sábado, 11 de fevereiro de 2017

KARLO, ARLON, E O IMPEACHMENT: UMA HISTÓRIA CONTADA PELA METADE?


Homem que obteve áudio de Marcela Temer e arrancou R$ 15 mil do irmão dela não quer falar sobre o processo: “Seria colocar outra algema”, diz advogado. Segundo a Folha, o marqueteiro é Arlon Viana Lima, tesoureiro do PMDB paulista, integrante das executivas municipal, estadual e nacional do partido, chefe do gabinete presidencial em São Paulo e muito próximo de Temer.




Vi o Mundo

Por Lino Rodrigues, com Redação

O advogado Valter Bettencort Albuquerque, que defende Silvonei José de Jesus Souza, condenado por extorsão e estelionato contra Marcela Temer, mulher de Michel Temer, espera que seu cliente seja libertado até o final de março, quando terá direito ao regime semiaberto.

Souza foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pela Justiça paulista.

Ele foi preso em maio de 2016 e desde então cumpre pena no presídio de Tremembé.

O advogado disse que Silvonei não vai dar entrevistas. Alega que a exposição na mídia acabaria prejudicando a defesa, que está recorrendo da condenação.

O Viomundo pretendia ouvir Silvonei sobre como ele conseguiu arrancar R$ 15 mil do irmão de Marcela.

“Se falar vai acabar colocando outra algema, desta vez na perna”, afirmou o advogado, lembrando que o recurso será julgado já com o seu cliente em liberdade.

“Esse julgamento do recurso deve acontecer só daqui a três meses”, estima Albuquerque.

Segundo a acusação, Silvonei obteve fotos, mensagens de áudio e texto de Marcela através da clonagem do celular dela e passou a exigir dinheiro para não divulgar o material.

Souza queria receber R$ 300 mil  da agora primeira dama para não vazar as informações, segundo o processo conduzido pela juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 30ª Vara Criminal.

O processo, que corria sob segredo de Justiça, tornou-se público. A Folha de S. Paulo divulgou trechos dele online esta noite.

A reportagem traz a troca de mensagens por WhatsApp entre Silvonei e a agora primeira-dama.

“Como achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse q ele tem um marqueteiro q faz a parte baixo nível… pensei em ganhar algum com isso!!!!”, diz uma das mensagens enviadas pelo criminoso.

O vídeo, na verdade, é um áudio entre Marcela e o irmão, Karlo Augusto Araújo.

Segundo a Folha, o marqueteiro é Arlon Viana Lima, tesoureiro do PMDB paulista, integrante das executivas municipal, estadual e nacional do partido, chefe do gabinete presidencial em São Paulo e muito próximo de Temer.

Não há referências ao significado da frase “q faz a parte baixo nível”, que segundo o jornal se refere a Arlon.

Silvonei: “Tenho uma lista de repórteres que oferecem 100 mil cada pelo material”.

Marcela: “Você acha que isso prejudicaria alguém? Então, você quer dinheiro por causa desse áudio?”

A esposa de Temer diz em seguida ao criminoso que o áudio é montagem.

Silvonei: “Sabe q não é montagem, não tem cortes”.

O irmão da primeira dama, que pretendia se candidatar a vereador em Paulínia em 2016, desistiu depois do episódio. Ele pagou R$ 15 mil a Silvonei, que insistiu em receber mais depois que descobriu que o áudio trazia a voz da esposa de um político graúdo.

Segundo a Folha, “o áudio foi ouvido por poucas pessoas ligadas diretamente à investigação e não chegou a dar entrada no Instituto de Criminalística, que realiza as perícias”.

O jornal diz que sob “o então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça licenciado e indicado por Temer a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Civil paulista criou uma força-tarefa com cinco delegados, 25 investigadores e três peritos” para cuidar do caso.

Depois da prisão de Silvonei, o processo foi concluído em apenas seis meses. Apesar de primário, ele foi condenado ao regime fechado.

Já Temer tem um histórico de bons resultados na Justiça.

Segundo o Viomundo denunciou aqui, um processo que o investigava por supostamente receber R$ 2,7 milhões em propina através de esquemas no porto de Santos teve morte suave, sem causar danos à carreira do então deputado federal, que presidiu a Câmara, o PMDB e chegou ao Palácio Jaburu como vice na chapa de Dilma Rousseff.

Ele assumiu a presidência em agosto de 2016 depois que o Senado aprovou o impeachment da titular, num processo que o próprio Temer comandou nos bastidores.

Quando a chantagem a Marcela aconteceu, o processo de impeachment estava para ser votado no Senado.

