Na política de Mato Grosso também se ressuscitaram velhas múmias. O governador Pedro Taques, eleito pelo PDT, partido do circulo de alianças de sustentação do governo/Lula/Dilma, logo no início do seu mandato, traiu o seu partido e aliou-se ao que há de mais retrógrado da política estadual e nacional, o que já era um prenúncio de que muitas coisas ruins viriam.
E tal como as pragas do Egito, vieram!
RD News
Por Antonio Cavalcante Filho
Uma das formas que antigas civilizações encontraram para entender e explicar os fenômenos da natureza (e a própria origem do homem) foi a elaboração de crenças e lendas, histórias fantásticas de heroísmos, criação de ‘deuses’, ídolos e simbologias que lhes permitissem a compreensão do desconhecido. A História da humanidade está repleta dessas informações míticas, que nos foram transmitidas por gerações, se incrustando na cultura das diversas sociedades, chegando até nossos dias.
Uma das formas que antigas civilizações encontraram para entender e explicar os fenômenos da natureza (e a própria origem do homem) foi a elaboração de crenças e lendas, histórias fantásticas de heroísmos, criação de ‘deuses’, ídolos e simbologias que lhes permitissem a compreensão do desconhecido. A História da humanidade está repleta dessas informações míticas, que nos foram transmitidas por gerações, se incrustando na cultura das diversas sociedades, chegando até nossos dias.
Entre essas, estão às concepções egípcias, que não raras vezes, foram
frutos de pura fantasia, crendices e até mesmo de mentiras. Como, por
exemplo, o símbolo da “Justiça” que “explicaria” e “justificaria” a
“força” do “Poder” Judiciário para impor a vontade da classe dominante
sobre as pessoas empobrecidas. (Na religião egípcia, Maat ou Ma'at é a
deusa da verdade, da justiça, da retidão e da ordem). Porém, não havia
ordem, retidão e muito menos justiça, além de desigualdades, opressão e
escravidão.
Naquela época, (para desespero dos racistas, nazi-doidos, coxinhas
paneleiros, militontos, ‘bolsonarianos’ golpistas, e demais fascistas
pelo Brasil afora), o povo egípcio era negro, (Cleópatra era negra, e,
em desenhos feitos pelos antigos egípcios mostra que José também era
negro). Quanto aos conhecimentos em áreas da ciência, como a matemática,
arquitetura, medicina e química dos egípcios antecederam em alguns
milhares de anos as descobertas das chamadas “ciências modernas”. Dizem
até que os sábios gregos (brancos europeus) iam ao Egito aprender com os
seus veneráveis cientistas. (O chamado Teorema de Pitágoras, por
exemplo, tem o seu precedente no Egito).
Os egípcios acreditavam em um deus conhecido como Anúbis, o Deus da
morte, instituidor da mumificação e do submundo. Era representado nas
pinturas, no corpo de homem com a cabeça de um chacal e foi considerado a
primeira múmia da história. Anúbis era o protetor das tumbas e, de
acordo com as lendas, era também o juiz dos mortos e quem conduzia a
alma ao além.
No início deste século XXI, estamos vivendo uma espécie de retorno
das múmias, isso no sentido figurado, ideológico, me refiro às ideias
ultrapassadas sobre sociedade, organização, política e sociologia.
Recentemente, para presidente dos Estados Unidos, foi eleito uma múmia,
ainda que pelo sistema democrático notoriamente falho, os votos de uns
possuem mais peso que a manifestação de outros, mesmo que estes sejam em
maior quantidade.
Aqui por perto, na Argentina e no Paraguai, algumas múmias
ideologicamente conservadoras, defensoras intransigentes do capitalismo
selvagem, foram escolhidas para gerir o destino dos seus povos. À rigor,
a crítica que setores mais bem informados fazem do sistema eleitoral,
com a abstenção da participação no processo de escolha, acabou por “dar
vida” a essas múmias protetoras da exploração capitalista nos vizinhos
do Mercosul.
Por que critico o Capitalismo?
Ora, o relatório da OXFAM, entidade ligada à Universidade de Oxford,
na Inglaterra, e que pesquisa sobre a fome e capitalismo no mundo, disse
que somente 8 cidadãos possuem a mesma riqueza que 3,6 bilhões de
outros cidadãos deste planeta. O Capitalismo não tem jeito, evolui
monstruosamente de tal modo, que, em detrimento do sofrimento, fome e
miséria de milhões de pessoas, em poucos anos, um empresário terá
acumulado a fortuna imoral de um trilhão de dólares. Sabe-se lá a
montanha de dinheiro que isso representa?
