião de que o país tem uma carga tributária
mal distribuída, que penaliza os consumidores, os trabalhadores, as
pessoas empobrecidas e oferece benefícios a bancos, de modo que no
Brasil é mais aconselhável especular do que produzir.
Basta dizer que um procurador federal da força tarefa da lava jato,
“combatente da corrupção”, comprou imóveis do Programa Minha Casa Minha
Vida lá no Paraná, um bem subsidiado com recursos públicos para a
moradia de pessoas carentes, e o destinou à especulação imobiliária.
Aprendeu rápido o “mancebo”.
Especulação também é ato de corrupção.
O filósofo, jurista e pensador italiano, socialista liberal Norberto
Bobbio, já nos alertava: "O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez
isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele
acusa, insulta e agride, como se fosse puro e honesto. Mas, o fascista é
apenas um criminoso comum, um sociopata que faz carreira na política.
No poder, essa direita não hesita em torturar, estuprar e roubar sua
carteira, sua liberdade e seus direitos. Mais do que a corrupção, o
fascista pratica a maldade".
Pois bem,
O senhor Taques não chamou as entidades sindicais de trabalhadores,
mesmo aqueles que têm expertise na arrecadação de impostos, para
discutir a tal reforma tributária. As donas de casa não foram convidadas
para debater o assunto, mesmo sendo elas que vão à mercearia todo o
dia, e adquirem os produtos da cesta básica, alimentos essenciais para a
vida das famílias, e que são altamente tributadas.
Para debater este assunto, só estão sendo chamados setores que sempre
se beneficiaram de baixos impostos, seja com os descontos generosos nos
débitos com o Estado, seja com os chamados incentivos fiscais. Sabe-se
que as isenções foram usadas para o cometimento de crimes diversos,
inclusive o ex-governador e secretários estaduais estão presos há mais
de um ano por este motivo. Houve momento em que Mato Grosso perdoou até
mesmo impostos para loja de perfumes (produto nada essencial), o que é
um escárnio para quem paga 17% de imposto sobre a conta de luz e a
farinha de mandioca, só para citar como exemplos.
Mudança na tributação interessa a todos, a discussão deve ser
transparente, com base em dados reais e do modo como está fazendo, o
governo pode até “melhorar” ainda mais a situação do agronegócio, que
tem mais 20 anos para explorar Mato Grosso e depois “abandonará o
barco”. Mas vai penalizar gerações de mato-grossenses.
A reforma administrativa é outro “puxadinho”, ou pode ser um remendo
na lona se considerar que a gestão é um espetáculo circense. Parece que,
ao invés de extinguir os tais gabinetes (são vários e sem função
relevante), economizando milhões para os cofres públicos, o governo
prefere alocar em sua estrutura políticos derrotados nas últimas
eleições.
“Seo” Taques não aprende mesmo, de jeito nenhum!
Está perdendo uma chance valiosa que a vida lhe dá para deixar o
governo andando de modo regular em 2018, sem sobressaltos, contribuindo
para que - além da imagem de auxiliar o golpe contra a democracia –
possa também ser o político que fez justiça fiscal e puniu os
sonegadores, acabou com a farra fiscal, e extinguiu os incentivos, que
tira dinheiro dos pobres e dá aos ricos.
Os impostos não são justos no Brasil, mas na sua esfera de
competência, Mato Grosso bem que poderia distribuir riquezas e promover a
verdadeira justiça fiscal. Porém, pelo que vemos até aqui, “Seo” Pedro
prefere caminhar pelas trilhas traiçoeiras do usurpador Michel Temer,
que ao contrário de uma “Ponte para o Futuro”, como foi anunciado em seu
programa, é exatamente o contrário, uma pinguela para o passado, que
levará a perdas de direitos dos trabalhadores com gravíssimas
consequências, sobre tudo para os mais pobres.
Tudo isso, sem falar na pior de todas as corrupções, que é a
corrupção infinitamente maior, a mãe de todas: a corrupção dos
entreguistas e vendilhões lesa-pátrias.
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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