Fonte Vi o Mundo


NOITADA DE ALEXANDRE DE MORAES COM SENADORES EM BARCO DE LUXO, CONHECIDO PELAS FESTANÇAS REGADAS A BEBIDAS E "AMOR", NAS VÉSPERAS DA SABATINA NO SENADO, É O ESCÁRNIO DE QUEM JÁ PERDEU TODO E QUALQUER RESPEITO PELA ÉTICA E PELO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

Na noitada, estavam presentes os dois senadores por Mato Grosso: Cidinho Santos do PR, e José Medeiros do PSD.




Saiba mais


Noitada de Moraes com senadores em barco de luxo é “escárnio”, dizem juristas



 Diário do Centro do Mundo

Ontem, 9, o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, prestes a ser sabatinado pelo Senado para a vaga no Supremo Tribunal Federal, reuniu-se a portas fechadas na chalana Champagne, também conhecido como “Love Boat” (barco do amor, em inglês), uma embarcação de luxo do senador Wilder Morais (PP-GO), presente no evento com outros sete senadores. O episódio foi tratado pela mídia como uma “sabatina informal” e “noitada imprudente”, mas recebido como escândalo pela comunidade jurídica.

Na noitada, além de Wilder, estavam presentes Benedito de Lira (PP-AL), Cidinho Santos (PR-MT), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ivo Cassol (PP-RO), José Medeiros (PSD-MT), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Zezé Perrella (PMDB-MG). Os senadores, todos homens, disseram que foi um encontro para conhecer as opiniões de Moraes. Um deles afirmou à revista Época que “fizeram questões mais duras do que as que serão feitas na sabatina da CCJ“.

A reunião do ministro da Justiça, às portas fechadas, em uma embarcação conhecida pela festança regada a bebidas e “amor”, com senadores que deveriam sabatiná-lo no Senado revoltou a Professora Doutora da Universidade Católica de Pernambuco, Carolina Ferraz, que classificou o episódio como “escárnio” – A festança de Moraes com os senadores é o riso do escárnio de quem não respeita ou leva a sério a democracia e o Estado Democrático de Direito.

“Causa ojeriza a promiscuidade entre o legislativo, o judiciário e o executivo. Tudo é feito na base do acordão, da imoralidade e da falta de ética. Quando um grupo desenadores da república acompanhados de um futuro ministro do STF se dão ao desfrute de desrespeitar a independência e a tripartição dos poderes numa festança num barco do amor, regado a uísque resta um sentimento de desesperança” – completou a Professora.

Nas redes sociais, o desembargador aposentado e Professor Doutor de Direito Penal da USP, Walter Maierovitch, disse que a festança é mais um sinal de que Alexandre de Moraes não atende ao requisito de “reputação ilibada” – “Não tem postura e nem compustura. Não atende ao requisito constitucional da reputação ilibada” – publicou.

Faltou palavras à Márcia Semer, Procuradora do Estado de São Paulo e Secretária Geral do Sindicato dos Procuradores do Estado, para qualificar as notícias e condutas pré sabatina de Alexandre de Moraes – “avalanche de notícias academicamente desabonadoras veiculadas nos últimos dias sobre o futuro Ministro do STF Alexandre de Moraes é impactante, mas, a notícia do jantar “on the boat” com senadores mostra uma conduta pré-sabatina tão inapropriada que não saberia qualificar. Tudo bastante constrangedor… e preocupante”.

Para o Presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD), André Augusto Bezerrauma reunião como essa é reflexo da falta de transparência no processo de indicação e de sabatina de um ministro do Supremo – “é da tradição brasileira que os critérios para indicação e nomeação ao STF ocorram às portas fechadas. Ao invés de se promover o debate público, fomenta-se o sigilo. Agora não está sendo diferente” – afirmou

Para o cientista político Professor Doutor da Universidade de Campinas (Unicamp), Frederico de Almeida, o episódio do barco revela a hipocrisia que existe na presunção e na expectativa de que o STF não tenha caráter político e que as indicações para uma corte não sejam políticas. No entanto, lamentou que encontros como esse estejam fora do escrutínio público e que a sabatina aberta seja algo meramente ritual.

O que temos que fazer é assumir esse caráter político e discutir mais seriamente o processo de indicação, sabatina e nomeação de ministros. Não vejo problema nenhum que um candidato a ministro do STF converse com senadores a respeito de suas pretensões, mas eu prefiro que isso seja feito às claras, em eventos públicos ou em uma sabatina mais cuidadosa e não meramente ritual, como acontece hoje no Senado, e não em um convescote privado em condições para lá de suspeitas” – afirmou.

Polêmicas referentes ao nome de Moraes tem se multiplicado desde que ele foi indicado pelo presidente Michel Temer no início da semana. Nesse período, já foi apontado como autor de plágios de um autor espanhol.


Fonte Diário do Centro do Mundo


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