O Capitalismo é antiético.
O pior de tudo é que essa é a essência do capitalismo, a exploração
do homem pelo homem, a destruição da natureza e a acumulação de riquezas
nas mãos de poucos privilegiados. Quem não se lembra que alguns anos
atrás se dizia que era necessário o uso de veneno na lavoura para
produzir mais alimentos e aplacar a fome das pessoas? Pois, era mentira!
Os rios estão sendo envenenados, os lucros do agronegócio são só para
alguns, e somente se produz proteína para exportação. Cerca de 70% dos
alimentos que consumimos (Censo Agropecuário 2006, IBGE) vem da
agricultura familiar, que não se enquadra nos estabelecimentos do
agronegócio, desleal e concentrador de renda, tal qual no antigo Egito
das múmias e dos faraós, cujo Estado era baseado na servidão coletiva
dos camponeses.
É, mas o terror do agronegócio está virando samba!
Na política de Mato Grosso também se ressuscitaram velhas múmias. O
governador Pedro Taques, eleito pelo PDT, partido do circulo de alianças
de sustentação do governo/Lula/Dilma, logo no início do seu mandato,
traiu o seu partido e aliou-se ao que há de mais retrógrado da política
estadual e nacional, o que já era um prenúncio de que muitas coisas
ruins viriam.
E tal como as pragas do Egito, vieram!
A formação do secretariado do Faraó de Mato Grosso é altamente
conservadora, não há espaço para inovações e criatividade, e, ao
primeiro sinal de crise (gerada pela incompetência), se busca diminuir
os direitos dos servidores públicos com o calote da atualização
decorrente da inflação (o tal RGA), e até mesmo o atraso de salários.
Sobre a taxação da riqueza, agronegócio à frente, nada se fala. E em
relação a auditagem das dívidas do Estado, para saber onde foi parar o
dinheiro emprestado, o silêncio é ensurdecedor. Será que o antigo Bemat,
a Sanecap e outras empresas estavam mesmo “quebradas”? Ou foram
dilapidadas pelas velhas “múmias”, que até hoje nos assombram na
política estadual?
Vi outro dia o prefeito de Cuiabá, aliado político do governado,
fazer uma homenagem, quando inaugurou o Parque das Águas, mesmo sabendo
que o cidadão homenageado representa o velho coronelismo da política,
que a sociedade quer ver longe, porque nada fizeram pelo coletivo,
apenas defenderam seus interesses pessoais. A vizinha Várzea Grande,
ainda que lindeira da Capital e segundo município do Estado, celebra a
miséria há décadas, desde que suas múmias decidiram que ali seria o seu
curral.
E esses coronéis, meio que mumificados, participam ativamente da
gestão estadual, seja diretamente ou por meio de empresas prestadores de
serviço nas áreas de transporte, mineração, construção civil e outras
de menor relevância econômica.
Finalizo.
O filme O Retorno da Múmia (do qual tomei emprestado o título deste
texto), produzido nos Estados Unidos em 2001, escrito e dirigido por
Stephen Sommers, estrelado por atores como Brendan Fraser, Rachel Weisz,
John Hannah, Arnold Vosloo, Oded Fehr, Patricia Velásquez e Freddie
Boath, é a continuação de um outro filme de 1999: A Múmia.
No filme de 2001, o Rei Escorpião leva seu exército em campanha para
conquistar o mundo, (isso, no ano de 3067 a.C,). Após uma luta que durou
sete anos, seu exército é derrotado enquanto atacava Tebas. Dali é
exilado para o deserto de Ahm Shere, onde seus homens morreram de
exaustão pelo calor. É nesse momento que ele faz um pacto com Anúbis,
dando a sua alma em troca de força para derrotar seus inimigos.
No final, mesmo tendo compactuado com a “coisa ruim”, a Múmia é
derrotada. E, cá pra nós, que isso também aconteça na política de Mato
Grosso, onde o “Rei Escorpião”, (as múmias do retrocesso), já causou
danos demais ao nosso estado. Que nem mesmo os acordos espúrios (a
entrega da alma a Anúbis) possam lhe salvar da morte política por
exaustão e calor. E, que todos eles, (inimigos do povo), sejam também
arrastados e tragados para o submundo de Anúbis, como aconteceu com o
Rei Escorpião e seu exército no filme de ficção do Stephen Sommers.
Amém!
Antonio Cavalcante Filho, cidadão, escreve às sextas feiras neste Blog. E-mail: antoniocavalcantefilho@outlook.com
Fonte RD News
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