domingo, 22 de janeiro de 2017

O RETORNO DA MÚMIA


Na política de Mato Grosso também se ressuscitaram velhas múmias. O governador Pedro Taques, eleito pelo PDT, partido do circulo de alianças de sustentação do governo/Lula/Dilma, logo no início do seu mandato, traiu o seu partido e aliou-se ao que há de mais retrógrado da política estadual e nacional, o que já era um prenúncio de que muitas coisas ruins viriam. E tal como as pragas do Egito, vieram!
 


RD News

Por Antonio Cavalcante Filho 


Uma das formas que antigas civilizações encontraram para entender e explicar os fenômenos da natureza (e a própria origem do homem) foi a elaboração de crenças e lendas, histórias fantásticas de heroísmos, criação de ‘deuses’, ídolos e simbologias que lhes permitissem a compreensão do desconhecido. A História da humanidade está repleta dessas informações míticas, que nos foram transmitidas por gerações, se incrustando na cultura das diversas sociedades, chegando até nossos dias.

Entre essas, estão às concepções egípcias, que não raras vezes, foram frutos de pura fantasia, crendices e até mesmo de mentiras. Como, por exemplo, o símbolo da “Justiça” que “explicaria” e “justificaria” a “força” do “Poder” Judiciário para impor a vontade da classe dominante sobre as pessoas empobrecidas. (Na religião egípcia, Maat ou Ma'at é a deusa da verdade, da justiça, da retidão e da ordem). Porém, não havia ordem, retidão e muito menos justiça, além de desigualdades, opressão e escravidão.

Naquela época, (para desespero dos racistas, nazi-doidos, coxinhas paneleiros, militontos, ‘bolsonarianos’ golpistas, e demais fascistas pelo Brasil afora), o povo egípcio era negro, (Cleópatra era negra, e, em desenhos feitos pelos antigos egípcios mostra que José também era negro). Quanto aos conhecimentos em áreas da ciência, como a matemática, arquitetura, medicina e química dos egípcios antecederam em alguns milhares de anos as descobertas das chamadas “ciências modernas”. Dizem até que os sábios gregos (brancos europeus) iam ao Egito aprender com os seus veneráveis cientistas. (O chamado Teorema de Pitágoras, por exemplo, tem o seu precedente no Egito).

Os egípcios acreditavam em um deus conhecido como Anúbis, o Deus da morte, instituidor da mumificação e do submundo. Era representado nas pinturas, no corpo de homem com a cabeça de um chacal e foi considerado a primeira múmia da história. Anúbis era o protetor das tumbas e, de acordo com as lendas, era também o juiz dos mortos e quem conduzia a alma ao além.

No início deste século XXI, estamos vivendo uma espécie de retorno das múmias, isso no sentido figurado, ideológico, me refiro às ideias ultrapassadas sobre sociedade, organização, política e sociologia. Recentemente, para presidente dos Estados Unidos, foi eleito uma múmia, ainda que pelo sistema democrático notoriamente falho, os votos de uns possuem mais peso que a manifestação de outros, mesmo que estes sejam em maior quantidade.

Aqui por perto, na Argentina e no Paraguai, algumas múmias ideologicamente conservadoras, defensoras intransigentes do capitalismo selvagem, foram escolhidas para gerir o destino dos seus povos. À rigor, a crítica que setores mais bem informados fazem do sistema eleitoral, com a abstenção da participação no processo de escolha, acabou por “dar vida” a essas múmias protetoras da exploração capitalista nos vizinhos do Mercosul.

Por que critico o Capitalismo?

Ora, o relatório da OXFAM, entidade ligada à Universidade de Oxford, na Inglaterra, e que pesquisa sobre a fome e capitalismo no mundo, disse que somente 8 cidadãos possuem a mesma riqueza que 3,6 bilhões de outros cidadãos deste planeta. O Capitalismo não tem jeito, evolui monstruosamente de tal modo, que, em detrimento do sofrimento, fome e miséria de milhões de pessoas, em poucos anos, um empresário terá acumulado a fortuna imoral de um trilhão de dólares. Sabe-se lá a montanha de dinheiro que isso representa?

O Capitalismo é antiético.

O pior de tudo é que essa é a essência do capitalismo, a exploração do homem pelo homem, a destruição da natureza e a acumulação de riquezas nas mãos de poucos privilegiados. Quem não se lembra que alguns anos atrás se dizia que era necessário o uso de veneno na lavoura para produzir mais alimentos e aplacar a fome das pessoas? Pois, era mentira! Os rios estão sendo envenenados, os lucros do agronegócio são só para alguns, e somente se produz proteína para exportação. Cerca de 70% dos alimentos que consumimos (Censo Agropecuário 2006, IBGE) vem da agricultura familiar, que não se enquadra nos estabelecimentos do agronegócio, desleal e concentrador de renda, tal qual no antigo Egito das múmias e dos faraós, cujo Estado era baseado na servidão coletiva dos camponeses.

É, mas o terror do agronegócio está virando samba!

Na política de Mato Grosso também se ressuscitaram velhas múmias. O governador Pedro Taques, eleito pelo PDT, partido do circulo de alianças de sustentação do governo/Lula/Dilma, logo no início do seu mandato, traiu o seu partido e aliou-se ao que há de mais retrógrado da política estadual e nacional, o que já era um prenúncio de que muitas coisas ruins viriam.

E tal como as pragas do Egito, vieram!

A formação do secretariado do Faraó de Mato Grosso é altamente conservadora, não há espaço para inovações e criatividade, e, ao primeiro sinal de crise (gerada pela incompetência), se busca diminuir os direitos dos servidores públicos com o calote da atualização decorrente da inflação (o tal RGA), e até mesmo o atraso de salários.

Sobre a taxação da riqueza, agronegócio à frente, nada se fala. E em relação a auditagem das dívidas do Estado, para saber onde foi parar o dinheiro emprestado, o silêncio é ensurdecedor. Será que o antigo Bemat, a Sanecap e outras empresas estavam mesmo “quebradas”? Ou foram dilapidadas pelas velhas “múmias”, que até hoje nos assombram na política estadual?

Vi outro dia o prefeito de Cuiabá, aliado político do governado, fazer uma homenagem, quando inaugurou o Parque das Águas, mesmo sabendo que o cidadão homenageado representa o velho coronelismo da política, que a sociedade quer ver longe, porque nada fizeram pelo coletivo, apenas defenderam seus interesses pessoais. A vizinha Várzea Grande, ainda que lindeira da Capital e segundo município do Estado, celebra a miséria há décadas, desde que suas múmias decidiram que ali seria o seu curral.

E esses coronéis, meio que mumificados, participam ativamente da gestão estadual, seja diretamente ou por meio de empresas prestadores de serviço nas áreas de transporte, mineração, construção civil e outras de menor relevância econômica.

Finalizo.

O filme O Retorno da Múmia (do qual tomei emprestado o título deste texto), produzido nos Estados Unidos em 2001, escrito e dirigido por Stephen Sommers, estrelado por atores como Brendan Fraser, Rachel Weisz, John Hannah, Arnold Vosloo, Oded Fehr, Patricia Velásquez e Freddie Boath, é a continuação de um outro filme de 1999: A Múmia.

No filme de 2001, o Rei Escorpião leva seu exército em campanha para conquistar o mundo, (isso, no ano de 3067 a.C,). Após uma luta que durou sete anos, seu exército é derrotado enquanto atacava Tebas. Dali é exilado para o deserto de Ahm Shere, onde seus homens morreram de exaustão pelo calor. É nesse momento que ele faz um pacto com Anúbis, dando a sua alma em troca de força para derrotar seus inimigos.

No final, mesmo tendo compactuado com a “coisa ruim”, a Múmia é derrotada. E, cá pra nós, que isso também aconteça na política de Mato Grosso, onde o “Rei Escorpião”, (as múmias do retrocesso), já causou danos demais ao nosso estado. Que nem mesmo os acordos espúrios (a entrega da alma a Anúbis) possam lhe salvar da morte política por exaustão e calor. E, que todos eles, (inimigos do povo), sejam também arrastados e tragados para o submundo de Anúbis, como aconteceu com o Rei Escorpião e seu exército no filme de ficção do Stephen Sommers.

Amém!

Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com

Fonte RD News


FRASES QUE NÃO PODEMOS ESQUECER:


No texto, revelado pela Folha, “essa porra” são as investigações sobre Machado, um dos operador do PMDB dentro do complexo Petrobras, afastado por Dilma: “Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa política e rápida”.

Visite a Pagina do MCCE-MT